terça-feira, 19 de setembro de 2017

Os benefícios da equoterapia para as pessoas com deficiência

Retirado do site vidamaislivre.com.br
Texto de Daniel Limas, da Reportagem do Vida Mais Livre
Link AQUI
Foto extraída da rede

Sem precisar de qualquer pesquisa científica, é fácil apontar alguns dos inúmeros benefícios de ter um animal de estimação ou mesmo estar próximo deles. Ah! vale dizer que é preciso gostar de animais. No entanto, o que poucos sabem, é que os bichos também podem ser protagonistas de terapias de reabilitação de pessoas com deficiência. Instituições e profissionais que trabalham com este tipo de terapia relatam excelentes resultados.
Uma das terapias que fazem uso de animais é a equoterapia, que como o próprio nome diz, trabalha com cavalos. Ela une as técnicas de equitação e atividades equestres com a finalidade de reabilitar e educar as pessoas com deficiência. “Os principais ganhos são os motores e os psicológicos”, explica Liana Pires Santos Site externo, psicopedagoga do Gati (Grupo de Abordagem Terapêutica integrada). Jorge Matsuda, especialista em educação e vice-diretor do Centro Básico de Equoterapia General Carracho (CBEGC-DF), da Ande (Associação Nacional de Equoterapia) Site externo, também é da mesma opinião: “o passo do cavalo estimula o deslocamento do corpo no espaço e, com isso, exercita o equilíbrio, a coordenação, o tônus muscular e a postura. Além disso, possibilita ganhos psicológicos, aumentando a autoestima e a autoconfiança”, explica. Isso ocorre porque o animal torna-se um amigo digno de total confiança, que ajuda com suas pernas e patas para a melhora dos pacientes.
“Durante toda a sessão, os terapeutas também ajudam a estimular a fala, a linguagem, o tato, a lateralidade, cor, organização e orientação espacial e temporal, memória, percepção visual e auditiva, direção, análise e síntese, raciocínio, e vários outros aspectos”, explica Jorge Matsuda. Na esfera social, a equoterapia ainda é capaz de diminuir a agressividade, tornar o paciente mais sociável, diminuir antipatias, construir amizades e treinar padrões de comportamento como: ajudar e ser ajudado, diminuir e aceitar regras, encaixar as exigências do próprio indivíduo com as necessidades do grupo, aceitar as próprias limitações e as limitações do outro.
Apesar de ser uma terapia bastante recomendada, ela tem restrições ou contra-indicações, como quase tudo nessa vida. Por isso, é imprescindível que o paciente passe por uma avaliação médica que ateste as condições e também é recomendada uma análise psicológica e fisioterápica do futuro praticante. “Também não costumo recomendar a equoterapia para pessoas com alergias aos animais e com restrições ortopédicas”, explica Liana.
O trote que trata. Do site https://equoterapia.wordpress.com/2012/10/22/o-trote-que-trata/

Antes de começar o tratamento em si, Jorge Matsuda ainda recomenda que o paciente seja estudado por uma equipe interdisciplinar composta por profissionais das áreas de educação, saúde e equitação, quais sejam: pedagogos, professores de educação física, de ensino especial, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, médicos, profissionais de equitação habilitado em Equoterapia e outros. O praticante é avaliado pela equipe e a partir disso é elaborado um programa especial e definido os seus objetivos.
Criança sobre um cavalo e três pessoas estão ao seu redorNormalmente, as sessões são individuais e têm a duração média de 30 minutos cada. O tratamento em equoterapia dura em média dois anos no Centro Básico de Equoterapia General Carracho (CBEGC-DF), podendo ser reduzido ou dilatado em função do diagnóstico, da característica de cada praticante, do desenvolvimento do trabalho terapêutico e outros fatores intervenientes. Outra característica importante é que, para poder atuar no tratamento das pessoas com deficiência, os cavalos são selecionados e separados segundo uma série de características físicas e psicológicas e necessitam ser constantemente trabalhados e adaptados para a equoterapia.
Segundo profissionais da área, a equoterapia é indicada para o tratamento dos mais diversos tipos de comprometimentos motores, como paralisia cerebral, problemas neurológicos, ortopédicos, posturais; comprometimentos mentais, como a Síndrome de Down, comprometimentos sociais, tais como: distúrbios de comportamento, autismo, esquizofrenia, psicoses; comprometimentos emocionais, deficiência visual, deficiência auditiva, problemas escolares, tais como distúrbio de atenção, percepção, fala, linguagem, hiperatividade, e pessoas “saudáveis” que tenham problemas de posturas, insônia, stress.
Heitor Borella, que nasceu com paralisia cerebral, praticou equoterapia com a psicopedagoga Liana durante dois anos – de 2003 a 2005. “Só parei porque um médico orientou que eu parasse porque eu estava ficando corcunda e a terapia poderia prejudicar ainda mais”, explica o rapaz que hoje tem 19 anos, estuda jornalismo (quarto semestre) e é assistente administrativo da área de seguros do Itaú Unibanco Site externo.
Ele considera esse tratamento fundamental para a vida das pessoas com deficiência. “Essa prática mexe com todos os movimentos da pessoa. Traz benefícios enormes para a coluna e para as pernas. Fora isso, é ótimo para a parte psicológica, pois a oportunidade de ter contato direto com os animais acaba refletindo no psicológico. Ao fazer a terapia, percebi grande melhora no meu humor, na vontade de fazer as coisas e no ritmo de vida”, relata Heitor.
O jovem também recomenda que o paciente saiba esperar um pouco, pois os resultados não aparecem logo nas primeiras sessões. “Mas eu já vi caso de uma pessoa que não conseguia ficar sobre o cavalo e logo foi progredindo. Achei espetacular”, lembra. Ele também conta que descobriu essa terapia graças à Liana, que já foi a sua psicopedagoga. Ela começou a trabalhar com a equoterapia por volta do ano 2000, e ele se interessou pelo novo trabalho da Liana. “Demorei três anos para convencer a minha mãe”, conta. Para finalizar, uma dica de Liana: “Ter um animal em casa já ajuda muito. Além disso, está comprovado que ter um animal tira a pessoa do sedentarismo e traz benefícios para a rotina de vida e responsabilidades”, explica.

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Estudo: bebê nascido com cabeça grande tem mais chance de ser inteligente

Cientistas ingleses relacionam o perímetro cefálico no início da vida com futuras conquistas acadêmicas



Se o seu bebê nasceu com a circunferência da cabeça um pouquinho acima da média, não há porque se preocupar, segundo aponta um estudo da Universidade de Edimburgo (Reino Unido). O seu filho poder ter mais chances de ser um adulto inteligente e de conseguir um diploma universitário.
De acordo com a pesquisa, os indivíduos que, quando crianças, possuíam cabeças com circunferência maiores do que a média, foram significativamente mais capazes de concluir a formação acadêmica. Além disso, eles também apresentaram maiores pontuações em testes de raciocínio verbal e numérico.



A descoberta, comunicada pelo portal Independent, veio de um estudo amplo sobre a ligação entre genes, QI e saúde. Para chegar aos resultados, os pesquisadores da universidade inglesa examinaram amostras de saliva, sangue, urina e avaliações físicas e cognitivas de cem mil britânicos entre 37 e 73 anos.

Contraponto

No entanto, para o pediatra e neurologista Marcio Moacyr de Vasconcelos, presidente do departamento científico de neurologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, a inteligência é uma característica funcional do cérebro e não está relacionada ao tamanho dele. “Não há correlação ou função estreita, essa é uma associação fraca e frágil. Uma criança com cérebro maior pode até ser mais inteligente, mas isso não significa que uma coisa decorra da outra. Pode haver uma terceira variável. E se houver uma diferença na vida pessoal da criança? Se ela foi bem nutrida e nasceu com um perímetro cefálico maior? E se a mãe dela era mais sadia?”, questiona o especialista.
Atualmente, a ciência sabe que o tamanho do cérebro dos mamíferos, em geral, se manifesta como uma expressão direta ao tamanho do corpo do animal, ou seja, um é proporcional ao outro. “Há trinta mil anos, o precursor do Homo sapiens tinha um cérebro maior do que o nosso. E por que o nosso diminuiu? Porque o nosso corpo também reduziu de tamanho", justifica Vasconcelos.
É válido lembrar que a inteligência é determinada por diversos fatores, como a hereditariedade e fatores ambientais.  Portanto, garanta que seu filho cresça em um ambiente seguro, harmonioso e amoroso. Tudo isso, segundo o médico, é favorável ao aprendizado.

Quando o tamanho da cabeça preocupa?

Nos bebês nascidos a partir da 37ª semana gestacional, o perímetro cefálico pode variar de 33 a 35 cm. Só passa a ser estatisticamente anormal se ultrapassar 36 cm nas meninas e 37 cm nos meninos. “Mas isso não quer dizer, necessariamente, que o bebê tenha alguma deficiência. É só o pediatra que poderá analisar”, ressalta o especialista. Muitas vezes, as crianças possuem cabeça grande apenas por questões hereditárias. Outras podem ter um crescimento cefálico a partir do 6 meses de idade que se caracteriza como hidrocefalia benigna (circulação de líquido entre o crânio e o cérebro) que, como o nome diz, não é fatal e se resolve até os 2 anos de idade.
Porém, há casos em que a circunferência grande da cabeça é uma deficiência. As situações mais comuns são hidrocefalia congênita, tumores ou alguma síndrome genética. Nestes casos, o acompanhamento médico é fundamental.

A criança com dor de cabeça: é enxaqueca?

Toda mãe fica incomodada quando escuta o filho reclamar de dor de cabeça e, em geral, pensa no pior: tumor, aneurisma, vaso que estourou... uma loucura! Ao procurar o pediatra, a saída é sempre a mesma: encaminhamento ao oftalmologista e uma radiografia da face, para investigação de uma possível sinusite na criança. Com exames alterados ou não, tratando ou não, a dor persiste e nada resolve. Se identificou?
O que quase ninguém fala para os pais é que há mais de 200 tipos de dor de cabeça na infância e que as dores por motivo ocular representam menos de 1% desse universo. Pior: dificilmente uma criança com menos de 5 anos terá seios paranasais maduros para ter uma sinusite aguda bacteriana. Outro dado importante é que a dor de cabeça causada por doenças graves, como tumor, aparece em menos de 1% das crianças com o sintoma. Mas o que explica então, esses episódios de dor? Segundo os estudos, a dor de cabeça cronica, na infância, em mais de 90% dos casos é causada mesmo por enxaqueca. 


A enxaqueca é uma doença benigna e hereditária. As alterações genéticas provocam alterações químicas no cérebro, que trazem crises de dor de cabeça, como respostas a desequilíbrios do organismo no dia-a-dia. Os pais podem suspeitar do problema na criança se a dor acontece sem nenhum motivo aparente, como uma virose ou gripe, e repete na semana seguinte ou no próximo mês. As atividades do dia-a-dia também ficam comprometidas. 
Nas crises, a criança pára de brincar e deita, fica mais sensível à luz e ao barulho, fecha os olhos, tem náuseas e pode até vomitar. Uma característica do desconforto é quando a dor ocorre somente de um lado da cabeça da criança, lateja e piora com esforço físico. Toda criança com dor de cabeça freqüente precisa ser encaminhada ao especialista, para identificar a causa. 

Deixar a criança sem um diagnóstico piora sua qualidade de vida e seu rendimento escolar, além de atrapalhar a rotina dos pais. Por isso, quanto antes a enxaqueca for diagnosticada e tratada, menor a chance de o problema persistir atrapalhando a criança ao longo de sua vida. 

Há atualmente várias formas de se tratar a enxaqueca, com medicamentos ou não. Contudo, a prevenção, através de mudanças nas rotinas de vida (sono e atividade fisica) ainda é o melhor remédio. Alguns alimentos -- como chocolate, café, queijo, maionese, mostarda, catchup também são responsáveis por desencadear crises, e devem ser eliminados da rotina da criança. O excesso de luminosidade, o uso frequente de eletronicos e o acúmulo de atividades extracurriculares também devem ser revistos. 
Porém, como sempre, uma boa avaliação individual por um especialista e a introdução de medidas de rotinas direcionadas aquela criança, serão as medidas mais importantes para o diagnóstico e o tratamento de seu filho. Por isso, fique atento!

Quantos mais livros em casa, melhor a capacidade de leitura da criança

Pediatric Academic Societis Meeting comprova o que já sabíamos: ler para o seu bebê ajuda no desenvolvimento dele



No início deste mês, o jornal Pediatric Academic Societies Meeting publicou um novo estudo que mostra que a proximidade das crianças com os livros ainda na primeira infância pode aumentar as habilidades delas com o vocabulário e a leitura nos anos seguintes.

A descoberta dos pediatras foi reveladora: eles perceberam que aquilo que os bebês escutam nas leituras permanece com eles e exerce influência no aprendizado quatro anos depois, quando chega a hora de ingressar no ensino primário. Para chegar a esse resultado, os especialistas analisaram, durante quase 4 anos, a compreensão da linguagem e as habilidades de leitura em mais de 250 mães e seus filhos de 6 meses até eles completarem 4 anos e meio.
A conclusão a qual os pediatras chegaram foi é que, quantos mais livros a família tiver em casa, mais desenvolvida será a linguagem da criança no futuro. Como explica uma das cientistas responsáveis pelo estudo, famílias que possuem 100 livros em casa têm filhos com capacidade de leitura de 1 ano e meio à frente de outras crianças de mesma idade. Conforme o número de livros aumenta, mais avançada é a habilidade do pequeno. “Mas não é só sobre ter 100 ou 500 livros em casa. O que eles querem dizer é que, quando existe uma imersão literária no lar, a criança tem maiores chances de ter contato com a leitura e isso exerce influência no desenvolvimento da linguagem dela. Os 100 livros são, na verdade, 100 oportunidades de a criança ter alguém interpretando uma história para ela”, analisa a psicopedagoga Irene Maluf, membro da Associação Brasileira de Psicopedagogia.
Além da quantidade de livros disponíveis, os autores da pesquisa americana também apontaram dois outros fatores importantes para iniciar a criança nesse mundo: a quantidade de dias por semana que a mãe lia para a criança e a qualidade dessa leitura (o que, para efeitos do estudo, equivalia a conversas sobre a história do livro e comentários sobre as emoções dos personagens do livro).
“Essa pesquisa traz dados bem razoáveis, parecidos com o que a gente vê na realidade”, complementa Irene. Ainda assim, segundo ela, o ideal é começar a ler para a criança quando ela ainda está no útero: “É interessante porque, durante essa leitura, a mãe privilegia a atenção a ele e já cria um contato, um laço. Ele pode não entender ainda, mas vai escutar. É um momento de relacionamento afetivo que tem influência nos anos seguintes”.
3 dicas para ler para o seu filho
- Ao contar uma história de forma oral, consequentemente fazemos entonações e tons de voz diferentes para demonstrar emoções. Ainda que a criança não entenda do que se trata, ela recebe uma estimulação auditiva durante a situação;
- Conforme o bebê cresce e durante a fase “toddler” (de 1 a 3 anos), livros com figuras, cores e objetos são importantes no desenvolvimento da linguagem;
- Pais que leem em casa já dão o exemplo, mas é necessário conscientizar a criança sobre a importância de ler: comente sobre a leitura com seu filho, explicando que você lê para aprender coisas novas, para se divertir, para conhecer uma nova língua, etc.

A maneira como bebês olham para rostos pode dar novas pistas sobre o autismo

Pesquisa conduzida por cientistas da Universidade de Washington mostrou que a maneira com que olhamos uns para os outros é determinada por um forte componente genético e isso pode ser um caminho para descobrir quais genes estão diretamente ligados ao transtorno do espectro autista



Retirado da excelente revista CRESCER

A ciência já sabe que crianças autistas olham menos para rostos e mais para objetos do que as que têm desenvolvimento típico. Mas não é só isso. Uma nova pesquisa da Universidade de Washington mostrou que a genética é o fator decisivo para essa diferença.

No estudo, os cientistas analisaram os movimentos oculares de 338 bebês entre 1 ano e meio e dois anos, levando em consideração para onde direcionavam o olhar ao ver uma cena com diversos elementos. Entre eles havia 250 crianças de desenvolvimento normal (41 pares de gêmeos idênticos, 42 pares de gêmeos não idênticos e 84 crianças sem parentesco) e 88 crianças com autismo.
Durante os testes, os pequenos assistiram a vídeos de mulheres e crianças brincando em uma creche. Os resultados surpreenderam os cientistas, pois mostraram que os movimentos dos olhos dos gêmeos idênticos ao encarar a cena foram iguais em 91% do tempo. No caso, dos gêmeos não idênticos, a semelhança caiu para 35% e quando os dados de duas crianças sem nenhum parentesco foram comparados não houve coincidência alguma.
Isso mostra que a genética é o fator determinante para a maneira como os bebês interagem em suas primeiras experiências sociais como fazer contato visual ou observar expressões faciais. O próximo passo da pesquisa é descobrir que genes se manifestam no controle visual, e, como essa é uma grande diferença entre as crianças autistas e as de desenvolvimento normal, isso pode se tornar um campo de pesquisa promissor para tratamentos do transtorno.
De acordo com Alysson Muotri, diretor do programa de células-tronco da Universidade da Califórnia em San Diego, a pesquisa comprova que existe um componente genético muito forte na visualização de cenas sociais e, como isso está fora de sincronia em autistas, é mais uma evidência da significativa contribuição dos genes para essa condição. “Como são diversos genes implicados no autismo, descobrir exatamente quais estariam ligados a visualização social é um desafio grande, mas importantíssimo para entender esse mecanismo e, quem sabe, desenvolver tratamentos que sejam mais específicos para auxiliar os autistas”, explica.

domingo, 17 de setembro de 2017

Entenda os tipos de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH)

Há três tipos de TDAH: o desatento, o do tipo combinado e o hiperativo-impulsivo


O dia 19 de setembro é o dia nacional da consciência do TDAH, nos Estados Unidos, e apesar de muito ser falado sobre o tema, muitas pessoas ainda acham que a hiperatividade, a inquietude e a impulsividade ocorre em todas as crianças portadoras de TDAH (Transtorno de Déficit de atenção com hiperatividade). Há um grande equívoco nesse conceito, é o que afirma o neuropediatra do Instituto NeuroSaber Dr. Clay Brites.
Para o especialista, muitos mitos ainda persistem em torno do assunto. Segundo Brites, cerca de 30% a 40% das crianças com TDAH não são impulsivas e hiperativas. "Elas são simplesmente desatentas em excesso. Ou seja, apresentam déficit de atenção".
Segundo o neuropediatra, há três tipos de TDAH: o desatento, o do tipo combinado e o hiperativo-impulsivo. O desatento é o transtorno em que a criança é quieta, não dá trabalho na sala de aula e ainda é tímida. "O aluno introspectivo com o transtorno, não pergunta, não faz questionamentos e precisa muitas vezes do professor para estimula-lo a raciocinar, a pensar e a participar da aula".
Nos casos onde o TDAH cursa com a criança, o neuropediatra diz que é esperado esse estudante ser extremamente desatento, distraído, esquecido, não consegue terminar o que começa, além de ter baixo rendimento em várias matérias. "O quadro começa muitas vezes lá atrás, mas ninguém identifica porque essa criança é muito quieta, ela não dá trabalho na escola então ninguém encaminha para o médico".
No outro tipo combinado, Brites comenta que a criança tem tanto déficit de atenção como sinais de hiperatividade e impulsividade. Por esse motivo, ela é mais precocemente identificada e a escola encaminha geralmente mais cedo para avaliação do neurologista. "Os pais também acabam procurando equipes multidisciplinares para entender porque o filho é tão inquieto, agitado, impulsivo, não para e não aprende com os próprios erros".
Para ele, essas crianças têm muita dificuldade de aguardar a vez e de esperar. São altamente impulsivas, criam grandes problemas de relacionamento social na escola e em casa. "Uma boa porcentagem evolui para quadro opositor desafiador".
"Já o tipo hiperativo-impulsivo, trata-se de uma categoria onde somente o comportamento é afetado e não a desatenção excessiva e pode resultar em grandes prejuízos na socialização", informa.
Em todos os casos, Brites ressalta que essas crianças precisam de ajuda. Mas para isso, é fundamental conhecer o transtorno para poder identificar os tipos de TDAH. Dessa forma, professores, pais e profissionais de saúde não irão deixar passar despercebido nenhumas das condições.
"O transtorno leva a severos prejuízos a médio e longo prazo na aprendizagem escolar, na interação social e na capacidade de reagir de forma adequada, afetivamente positiva, frente a situações que envolvam frustação ou confusões sociais. Quanto mais cedo for o diagnóstico, mais fácil e rápido será o tratamento e a recuperação dessa criança", conclui.

Entenda mais sobre o transtorno e veja como ajudar o seu filho


Você já deve ter ouvido sobre ele: o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (ou simplesmente TDAH) é bastante conhecido pelas famílias – e pela ciência também! Há anos, ele vem sendo muito estudado pela psiquiatria e psicologia. Mais de 29 mil pesquisas já foram feitas sobre o assunto. A seguir, confira perguntas e respostas. 

O que é TDAH?
É um transtorno neurobiológico do desenvolvimento que leva à impulsividade, hiperatividade e falta de atenção. Todos os seres humanos presentam algum desses sintomas, mas em certas pessoas eles se combinam e se manifestam com tanta intensidade e frequência que atrapalham o desenvolvimento, prejudicam as atividades do dia a dia e levam a prejuízos nos âmbitos familiar, escolar e social – é aí que se identifica o TDAH. As crianças com esse transtorno têm menos atividade elétrica e reagem menos a certos estímulos, além de terem partes do cérebro menores que o normal. Também têm dificuldade de regular dopamina e norepinefrina, substâncias essenciais para a concentração e o controle de impulsos.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico é inteiramente clínico, com parâmetros bem estabelecidos, feito com base nos sintomas, isto é, sem exames laboratoriais. Não é necessário realizar ressonância, eletroencefalograma ou qualquer outro exame que avalie características físicas. Além do psiquiatra, outros profissionais, como psicólogos, pediatras e neurologistas especializados na doença, também podem auxiliar no processo de diagnóstico. As manifestações clínicas costumam começar antes dos 7 anos, mas se confundem com a agitação e a insubordinação compatíveis com a idade pré-escolar. A maioria das crianças abandona essas características quando cresce e é por esse motivo que o diagnóstico não pode ser fechado antes disso.

Como é o tratamento?
Casos leves de desatenção ou hiperatividade não são classificados como TDAH. Quando há um diagnóstico fechado os medicamentos de uso controlado são necessários. Se os remédios forem tomados corretamente, conforme prescrito pelo médico, raramente se associam à dependência. O tratamento pode ser interrompido rapidamente, sem problemas. Como o TDAH é uma doença que em geral se estabiliza com a chegada àidade adulta, a pessoa para de tomar remédios na grande maioria dos casos

terça-feira, 5 de setembro de 2017

E-book Mitos e Verdades sobre o TDAH

Escrito pelo neuropediatra Clay Brites, e-book está liberado para download. Especialista faz alerta sobre informações deturpadas e preconceituosas, destaca conceitos equivocados e ressalta que o TDAH não é um problema social ou culpa de pais e educadores.



segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Musicoterapia como opção terapêutica


Retirado do site Saúde com ciência, da UFMG, uma reportagem sobre musicoterapia e seus beneficios para os pacientes autistas e com atrasos da fala e do desenvolvimento em geral. Se quiser acessar o site, clique aqui: http://sites.medicina.ufmg.br/radio/2017/08/25/praticas-integrativas-e-complementares/. Ou ouça o programa abaixo: