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segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Epilepsia rolândica é o tipo mais comum na infância

RETIRADO DO JORNAL DIA A DIA , materia de Ray Santos.


Guarde esta informação: a epilepsia é um dos transtornos neurológicos de maior prevalência no mundo. Só no Brasil, aproximadamente 3 milhões de pessoas sofrem com crises convulsivas. Ao redor do globo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), são mais de 50 milhões de afetados.
Guarde mais esta: ela vem em “diferentes tamanhos e formas”, quer dizer, há diversos tipos de epilepsia, com gravidade e sintomas que vão desde uma breve ausência – é como se a pessoa “desligasse” por alguns segundos – à perda total de consciência.
Essa grande variedade de sintomas tem a ver com a extensão do cérebro que é comprometida – de um pequeno grupo de neurônios de determinadas áreas (a chamada epilepsia focal) a um grande grupo deles, em ambos os hemisférios cerebrais, daí essas epilepsias serem conhecidas como generalizadas.
A mais comum na infância
De todos os tipos de epilepsia focal, a mais estudada e frequente é a rolândica. Segundo a neuropediatra, Dra. Andrea Weinmann, do Centro Neurológico Weinmann, esse é o tipo mais comum de desordem epiléptica da infância, afetando entre 15% e 25% das crianças com o distúrbio.
“As causas ainda não são conhecidas, mas sabe-se que há um forte componente genético, isto é, crianças com um irmão, irmã ou membro da família com o problema têm maior chance de vir a tê-lo. Também não se sabe porque, mas a epilepsia rolândica acomete duas vezes mais meninos do que meninas”, conta.
Confira, a seguir, algumas questões que toda família deveria saber acerca da epilepsia rolândica (ER), respondidas com a ajuda da Dra. Andrea, especialista em Epilepsia.
 1. O que é?
A epilepsia rolândica também é chamada de epilepsia rolândica benigna ou – num termo mais moderno, porém complicado – de epilepsia FOCAL benigna da infância com descargas centrotemporais. Rolândica porque afeta uma área do cérebro chamada de fissura de Rolando, responsável pelo controle motor e sensitivo da face e da faringe. Benigna porque, na maioria dos casos, ela entra em remissão na adolescência. Algumas teorias apontam que o desaparecimento das convulsões na adolescência estaria ligado ao amadurecimento do cérebro.
2. Quando os primeiros sintomas aparecem?
Geralmente, a primeira convulsão aparece entre os 4 e os 10 anos de idade e some totalmente em torno dos 16 anos. Entretanto, as crises típicas não são tão frequentes como em outros tipos de epilepsia. “A maioria das crianças com ER não tem do que cinco a seis episódios de convulsão durante a vida. Uma pequeníssima fração pode ter centenas de episódios”, esclarece Dra. Andrea.
3. Como é a convulsão?
A convulsão em uma criança com epilepsia rolândica difere bastante da crise epiléptica mais conhecida (e estigmatizada), aquela que leva o paciente a sofrer com tremores no corpo, salivar bastante, chegar a cair e até a perder a consciência. “A crise é bastante curta, geralmente dura menos de dois minutos. Ela normalmente acontece à noite, durante o sono – no início do adormecer ou pouco antes de a criança despertar. Os pequenos acordam, mas não chegam a perder a consciência. Às vezes podem lembrar-se de trechos do que aconteceu.
Como a área do cérebro afetada responde pelo controle sensitivo-motor da face, da boca e da faringe, os sintomas mais evidentes se manifestam nessas regiões. A criança sente um formigamento ou entorpecimento da língua, dos lábios e da bochecha, apresenta tremores e contrações num dos lados do rosto e fica incapaz de engolir e de falar, porque os músculos do trato vocal ficam momentaneamente paralisados. Ela também pode salivar e emitir sons incompreensíveis, por causa da incapacidade temporária de articular palavras.
Secundariamente ocorrer ainda uma convulsão generalizada, em que a criança fica rígida e depois passa a ter movimentos bruscos de braços e pernas. Em outros casos, quando a família percebe, já encontra a criança em crise generalizada, principalmente aquelas que acontecem durante o sono.
Quando a crise é generalizada é preciso manter a calma. Dra. Andrea explique é preciso colocar a criança em superfície macia e esperar a crise passar. Porém, quando a crise passa de cinco minutos é preciso de assistência médica.
4. Como é feito o diagnóstico?
Dra. Andrea afirma que o diagnóstico costuma ser feito depois que a criança tem a primeira crise, mas que, geralmente, outros sintomas, por vezes menos evidentes, podem aparecer bem antes disso. É justamente esse um dos grandes desafios da epilepsia infantil: estar bastante atento aos pequenos e a qualquer distúrbio de comportamento que eles possam ter. “Uma das condições associadas à epilepsia rolândica mais comuns é a dificuldade para aprender a ler. Em alguns casos, a criança também pode apresentar alguns problemas de coordenação, sendo muitas vezes tida como desajeitada”.
5. Como tratar?
Quando as crises são raras ou não causam inconvenientes, o tratamento pode não ser necessário. Mas, o médico irá avaliar a caso a caso e discutir a terapêutica com a família. A especialista chama a atenção sobre ficar de olho na qualidade do sono da criança. “Quando a criança não dorme o suficiente ou o sono é inadequado, a chance de ter crises aumenta muito”.
Se o pequeno apresentar complicações cognitivas, poderá ser necessário fazer um acompanhamento com profissionais especializados. A boa notícia é que nem sempre essas complicações aparecem.

sábado, 15 de julho de 2017

Explicando mais sobre epilepsias!

A dra. Maria Luiza Manreza – Presidente da Liga Brasileira de Epilepsia, foi entrevistada pelo programa Voce Bonita da TV Gazeta, e explicou as principais causas da epilepsia, como surgem as crises epiléticas, como socorrer uma pessoa que esteja em uma crise e a iniciativa do projeto Purple Day no combate contra o preconceito. Não perca!

domingo, 2 de julho de 2017

O que desencadeia crises de epilepsia?


A epilepsia é uma doença crônica, caracterizada pela presença de crises epilepticas repetidas. Uma crise epiléptica, é uma alteração temporária e reversível do funcionamento do cérebro, que pode ocorrer sem motivo aparente ou causada por febre, drogas ou distúrbios metabólicos. Durante alguns segundos ou minutos, uma parte do cérebro emite sinais incorretos, que podem ficar restritos a esse local ou espalhar-se. 


Se ficarem restritos, a crise será chamada focal; se envolverem os dois hemisférios cerebrais, generalizada.Dentre as crises generalizadas, existem as crises mioclônicas, as de ausência e as convulsões ( crises tonico-clonico generalizadas, um tipo de crise epiléptica com maior numero de fenomenos motores).  Por isso, algumas pessoas podem ter sintomas mais ou menos evidentes de epilepsia, não significando que o problema tenha menor gravidade se a crise for menos aparente.
Existem alguns fatores externos capazes de desencadear crises epilépticas, influenciando diretamente em sua frequência. O problema é que muitas pessoas desconhecem esses fatores e, por isso, não são capazes de se prevenir. 




A respeito disso, ressalta-se que estes fatores desencadeantes de crises epilépticas são sempre dependentes da idade. Por exemplo, em crianças de até 6 anos, destacam-se as crises febris, que ocorrem principalmente com a elevação súbita da temperatura. Já na adolescência, as crises generalizadas (como ausências, mioclonias e convulsões) começam a aparecer e tendem a se manifestar pela manhã, até duas horas após o despertar, ou no momento de cansaço excessivo, quando acontece o relaxamento do final do dia.
Já na vida adulta, as crises podem acontecer mais comumente durante o sono, principalmente as crises focais, que comprometem áreas mais restritas do cérebro. Além disso, privação de sono, ingestão alcoólica, estresse, hábitos de vida não saudáveis, como sedentarismo e consumo excessivo de alimentos ricos em gordura, processos infecciosos, menstruação, desidratação e uso de alguns medicamentos como antidepressivos em doses elevadas (ou a retirada deles) também podem aumentar a frequência de crises.
Ao entender o que pode influenciar a ocorrência de crises, a pessoa com epilepsia deve se policiar para evitar maus hábitos e situações frequentes no dia a dia, como dormir poucas horas por noite, alimentar-se mal e passar por momentos de estresse.
Importante lembrar que, entre aquelas que fazem uso de medicamentos para a prevenção de crises, a perda de uma dose é um fator desencadeante muito comum. Então, nesses casos, é importante que haja um cuidado para não esquecer de tomar o remédio nos momentos certos. Familiares e pessoas próximas tem um papel importante no auxílio e apoio aos pacientes nessas situações.
A identificação de fatores desencadeantes e consciência sobre essas questões é parte integral do tratamento. Muitas vezes, apenas o uso adequado dos fármacos, responsáveis pelo controle das crises, é insuficiente. Para quem tem epilepsia, evitar os fatores externos pode ser igualmente importante para a estabilidade do quadro clínico.
Por fim, uma informação curiosa: há poucos dados na literatura sobre as relações entre as causas que envolvem o ambiente, em relação ao estresse, depressão e ansiedade, quando se fala em epilepsia. Porém, uma recente pesquisa, realizada no Norte de Manhattan e no Harlem, mostrou que fatores estressantes, como dificuldade de integração social, depressão e transtorno de ansiedade generalizada, aumentavam o risco de repetição de crises em duas a três vezes. Esses números corroboram a importância do acompanhamento psicológico, representado, por exemplo, por meio da terapia de relaxamento, terapia cognitivo-comportamental (abordagem mais específica, breve e focada no problema atualda pessoa com epilepsia), biofeedback (técnica que ensina a prestar atenção no funcionamento do corpo) e educação sobre a doença
É essencial que as pessoas que estão por perto, como os cuidadores, familiares e conhecidos, não excluam a pessoa com epilepsia e convivam com ela com naturalidade. A inclusão social é importante para que ela saiba lidar melhor com a própria doença e não se sinta sozinha em sua jornada.


terça-feira, 27 de junho de 2017

Epilepsias: o que pode desencadear crises?

Uma entrevista da dra Elza Marcia Yacoubian, retirada do site noticiasaominuto.com.br:

Como agir ao atender uma crise epileptica


A epilepsia é uma doença crônica caracterizada por crises epilépticas recorrentes. Essas crises, por sua vez, acontecem devido a descargas elétricas anormais e excessivas no cérebro e podem se manifestar de diversas formas, como convulsões, crises de ausência, entre outras. Entretanto, existem também alguns fatores externos capazes de as desencadear, influenciando diretamente em sua frequência. O problema é que muitas pessoas desconhecem esses fatores e, por isso, não são capazes de se prevenir.
Para que esse assunto se torne mais claro e conhecido, a Dra. Elza Márcia Yacubian, neurologista, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e secretária da Liga Brasileira de Epilepsia (LBE), dá dicas sobre o tema. Confira abaixo!
• Quais são os fatores que favorecem a ocorrência de crises epilépticas? A idade, de alguma maneira, tem relação?
Os fatores desencadeantes de crises epilépticas são dependentes da idade. Por exemplo, em crianças de até 6 anos, destacam-se as crises febris, que ocorrem principalmente com a elevação súbita da temperatura. Já na adolescência, as crises generalizadas (como ausências, mioclonias e convulsões) começam a aparecer e tendem a se manifestar pela manhã, até duas horas após o despertar, ou no momento de cansaço excessivo, quando acontece o relaxamento do final do dia.
Na vida adulta, as crises podem acontecer mais comumente durante o sono, principalmente as crises focais, que comprometem áreas mais restritas do cérebro. Além disso, privação de sono, ingestão alcoólica, estresse, hábitos de vida não saudáveis, como sedentarismo e consumo excessivo de alimentos ricos em gordura, processos infecciosos, menstruação, desidratação e uso de alguns medicamentos como antidepressivos em doses elevadas (ou a retirada deles) também podem aumentar a frequência de crises.
• O que pode ser feito para evitá-los e/ou combatê-los?
Ao entender o que pode influenciar a ocorrência de crises, a pessoa com epilepsia deve se policiar para evitar maus hábitos e situações frequentes no dia a dia, como dormir poucas horas por noite, alimentar-se mal e passar por momentos de estresse.
Importante lembrar que, entre aquelas que fazem uso de medicamentos para a prevenção de crises, a perda de uma dose é um fator desencadeante muito comum. Então, nesses casos, é importante que haja um cuidado para não esquecer de tomar o remédio nos momentos certos. Familiares e pessoas próximas tem um papel importante no auxílio e apoio aos pacientes nessas situações.
A identificação de fatores desencadeantes e consciência sobre essas questões é parte integral do tratamento. Muitas vezes, apenas o uso adequado dos fármacos, responsáveis pelo controle das crises, é insuficiente. Paraquem tem epilepsia, evitar os fatores externos pode ser igualmente importante para a estabilidade do quadro clínico.
• Existe relação entre estresse, ansiedade e as manifestações da epilepsia? Se sim, o que as pessoas com epilepsia podem fazer para evitá-los?
Há poucos dados na literatura sobre as relações entre as causas que envolvem o ambiente, em relação ao estresse, depressão e ansiedade, quando se fala em epilepsia. Porém, uma recente pesquisa, realizada no Norte de Manhattan e no Harlem, mostrou que fatores estressantes, como dificuldade de integração social, depressão e transtorno de ansiedade generalizada, aumentavam o risco de repetição de crises em duas a três vezes. Esses números corroboram a importância do acompanhamento psicológico, representado, por exemplo, por meio da terapia de relaxamento, terapia cognitivo-comportamental (abordagem mais específica, breve e focada no problema atualda pessoa com epilepsia), biofeedback (técnica que ensina a prestar atenção no funcionamento do corpo) e educação sobre a doença.
• Quais as dicas que você dá para os familiares e amigos próximosde pessoas com epilepsia, para que ajudem a evitar situações de desequilíbrio emocional?
É essencial que as pessoas que estão por perto, como os cuidadores, familiares e conhecidos, não excluam a pessoa com epilepsia e convivam com ela com naturalidade. A inclusão social é importante para que ela saiba lidar melhor com a própria doença e não se sinta sozinha em sua jornada.
CURIOSIDADE
É verdade que alguns tipos de imagens, encontradas em materiais físicos ou na internet, que tenham diferentes efeitos (como aquelas que causam tontura) podem ser indutores de crises?
Estímulos luminosos intermitentes, como as luzes de danceterias, padrões visuais como os presentes em jogos de videogame, formas geométricas, barulho, música e leitura podem provocar crises em casos de epilepsia reflexa que representa menos de 2% dos casos de epilepsia.
No Japão, já houve uma epidemia de convulsões na qual 700 crianças que assistiam ao desenho Pokemon convulsionaram no mesmo dia, devido a um acentuado contraste nas cores azul e vermelha em uma das cenas. Porém, somente as pessoas que têm o tipo de epilepsia mencionado apresentam risco com estas atividades. Deve ser lembrado que o cansaço excessivo e a privação de sono, condições comuns às pessoas que passam muitas horas nestas atividades, também podem estar por trás das crises que os pais, por exemplo, podem atribuir à exposição excessiva ao vídeo-game ou ao computador.

segunda-feira, 29 de maio de 2017

"Convulsão em crianças": entendendo a epilepsia na infância

As epilepsias são síndromes neurológicas caracterizadas pela presença de crises epilépticas repetidas e suas repercussões sociais, familiares, cognitivas e emocionais. Por diferenets motivos, desde causas genéticas a presença de cicatrizes cerebrais, um grupo de neurônios começa a emitir de forma sincrônica uma série de descargas elétricas, que gera diferentes manifestações corporais e sensações, em geral ocorrendo simultaneamente a perda de consciencia. A maioria das epilepsias ocorre na infância e adolescencia, em geral sem grandes sequelas para os pacientes - que levam vida normal - e sem maiores problemas intelectuais, sociais ou de desenvolvimento. Além disso, a maior parte das epilepsias infantis tem bom resultado com o tratamento, e as crianças costumam ficar sem crises e livres dos medicamentos antes da vida adulta.
Retirado de: http://www.avidaquer.com.br/conviva-com-epilepsia/

Identificando uma crise epiléptica

Os pais e médicos generalistas tem muitas dificuldades em identificar e classificar corretamente crises epilépticas. Em alguns casos, mesmo o neurologista não consegue identificar com precisão que sintoams são aqueles. Por isso, é fundamental que os pais filmem os eventos e movimentos anormais apresentados,apesar das dificuldades e do desespero da maioria, no momento dos eventos.
Além disso a identificação de um fator causador como febre (temperatura axilar acima de 37,8 graus, medida ANTES da crise), sonolência, cansaço, ocorrencia durante pratica esportiva ou em frente a jogos eletrônicos), ajuda bastante na classificação das epilepsias. Apenas como registro, ressaltamos que convulsões febris, de ocorrência entre 6 meses e 5 anos, tem evolução própria, benigna, e não se enquadra no perfil das epilepsias.
Algumas manifestações que podem ser de crises epilépticas:
1- A criança perde o contato com o mundo, desconecta da realidade ou apresenta ausências breves.
2- Apresenta contrações musculares fortes, com sacudidas dos músculos.
3- Apresenta sudorese excessiva, urina ou defeca na roupa durante o evento, movimentos de piscadas, contrações faciais ou mastigatórios.

Diagnóstico e tratamento da epilepsia na infância

Na grande maioria dos casos de epilepsias na infância, as crises epiléticas desaparecem com o amadurecimento cerebral e com o passar dos tempos. Contudo, quanto mais crises o indivíduo tem, mais frequentes e intensas se tornam as crises. E mais difícil se torna seu controle com medicamentos.
Caso uma criança tenha qualquer manifestação de possível crise epiléptica, deve ser imediatamente levada ao Pronto Atendimento. Lá serão investigadas possíveis causas para a crise, que necessitem de intervenção médica urgente e, na ausência disso, a criança será encmainhada para avaliação ambulatorial. A realização de exames de imagem ou eletroencefalograma, em geral, deve ser feita ambulatorialmente. Estes exames não dão o diagnóstico de epilepsia, e apenas ajudam na classificação do tipo de epilepsia ( com frequencia os exames não mostram anormalidades).
As epilepsias atualmente têm inúmeros meios de tratamento e os novos remédios controlam as crise sem gerar efeitos colaterais ou afetar a qualidade de vida das crianças. Em casos raros, em que não ocorra controle das crises com medicamentos, utilizamos tratamentos diferentes, como cirurgias, dieta cetogênica, uso de estimulador vagal, dentre outros. Os medicamentos a base de Cannabis, tão discutidos nos últimos anos no Brasil, tem pouquissima utilidade na prática clínica, são pouco estudados e usados em casos pontuais, excepcionalmente, como ultima medida. 

Curiosidades sobre as epilepsias:
1- As epilepsias não são sempre genéticas.
2- Há vários tipos de crises epilépticas
3- A epilepsia não é uma doença mental, nem contagiosa.
4- 80 por centro das crises controlam-se com medicação antiepiléptica
5- Para a maior parte das pessoas com epilepsia, as consequencias psicologicas, emocionais e de aprendizagem são mais importantes que as crises em si.
6- 30% da população terá uma crise epiléptica em algum momento da vida. Mas apenas 1% da população tem epilepsia.
7- Durante uma crise epiléptica, o importante é proteger bem a cabeça da criança e evitar que ela se asfixie com o seu próprio vômito, posicionando seu corpo e sua cabeça de lado. Nada de enfiar a mão na boca para desenrolar a lingua!!! Além do perigo de cortar o dedo, essa manobra é inutil: a lingua se desenrola sozinha depois de alguns segundos de crise.
8- A epilepsia é mais comum em crianças, adolescentes e idosos.

Impedir que o paciente engula a própria língua durante uma crise é um mito. O correto é virar o paciente de lado, protegê-lo, deixar que a saliva escorra e aguardar calmamente que a crise acabe



domingo, 14 de maio de 2017

Mitos e verdades sobre epilepsia

Trinta por cento da população terá uma crise epiléptica em algum momento da vida. Porém, as epilepsias são um distúrbio neurológico que acomete 1% da população. Caracterizam-se pela presença de duas ou mais crises epilépticas ou, ainda, uma crise epiléptica em um indivíduo com grande predisposição de ter a segunda crise ( probabilidade avaliada pelo neurologista), e suas repercussões emocionais, sociais e cognitivas. Em um grande numero de casos a epilepsia é genética, embora nem sempre herdada da família da mãe e do pai, e cerca de 80% das epilepsias tem início ainda na infância. Seu diagnóstico é clínico, e deverá ser dado por um neurologista. Os exames complementares (tomografia, ressonância, eletroencefalograma, dentre outros) não dão o diagnóstico da doença, mas ajudam a classificar o tipo de epilepsia do indivíduo, o que ajuda no tratamento e nos dá a evolução do quadro e o prognóstico.
Abaixo, o blog responde sobre alguns mitos e verdades sobre epilepsia.


1- O único sintoma de uma epilepsia são as crises epilépticas. MITO!
Há vários tipos de crises epilépticas e vários sintomas que podem aparecer antes, após e durante as crises. Muitos pacientes apresentam tonturas ou dores de cabeças frequentes antes de terem as crises epilépticas. Antes das crises, muitos sentem formigamentos, mal-estar na boca do estômago ou sensações ruins. Após, é comum que as pessoas tenham confusão mental, sonolência, desarticlação da fala, dor de cabeça, enjôos e vômitos, dentre outros.

2- Existem dois tipos de crises da epilepsia: crises parciais (simples e complexas) e crises generalizadas. MITO!
Há diversos tipos de crises epilépticas, sobretudo na infância. Há crises de espasmos, ausências (desconexão breve, de até 20 segundos), mioclônicas ( choques), de perda de tônus ( atônicas). Há as crises tônico-clônicas generalizadas, em que as descargas elétricas anômalas acometem todo o cérebro, causando a perda de consciência e sintomas que variam de abalos de todo o corpo, postura tônica, e até atonia (onde há um relaxamento global de todos os músculos). Há também as crises parciais, em que apenas uma porção do cérebro é acometido, sendo que este tipo é dividido em: parciais simples, com sintomas apenas motor, visual ou de mal-estar, sem afetar a consciência; e crises parciais complexas, quando há acometimento do controle motor ou visual e também alguma alteração na consciência, mas não a sua perda, como acontece com as crises generalizadas.

3- Ao se deparar com uma pessoa tendo uma crise epiléptica, deve-se colocar a mãe na boca e segurar a língua para que ela não engasgue. MITO!
A recomendação é proteger a cabeça destes indivíduos, afastá-lo de objetos e móveis que possam machucá-lo e deixá-lo se debater livremente até que a crise passe. Não se deve NUNCA colocar a mão ou o dedo na boca do paciente e, como há salivação intensa, deve-se manter o corpo de lado para evitar que o paciente se sufoque com a própria saliva. 



4- O tratamento da epilepsia pode ser medicamentoso ou cirúrgico. VERDADE!
O tratamento convencional para a epilepsia é por via medicamentosa, com uso das chamadas drogas antiepilépticas (DAE), eficazes em cerca de 70% dos casos (há controle das crises) e com poucos efeitos colaterais. Quando não houver controle destes sintomas, outros tratamentos possíveis são a dieta cetogênica, a cirurgia e a estimulação do nervo vago. No entanto, apenas o neurologista, analisando o caso, poderá indicar o tratamento apropriado para o paciente.

5- Paciente de epilepsia não consegue levar uma vida normal, devido às crises da doença. MITO!
O paciente com epilepsia tem vida normal, e boa parte das crianças com epilepsia consegue retirar a medicação e ficar livre das crises antes da adolescência.Mesmo usando medicações, o portador de epilepsia, em geral, consegue estudar, trabalhar, se divertir, integrar-se socialmente, dirigir, casar e ter filhos.

6- A epilepsia não é transmitida pelo ar ou contato físico. VERDADE!
A epilepsia é um distúrbio neurológico, não sendo transmitida pelo contato físico ou pelo ar.

7- Informação e conscientização ajudam a diminuir preconceitos em relação à doença e seus portadores. VERDADE!
Infelizmente, a epilepsia ainda gera muitos mitos e dúvidas entre a população, chegando também a atos de preconceitos que poderiam ser evitados pela informação e conhecimento da doença.

8- A epilepsia é mais prevalente em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento. VERDADE!
A subnutrição da mulher e a não realização do pré-natal, realidades muito frequentes ainda em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, podem desencadear o surgimento da epilepsia na criança. Condições inadequadas de higiene podem facilitar infecções durante o pré-natal, e ser uma atenuante no desenvolvimento do cérebro do bebê. Por isso, vale lembrar que a ocorrência da epilepsia regiões subdesenvolvidas e/ou em desenvolvimento sugere que a falta de higiene pode ser uma causa peculiar da epilepsia.
9- Diversas personalidades importantes da história da arte, música e literatura tiveram epilepsia e eram verdadeiros gênios, reforçando que a epilepsia não impede que a pessoa portadora da doença leve uma vida normal. VERDADE!
Apesar do estigma, os pacientes com epilepsia têm uma vida ativa, como tiveram Vincent van Gogh, Fiódor Dostoiévski e Machado de Assis, grandes nomes da artes e literatura que eram portadores da doença

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Mitos e verdades sobre epilepsia

A equipe do Notícias ao Minuto publicou uma reportagem que vale a pena ler, reproduzida abaixo, esclarecendo 10 mitos e verdades sobre a epilepsia.
Se quiser acessar o texto original, no site, clique aqui




A epilepsia é um distúrbio neurológico, que acomete 1 a cada 100 indivíduos. Em 50% dos casos, a causa é desconhecida e 75% têm início ainda na infância. A doença ainda gera muitas dúvidas entre a população, inclusive pacientes e seus familiares.
Visando, então, desmitificar a doença, o neurocirurgião especialista em epilepsia pela UNIFESP Dr. Luiz Daniel Cetl listou alguns mitos e verdade sobre ela.
1- A crise epiléptica é o único sintoma da epilepsia.
MITO. A crise epiléptica ocorre quando o indivíduo perde a consciência e cai no chão, apresentando contrações musculares em todo o corpo. Mas os sintomas da epilepsia vão depender da localização do foco epiléptico, ou seja, de onde se originam as crises. Se, por exemplo, estiver próximo à área motora, provavelmente o sintoma será ilustrado pelo abalo do membro que essa região coordena. Se relacionada à área visual, poderá ser caracterizado pela alteração da visualização de cores. Existem outros sintomas, muitos até despercebidos por seus portadores e pessoas próximas a eles. Muitos pacientes sentem apenas um mal-estar na boca do estômago, o que também pode sinalizar uma crise, mas, justamente por ser desconhecido e mais simples, este sintoma pode passar despercebido.
2- Existem dois tipos de crises da epilepsia: crises parciais (simples e complexas) e crises generalizadas.
VERDADE. Nas crises generalizadas, as descargas elétricas anômalas acometem o cérebro como um todo, causando a perda de consciência e sintomas que variam de abalos de todo o corpo, postura tônica, e até atonia (onde há um relaxamento global de todos os músculos). Nas crises parciais, apenas uma porção do cérebro é acometido, sendo que este tipo é dividido em: parciais simples, com sintomas apenas motor, visual ou de mal-estar, sem afetar a consciência; e crises parciais complexas, quando há acometimento do controle motor ou visual e também alguma alteração na consciência, mas não a sua perda, como acontece com as crises generalizadas.
3- Entre os tipos de crises, temos também a crise de ausência, a parada comportamental e, mais raro, o estado de mal epiléptico, que tem, cada uma delas, suas características específicas.
VERDADE. A crise de ausência é caracterizada pela curta duração que pode ser de décimos de segundo e pode se repetir mais de uma vez ao dia e mesmo pessoas próximas não conseguem identificá-la. A parada comportamental é caracterizada como uma crise parcial complexa e muito mais frequente, em que o paciente fica parado, com o olho arregalado, como se estivesse fora de si e, o terceiro tipo é o estado de mal epiléptico, o mais grave de todos pois há uma ativação contínua dos neurônios desfuncionantes, que emitem sinais atípicos ou irregulares, de maneira interrupta, podendo causar lesões cerebrais.
4- Ao se deparar com uma pessoa tendo uma crise epiléptica, deve-se colocar a mãe na boca e segurar a língua para que ela não engasgue.
MITO. A recomendação é que, nos casos mais graves, quando o paciente tem contrações musculares e cai no chão, o ideal é afastá-lo de objetos e móveis que possam machucá-lo, deixá-lo se debater livremente até que a crise passe. Não se deve colocar a mão ou o dedo na boca do paciente e, como há salivação intensa, manter o corpo de lado para evitar que o paciente se sufoque com a própria saliva. Em casos de crises repetitivas a emergência deve ser acionada imediatamente.
5- O tratamento da epilepsia pode ser medicamentoso ou cirúrgico.
VERDADE. O tratamento convencional para a epilepsia é por via medicamentosa, com uso das chamadas drogas antiepilépticas (DAE), eficazes em cerca de 70% dos casos (há controle das crises) e com efeitos colaterais diminutos. Quando não há controle destes sintomas, outros tratamentos possíveis são a cirurgia e a estimulação do nervo vago. No entanto, apenas um profissional, analisando o caso, poderá indicar o tratamento apropriado para o paciente.
6- Paciente de epilepsia não consegue levar uma vida normal, devido às crises da doença.
MITO. O paciente com epilepsia deve seguir com suas atividades normalmente. À exemplo de grande ícones e personalidades mundialmente conhecidas, como Vincent van Gogh, Fiódor Dostoiévski e Machado de Assis, o portador da síndrome pode e deve trabalhar, se divertir, integrar-se socialmente e, sem preconceitos, medos ou estigmas, casar e ter filhos.
7- A epilepsia não é transmitida pelo ar ou contato físico.
VERDADE. A epilepsia é um distúrbio neurológico, não sendo transmitida pelo contato físico ou pelo ar.
8- Informação e conscientização ajudam a diminuir preconceitos em relação à doença e seus portadores.
VERDADE. Infelizmente, a epilepsia ainda gera muitos mitos e dúvidas entre a população, chegando também a atos de preconceitos que poderiam ser evitados pela informação e conhecimento da doença.
9- A epilepsia é mais prevalente em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento.
VERDADE. A subnutrição da mulher e a não realização do pré-natal, realidades muito frequentes ainda em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, podem desencadear o surgimento da epilepsia na criança. Condições inadequadas de higiene podem facilitar infecções durante o pré-natal, e ser uma atenuante no desenvolvimento do cérebro do bebê. Por isso, vale lembrar que a ocorrência da epilepsia regiões subdesenvolvidas e/ou em desenvolvimento sugere que a falta de higiene pode ser uma causa peculiar da epilepsia.
10- Diversas personalidades importantes da história da arte, música e literatura tiveram epilepsia e eram verdadeiros gênios, reforçando que a epilepsia não impede que a pessoa portadora da doença leve uma vida normal.
VERDADE. Apesar do estigma, os pacientes com epilepsia têm uma vida ativa, como tiveram Vincent van Gogh, Fiódor Dostoiévski e Machado de Assis, grandes nomes da artes e literatura que eram portadores da doença.

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Mitos e verdades sobre a epilepsia

Programa Tarde Nacional, da Radio Nacional da Amazônia, entrevista a Neurologista infantil Adélia Henriques, que fala sobre os preconceitos, mitos e verdades relacionados a epilepsia.

Ouça aqui:
http://audios.ebc.com.br/d5/d5c2152c7f3e49c04ff3687c0fbca418.mp3



terça-feira, 15 de abril de 2014

Entendendo epilepsia

Definição

A epilepsia é um distúrbio cerebral que envolve convulsões espontâneas e repetidas de qualquer tipo. As convulsões ("ataques") são episódios de perturbação da função cerebral que causa alterações na atenção e no comportamento. Elas são causadas por sinais elétricos anormalmente excitados no cérebro.

Leia mais aqui
E aqui


domingo, 26 de janeiro de 2014

Epilepsia na infância


     Epilepsia é uma doença crônica caracterizada por crises epilépticas recorrentes não provocadas por uma causa qualquer ( como desidratação, hipoglicemia, intoxicação edistúrbio hidroeletrolítico ou outras alterações do organismo que podem desencadear crise epiléptica em qualquer pessoa).
     O novo conceito operacional da ILAE ( International League Against Epilepsy) afirma que o paciente deve apresentar pelo menos duas crises espontâneas, sem evidência de desencadeantes agudos de crises epilépticas, ou uma crise epiléptica com forte probabilidade de apresentar um a segunda crise ( probabilidade deve ser avaliada pelo neurologista). Ainda segundo a ILAE, além da predisposição persistente a apresentar crises, devemos considerar também conseqüências neurobiológicas, cognitivas e psicossociais tanto no diagnóstico quanto no tratamento dos pacientes.
     Crises epilépticas ocorrem por atividade elétrica anormal, excessiva e síncrona de umgrupo de neurônios de uma determinada região do cérebro, com um espectro bastante amplo de manifestações neurológicas, a depender do local do cérebro em que estão os neurônios ativados.As crises podem se manifestaratravés de vários sinais e sintomas, sobretudo em crianças, com o cérebro em formação ainda. O objetivo deste post é, exatamente, demonstrar ( com vídeos do youtube, postados pelos pais e de acesso público)para o leitor algumas manifestações de crises epilépticas. Caso seu filho tenha alguma manifestação que sugira crise epiléptica, filme-o e leve o vídeo ao neuropediatra. Ele te orientará e esclarecerá do que se trata.
     As crises epilépticas podem ocorrer durante o sono ( muito comum na infância) ou acordado, em repouso ou desencadeada por esforço físico ( sob hiperventilação), em qualquer hora do dia, acometendo uma parte do corpo ou todo o corpo, com ou sem perda de consciência. Apenas como curiosidade, o termo crise convulsiva refere-se apenas ao subgrupo de crises epilépticas que se apresentam com manifestações motoras por todo o corpo, e seu uso é cada vez menor.
     Abaixo seguem exemplos, retirados do youtube, e postados pelos próprios pais, de tipos de crises epilépticas na infância. Lembrando que o objetivo do post é informar. Se seu filho tem qualquer movimento semelhante a isso, ou existe qualquer dúvida, procure imediatamente um neuropediatra. Ele irá avaliar e explicar

1) Crise de espasmo

O video começa aos 10 segundos. A criança apresenta uma sequencia de "sustos". Na realidade, um tipo específico de crise epiléptica da infância. No caso abaixo, com versão dos olhos para cima. Aos pais mais desesperados: toda criança assusta e tem reflexos semelhantes a um episódio desses; reparem, porém, que são inúmeros sustos, em sequencia, por 5 minutos.



2) Crise de ausência

São crises rápidas, mais comuns em pré-escolares e escolares, em que a criança se " desliga" por alguns segundos, podendo fazer algum movimento involuntário como piscar ou mastigar durante as crises.


3) Crises focais

Há inúmeros exemplos, com ou sem perda do contato da criança com os pais. Dormindo ou acordada.
Diferente das crises de ausência, elas duram mais tempo e a criança apresenta alguns sintomas após a crise, como confusão mental, dificuldade para falar, formigamentos ou sonolencia, embora isso não seja uma regra.



Por fim reitero que: o objetivo do post é informar. Se seu filho apresenta qualquer movimento semelhante a esses, ou existe qualquer dúvida, procure filmar os episódios e leve-o imediatamente a uma consulta com neuropediatra. Ele é o único capaz de avaliar e te explicar o real diagnóstico do evento observado.


domingo, 20 de janeiro de 2013

Epilepsia: 7 mitos e verdades sobre a doença


Por MADSON MORAES
Ela não é uma doença, mas, sim, um conjunto de doenças. Seu diagnóstico não é difícil, mas seus sinais costumam assustar as pessoas que presenciam. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a epilepsia é uma doença neurológica que afeta cerca de 2% da população mundial e cerca de 5% da população terá, ao menos, uma crise na vida.
No Brasil, ainda existe um grande número de pacientes sem controle adequado de crises tanto por parte dos profissionais da área da saúde como por desinformação das próprias pessoas. Um dos seus sinais mais evidentes é a pessoa caindo ao chão, se contorcendo e "babando". Por isso, o preconceito cultural e ignorância sobre a doença resistem nas pessoas.
Na Idade Média, por exemplo, a doença era relacionada com a doença mental e tida como doença contagiante, o que persiste até hoje entre pessoas desinformadas. Associava-se com uma possível "possessão demoníaca" e, dessa forma, se tentava curar esse mal por meios de rituais religiosos. Acreditava-se, ainda, que aquela a saliva durante a convulsão podia transmitir a doença. Isso é um mito.
"A epilepsia não é uma doença contagiosa. O contato com a saliva do paciente de maneira alguma torna a outra pessoa epiléptica. No entanto, a saliva pode transmitir (mesmo que raramente) algumas doenças infecciosas. Por isso, não é recomendado o contato desnecessário com a saliva de um desconhecido sem mecanismos de proteção", explica o neurologista Leandro Teles.
 
A doença não é contagiosa e pode surgir em qualquer idade. "É preciso estabelecer a causa exata das crises para estabelecer a melhor conduta. As causas vão desde doenças estruturais como neurocisticercose, derrames, tumores e sequela de acidentes até predisposição genética", explica. É preciso que a pessoa tenha mais de duas crises sem uma razão aparente para ser caracterizado um estado epilético.
O paciente com epilepsia pode levar uma vida normal? Claro, garante o médico. "Pacientes bem controlados podem e devem trabalhar, praticar esportes, casar, ter filhos etc. Até mesmo dirigir o paciente pode após 2 anos de controle e bom seguimento clínico", explica o neurologista.
O Sistema Único de Saúde (SUS) presta assistência e fornece medicamentos para tratamento aos portadores de doença neurológica como está previsto na Portaria GM/MS nº. 1.161, que instituiu a Política Nacional de Atenção ao Portador de Doença Neurológica. Para a solicitação desses medicamentos, o paciente ou seu responsável deve efetuar cadastro em estabelecimentos de saúde vinculados às unidades públicas.
 
Mais informações?
Cilque aqui embaixo:

Epilepsia: 7 mitos e verdades sobre a doença


segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Epilepsia em crianças: pais subestimam a qualidade de vida de criança com doença crônica




Ter um filho com epilepsia exige, sim, alguns cuidados especiais, como o controle diário da medicação, frequentes visitas aos médicos e a responsabilidade de informar às pessoas que convivem com a criança sobre a doença. Mas será que a proteção exagerada e faz bem para seu filho? Um estudo feito por especialistas em neurologia da Universidade da Califórnia (EUA) mostra que os pais têm a sensação de que o filho com epilepsia tem uma qualidade de vida inferior às demais crianças. Mas, quando os pesquisadores perguntaram às crianças com a doença o que elas achavam de suas vidas, afirmaram que estavam muito bem, sim!.

Os pesquisadores descobriram que as avaliações dos pais sobre a qualidade de vida das crianças eram significativamente mais baixas para os seus filhos com epilepsia. Os fatores considerados foram saúde, autoestima e disposição física. Em contraste, as crianças com a doença avaliaram sua própria qualidade de vida igual a de seus irmãos. Foram avaliadas 143 crianças com epilepsia, a maioria com 12 anos, comparando cada uma com um irmão, saudável e não-epiléptico. A avaliação foi feita por meio de entrevistas pessoais oito a nove anos após o diagnóstico inicial, utilizando o Child Health Questionnaire, questionário que considera as versões dos pais e dos filhos sobre um mesmo assunto.

Por que os pais tendem a acreditar que a vida dos filhos não é boa o suficiente? Porque eles vêem a doença crônica como uma barreira que, em tese, impede a criança de ter uma vida melhor. Christine Bower Baca, uma das médicas responsáveis pelo estudo, explica que ter uma doença crônica ou uma deficiência não significa necessariamente que a pessoa está insatisfeita com sua vida, apesar de que outros possam pensar. “Tal distorção poderia levar a uma subestimação da qualidade de vida da criança.” Reconhecer as reais necessidades da criança é importante para a busca de um tratamento eficiente e para a melhor compreensão dos pais de como cuidar dos filhos.

O estudo também aponta que aproximadamente 45 mil crianças menores de 15 anos desenvolvem epilepsia a cada ano. As causas podem ser problemas com o desenvolvimento do cérebro antes do nascimento, a falta de oxigênio durante ou após o parto, traumatismos cranianos, tumores, convulsão com febre prolongada, genética, ou infecções no cérebro.



75% das pessoas não recebem tratamento

Boa parte das pessoas não tem tratamento por falta de conhecimento sobre seus sintomas e perigos. A boa notícia é que ela tem cura, e as chances disso são ainda maiores quando o diagnóstico é feito nos primeiros anos de vida da criança. Um estudo divulgado pela Organização Mundial de Saúde revelou que cerca de 75% das pessoas que sofrem de epilepsia no mundo deixam de receber tratamento, e isso se deve muito mais à falta de conhecimento sobre a doença do que ao valor do seu tratamento.

Esse distúrbio é mais comum entre as crianças do que entre os adultos (cerca de 5% da população jovem tem o problema) e sua causa na maioria dos casos é desconhecida. Algumas vezes, a doença pode ser passageira, desaparecendo ainda na infância naturalmente, o que não dispensa a avaliação e tratamento - no Brasil todos os remédios necessários são fornecidos pelo governo. Alguns sinais ficam mais evidentes nos primeiros anos na escola , quando ela pode apresentar falta de atenção enquanto escreve ou assiste às aulas, e isso pode atrapalhar o rendimento escolar. Uma das formas de perceber o problema pode ser quando, durante um ditado, a criança escreve apenas partes do que o professor fala, sem registrar grandes pedaços do texto dito. Como os professores podem não saber diferenciar se a criança tem déficit de atenção ou epilepsia de fato, cabe a eles observar os alunos e orientar os pais a procurarem um especialista.

Segundo Rogério Tuma, neurologista do Hospital Sírio Libanês (SP), a doença pode ser constatada logo depois que a criança nasce, quando o médico já pode perceber se o bebê apresenta contrações constantes em algum músculo do corpo. Se ele suspeitar que elas indicam epilepsia, é pedido um exame de eletroencefalograma para analisar as descargas elétricas do cérebro e constatar se há de fato disfunção em algumas células. O diagnóstico precoce aumenta muito as chances de cura, e o tratamento normalmente é feito à base de medicamentos. Só em casos em que a causa da epilepsia é conhecida e muito específica (como um tumor ou após um acidente que comprometeu a estrutura do cérebro) é possível fazer uma cirurgia para sanar o problema.

A epilepsia não é uma doença transmissível e acontece quando alguns neurônios não funcionam corretamente. Essa disfunção se manifesta em contrações involuntárias de alguns músculos do corpo ou até do corpo inteiro durante alguns segundos. Outro sintoma é o que os médicos chamam de ausência (quando a pessoa parece olhar para o nada, pisca com frequência ou estala os lábios, como se não estivesse percebendo o que está ao seu redor). Esses períodos em que a pessoa parece inconsciente ou quando tem essas contrações são conhecidos como crises. Numa crise mais grave, a pessoa pode chegar até mesmo a ter convulsões.

Como agir

Se já se sabe que a criança é epilética, é importante que os pais avisem a coordenação da escola para que eles fiquem cientes de que o aluno pode apresentar algumas dificuldades. Cabe à coordenação comunicar aos professores para que eles sejam mais cuidadosos – especialmente em aulas de educação física, que exigem mais esforço do aluno e isso pode acarretar alguma crise – mas sem excluir as crianças de nenhuma brincadeira ou exercício.

Os problemas mais frequentes da epilepsia são causados durante as crises, que podem durar vários segundos. Tuma explica que o cérebro aprende a ter a crise, então quanto mais crises a pessoa tem, maior é o risco de ela ter de novo. Uma maneira de evitá-las é seguindo o tratamento indicado pelo médico. Nesse tempo, como a pessoa perde o controle sobre o próprio corpo (ou parte dele), ela pode cair e se machucar. Em casos mais graves, pode até mesmo ocorrer a falta de oxigenação no cérebro, o que leva a convulsões e até a danos permanentes.

Durante uma crise, alguns cuidados são necessários para garantir a integridade física da criança. Se o ataque provocar contrações involuntárias ou convulsões, abra espaço para que seu filho não bata em nenhum objeto, deite-o de lado para impedir que sua língua feche a passagem de ar pela garganta e não coloque nada em sua boca - dedos podem ser mordidos e objetos podem machucá-lo. Se você estiver sozinho com a criança durante uma crise, mantenha a calma e fique ao lado dela esperando o fim das contrações. Só após o relaxamento dos músculos você deve buscar socorro.

Cuidados ainda na gestação

Inúmeras pesquisas já comprovaram que o álcool prejudica a saúde da mãe e compromete o futuro do bebê. Por isso, fique atenta. De acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade do Novo México, nos EUA, os fetos que são expostos a álcool têm maiores chances de desenvolver epilepsia. Os pesquisadores chegaram a essa conclusão após examinar o histórico familiar de 425 pessoas que sofrem da doença. Eles estabeleceram uma correlação entre fatores de risco - como a exposição ao álcool e às drogas durante a gravidez – e as ocorrências de epilepsia.


Epilepsia em crianças: pais subestimam a qualidade de vida de criança com doença crônica

Atividade física é indicada para crianças com epilepsia




Crianças com baixos indices de atividade física apresentam maiores chances de desenvolver doenças cardiovasculares, obesidade, artrite, diabetes e outras doenças relacionadas ao sedentarismo observadas em adultos."Pais estimulam os filhos sem epilepsia a praticarem exercícios físicos e mostram uma atitude de superproteção em relação aos outros filhos com epilepsia, fazendo com esses evitem a prática esportiva".
A epilepsia é uma das mais comuns doenças neurológicas em crianças, afetando aproximadamente 1 % da população pediátrica. A atividade física tem mostrado grandes benefícios fisiológicos e psicológicos em pessoas com epilepsia.
Entretanto, muitos profissionais da área de saúde contra-indicam a prática de exercícios físicos ou atividades esportivas para as crianças com epilepsia por acharem que o exercício físico possa desencadear crises epilépticas ou lesões durante a prática dos exercícios físicos.
Assim, o estigma e o preconceito da epilepsia diminuem ainda mais o incentivo para as crianças na participação de atividades esportivas. Um estudo realizado por Judy Wong e Elaine Wirrell *, pesquisadores da Universidade de Alberta e Universidade de Calgar, Canadá demonstrou resultados muito interessantes em relação aos hábitos de atividade física entre irmãos com epilepsia.
Neste estudo, foi comparado o nível de atividade física de crianças com epilepsia em relação aos seus irmãos sem epilepsia. Verificou-se que as crianças com epilepsia eram menos ativas fisicamente, com menor participação em atividades esportivas que seus irmãos sem epilepsia. Além disso, as crianças com epilepsia apresentavam índice de massa corporal maior, isto é, eram mais obesas.
A falta da participação em atividades esportivas neste grupo de crianças pode refletir um maior isolamento social, o que é comum nesta população específica.
Neste sentido, parece que os pais estimulam os filhos sem epilepsia a praticarem exercícios físicos e mostram uma atitude de superproteção em relação aos outros filhos com epilepsia, fazendo com esses evitem a prática esportiva.
Apesar da maioria dos esportes ser seguro para pessoas com epilepsia, algumas atividades necessitam de supervisão, como esportes aquáticos e esportes em altitudes. Detalhes das atividades esportivas recomendadas e contra-indicadas para pessoas com epilepsia foram mostradas em matérias anteriores sobre epilepsia e exercício físico - artigos anteriores clique aqui.
Desta forma, é importante encorajar e orientar os pais dos efeitos positivos do exercício físico no desenvolvimento físico e psicológico das crianças com epilepsia.

*Judy Wong and Elaine Wirrell. Physical Activity in Children/Teens with Epilepsy Compared with That in Their Siblings without Epilepsy. Epilepsia, 47(3):631–639, 2006.

Atividade física é indicada para crianças com epilepsia

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Crise epiléptica: o que fazer?

Retirado de:
http://nurseskare.blogspot.com/2010/10/crise-convulsiva-e-epilepsia.html

Epilepsias na infância - para a Marcela

O que é epilepsia?
É uma disfunção temporária de um grupo de neurônios que se manifesta por descargas assíncronas excessivas e anormais.

Quais são as manifestações da crise epiléptica?
O quadro pode se apresentar de várias formas, com manifestações motoras, alterações do comportamento, da percepção e da emoção. A criança pode perder a consciencia ou não. As manifestações motoras podem ser:
1- salvas de sustos ( espasmos)
2- Choques repetidos ( mioclonias)
3- Movimentos repetidos dos membros( clonias)
4- Contrações ( hipertonias, contrações distônicas)
É importante que a família observe quais as manifestações a criança apresenta durante as crises, e em qual sequencia, já que isso pode auxiliar bastante no diagnóstico da forma de epilepsia e na melhor escolha de tratamento.

A epilepsia é uma doença comum?
Calcula-se que ocorra em 1% da população e é mais freqüente na infância e velhice.
Meu filho precisa fazer eletroencefalograma?
O eletroencefalograma é um exame muito importante para classificar a forma de epilepsia que seu filho possui. Entretanto, não é ele quem confirma o diagnóstico de epilepsia. E o fato de o exame estar normal nunca exclui esse diagnóstico.

Meu filho precisa de fazer tomografia?
Os exames de imagem ( como a ressonância magnética e a tomografia) também são importantes, e devem ser solicitados a critério médico no momento adequado, para se classificar a forma de epilepsia que seu filho possui. Assim como no caso do eletroencefalograma, ele não confirma o diagnóstico de epilepsia e nem o fato de o exame estar normal excluirá esse diagnóstico.

Por que é importante classificar o tipo de epilepsia?
Dizer que a criança possui epilepsia não é o bastante. É importante que o neuropediatra classifique o tipo de epilepsia da criança, chamada de sindrome epiléptica. É através dessa classificação que o médico poderá te falar qual o prognóstico do seu filho.
Fazendo uma analogia para que você entenda, dizer que seu filho tem epilepsia é como dizer que seu filho tem infecção: pode ser um mero resfriado ou uma infecção generalizada. É preciso saber qual o tipo.
A sindrome epiléptica será estabelecida a partir de um série de dados clínicos ( tipo de crise, idade, sexo, história familiar, desenvolvimento neuropsicomotor) e propedêutica ( exames de imagem e eletroencefalograma)


Existe uma causa de epilepsia?
Na maioria dos casos, a epilepsia é uma doença genética e hereditária ( nem sempre herdada). Contudo, há vários pacientes que apresentam epilepsia devido a lesões cerebrais devido a anormalidades ocorridas durante a gestação, parto ou após o nascimento. Como exemplo, devemos citar as doenças infecciosas do sistema nervoso central, metabólicas, isquêmicas e vasculares, além do traumatismo crânio encefálico. Daí a importância de se saber qual a síndrome epiléptica de seu filho.

A epilepsia é uma doença hereditária?
Em grande numero de casos a epilepsia é genética e hereditária, embora nem sempre seja herdada. A presença de histórico familiar é um dado importante que deve ser informado ao médico.

 Existe tratamento e cura para a epilepsia?
O tratamento da epilepsia é feito com medicamentos específicos, a ser escolhido pelo neuropediatra de acordo com seu paciente. Em relação a cura, é importante que se classifique a forma de epilepsia: algumas crianças tem formas benignas, idade-dependente de epilpsias; outras, apresentam formas que não terão remissão.

As medicações são a única forma de tratamento?
Há vários medicamentos de ótima qualidade no mercado. Os casos rebeldes ao tratamento clínico poderão se beneficiar com o tratamento cirúrgico, com dietas específicas ou uso de outros instrumentos, como um estimulador do nervo vago. Entretanto, essas são formas mais graves de epilepsia e sua abordagem deve ser amplamente discutida antes de implementação.

As crises convulsivas febris são diagnosticadas como epilepsia?
Não. Elas tem diagnóstico, tratamento e prognóstico completamente diferentes.

O que são as crises de ausência?
São crises breves de perda da consciência, de curta duração, 5-20 segundos, por vezes associada a movimentos da face. Essas manifestações aparecem várias vezes ao dia. São mais freqüente no sexo feminino e na idade escolar.

O que é a Síndrome de West?
Trata-se de um tipo especial de epilepsia que ocorre nos primeiros ano de vida em que ocorrem salvas de espasmos ( sustos) associadas a atraso ou regressão do desenvolvimento e um traçado eletroencefalográfico caracterítico. Esse tipo de epilepsia é resistente aos anticonvulsivantes convencionais e responde melhor ao uso de corticosteróides

E a Síndrome de Lennox-Gastaut?
É uma forma grave de encefalopatia epiléptica de ocorrência na idade pré-escolar, em que ocorrem vários tipos de crise epiléptica (generalizadas ou parciais, mioclônicas, tônicas, tônico-clônica, ausências), atraso do desenvolvimento, ataxia ( incoordenação motora) e alterações cognitivas (intelectual).
Nota: Filmar as crises da criança com um celular ou câmera é uma excelente forma de se fornecer informações importantes para o diagnóstico de seu filho