sábado, 23 de junho de 2012

Filhos de pais que ‘não se dão’ têm tendência a comportamentos de risco

Do site Hyperscience.com


Crianças que vivem em casas onde o ambiente é hostil têm maiores chances de se envolverem com drogas e se tornarem sexualmente ativos ainda muito jovens, de acordo com uma pesquisa. Também se constatou que elas têm um terço a mais de chances de se tornarem alcoólatras, em comparação a crianças criadas por pais solteiros.
O estudo realizado por Kelly Musick, da Universidade Cornell, em Nova York, mostrou que crianças criadas em lares violentos têm maiores riscos de terem problemas mentais, comportamentais e de relacionamento.
O estudo chegou à conclusão que crianças criadas em lares mais tranqüilos, apenas com o pai ou a mãe, têm melhores chances de ir bem na escola, em comparação com aquelas criadas em lares conflituosos.
Uma em cada cinco crianças de famílias infelizes afirmaram ter feito sexo antes dos 16 aos, e a mesma porcentagem registrou morar com um companheiro aos 21 anos. Quase uma em cada dez pessoas tiveram filhos fora do casamento.
“Nossos resultados mostram claramente que, embora as crianças tendam a ter vidas melhores com os pais casados, as vantagens de viver com eles não são adequadas a todas as crianças”, afirma Musick. O estudo utilizou dados de entrevistas feitas com quase duas mil famílias, e estudou crianças desde os quatro até 34 anos de idade

Reportagem do jornal Telegraph

Nos EUA, crianças e adolescentes estão tomando menos antibióticos e mais medicamentos para TDAH

Do site da revista Veja:
Link para a reportagem

Segundo um levantamento feito pelo Food and Drug Administration (FDA), órgão americano que regula alimentos e medicamentos, o número de prescrições de antibióticos destinadas a crianças e adolescentes é menor do que há oito anos, nos Estados Unidos. Por outro lado, são cada vez mais prescritas drogas para transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e asma. O trabalho foi publicado nesta segunda-feira no Pediatrics, periódico oficial da Associação Americana de Pediatria.

Esses dados foram baseados nas prescrições médicas preenchidas no país entre os anos de 2002 e 2010 para jovens com até 17 anos de idade. De acordo com o estudo, em 2010 foram registradas 263,6 milhões de prescrições de medicamentos em geral a pessoas dessa faixa etária — 7% a menos do que em 2002. As prescrições para pacientes adultos, porém, aumentaram em 22% nesse mesmo período.
O levantamento indicou que, nesses oito anos, as prescrições de antibióticos a bebês, crianças e adolescentes caiu 14%, embora esse tipo de remédio ainda seja o mais frequentemente fornecido para pacientes pediátricos no país. Além dos antibióticos, também foram menos prescritos medicamentos para alergia (-61%), tosse e resfriados (-42%), dor (-14%) e depressão (-5%). Por outro lado, aumentou o número de prescrições para anticoncepcionais (+93%) e remédios para tratar TDAH (+46%) e asma (+14%).

TDAH — Para Alessandra Cavalcante, pediatra do Hospital São Luiz, em São Paulo, a razão do aumento da prescrição de medicamentos para TDAH não está relacionada a um excesso de diagnósticos, mas sim a um maior nível de informação de pais e médicos. "Isto é uma coisa boa, já que o transtorno, quanto mais cedo for tratado, menos problemas causará no futuro", diz a médica.
De fato, ao menos nos Estados Unidos, onde o levantamento foi feito, mais jovens estão sendo diagnosticados com TDAH e cada vez mais cedo. Um trabalho feito na Universidade de Northwestern e publicado em março deste ano também na revista Pediatrics mostrou que, em dez anos, o número de pessoas menores do que 18 anos diagnosticadas com o transtorno aumentou 66% no país. Além disso, em outubro de 2011, a Academia Americana de Pediatria reduziu a idade mínima para diagnóstico e tratamento de TDAH de seis para quatro anos.
Brasil — Embora um levantamento como esse não tenha sido feito no Brasil, Alessandra Cavalcante também percebeu na prática clínica o aumento dos tratamentos destinados a crianças com TDAH. Da mesma forma, ela acredita que os jovens brasileiros estão tomando mais remédios para asma e mais anticoncepcionais. "O aumento da incidência de asma é visível, especialmente em São Paulo, onde a poluição é forte. Além disso, como os jovens entram na vida sexual cada vez mais cedo, os contraceptivos estão se tornando mais comuns."
No entanto, a médica acredita que não tenha acontecido uma redução significativa nas prescrições de antibióticos a pacientes infantis. "Ainda temos um grande número de prescrições de antibióticos sem necessidade. Precisamos acabar com o culto ao pronto-socorro. As famílias devem, sempre que possível, procurar o pediatra que acompanha a criança e conheça o seu histórico", afirmou.