sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Jogos violentos alteram a função cerebral em jovens

Jovens que jogam games violentos apresentam mudanças na região cerebral que está associada à função cognitiva e ao controle emocional. É o que sugerem os resultados de um estudo apresentado no encontro anual da Sociedade Radiológica da América do Norte.

Os pesquisadores da faculdade de medicina da Universidade de Indiana, autores da pesquisa, estudaram a violência nos meios de comunicação e o impacto disso na vida dos jovens por mais de uma década. Esta, porém, é a primeira vez que eles realizaram um estudo experimental que mostrou uma relação direta entre jogar games violentos durante um período e a mudança em regiões cerebrais.

Para o estudo, foram acompanhados 28 homens, com idades entre 18 e 29 anos, com um passado de exposição a jogos violentos. Os voluntários foram divididos aleatoriamente em dois grupos de 14 pessoas. Os membros do primeiro grupo foram instruídos a jogar um game de tiro por 10 horas ao dia durante uma semana. Depois, eles eram impedidos de jogar na semana seguinte. O segundo grupo não jogou nenhum game durante as duas semanas de duração do estudo.

Cada um dos voluntários foi submetido a uma ressonância magnética no começo do estudo, outra na primeira semana e mais uma no final da segunda semana. Além disso, os participantes também fizeram testes que mediam a habilidade cognitiva e emocional.

Os resultados mostraram que os voluntários dos primeiro grupo, que jogaram durante uma semana, tiveram menor em duas regiões do cérebro ligadas à parte cognitiva e emocional, ao serem comparados com o grupo controle. "Essas descobertas indicam que o jogo violento de vídeogame pode provocar um efeito a longo prazo no funcionamento do cérebro", afirmou Yang Wang, do departamento de radiologia da Universidade de Indiana. "Esses efeitos podem traduzir-se em mudanças de comportamento durante longos períodos de jogo. As regiões afetadas do cérebro são importantes para controlar a emoção e comportamento agressivo", disse.

Revista Veja 02.12.11