segunda-feira, 18 de setembro de 2017

A criança com dor de cabeça: é enxaqueca?

Toda mãe fica incomodada quando escuta o filho reclamar de dor de cabeça e, em geral, pensa no pior: tumor, aneurisma, vaso que estourou... uma loucura! Ao procurar o pediatra, a saída é sempre a mesma: encaminhamento ao oftalmologista e uma radiografia da face, para investigação de uma possível sinusite na criança. Com exames alterados ou não, tratando ou não, a dor persiste e nada resolve. Se identificou?
O que quase ninguém fala para os pais é que há mais de 200 tipos de dor de cabeça na infância e que as dores por motivo ocular representam menos de 1% desse universo. Pior: dificilmente uma criança com menos de 5 anos terá seios paranasais maduros para ter uma sinusite aguda bacteriana. Outro dado importante é que a dor de cabeça causada por doenças graves, como tumor, aparece em menos de 1% das crianças com o sintoma. Mas o que explica então, esses episódios de dor? Segundo os estudos, a dor de cabeça cronica, na infância, em mais de 90% dos casos é causada mesmo por enxaqueca. 


A enxaqueca é uma doença benigna e hereditária. As alterações genéticas provocam alterações químicas no cérebro, que trazem crises de dor de cabeça, como respostas a desequilíbrios do organismo no dia-a-dia. Os pais podem suspeitar do problema na criança se a dor acontece sem nenhum motivo aparente, como uma virose ou gripe, e repete na semana seguinte ou no próximo mês. As atividades do dia-a-dia também ficam comprometidas. 
Nas crises, a criança pára de brincar e deita, fica mais sensível à luz e ao barulho, fecha os olhos, tem náuseas e pode até vomitar. Uma característica do desconforto é quando a dor ocorre somente de um lado da cabeça da criança, lateja e piora com esforço físico. Toda criança com dor de cabeça freqüente precisa ser encaminhada ao especialista, para identificar a causa. 

Deixar a criança sem um diagnóstico piora sua qualidade de vida e seu rendimento escolar, além de atrapalhar a rotina dos pais. Por isso, quanto antes a enxaqueca for diagnosticada e tratada, menor a chance de o problema persistir atrapalhando a criança ao longo de sua vida. 

Há atualmente várias formas de se tratar a enxaqueca, com medicamentos ou não. Contudo, a prevenção, através de mudanças nas rotinas de vida (sono e atividade fisica) ainda é o melhor remédio. Alguns alimentos -- como chocolate, café, queijo, maionese, mostarda, catchup também são responsáveis por desencadear crises, e devem ser eliminados da rotina da criança. O excesso de luminosidade, o uso frequente de eletronicos e o acúmulo de atividades extracurriculares também devem ser revistos. 
Porém, como sempre, uma boa avaliação individual por um especialista e a introdução de medidas de rotinas direcionadas aquela criança, serão as medidas mais importantes para o diagnóstico e o tratamento de seu filho. Por isso, fique atento!