domingo, 30 de dezembro de 2012

João, presta atenção! ( DISLEXIA)

Se não aparecer, clique aqui embaixo, no mais informações



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sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Inteligencia ou persistencia?

Nada no mundo se compara à persistência. Nem o talento; não há nada mais comum do que homens malsucedidos e com talento. Nem a genialidade; a existência de gênios não recompensados é quase um provérbio. Nem a educação; o mundo está cheio de negligenciados educados. A persistência e determinação são, por si sós, onipotentes. O slogan "não desista" já salvou e sempre salvará os problemas da raça humana.

Calvin Coolidge

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Dislexia?


A dislexia é o distúrbio ou transtorno de aprendizado na área da leitura, escrita e soletração de maior incidência nas salas de aula, de acordo com a Associação Brasileira de Dislexia (ABD). Mas engana-se quem pensa que resulta de má alfabetização, desatenção, desmotivação, condição sócio-econômica ou baixa inteligência.
A ABD afirma que é uma condição hereditária com alterações genéticas, apresentando ainda modificações no padrão neurológico. Deve ser diagnosticada por uma equipe multidisciplinar (psicóloga, fonoaudióloga, psicopedagoga clínica e outros profissionais, se necessário).
Confira, abaixo, os sinais listados pela ABD:
Antes de ingressar no ensino fundamental

1) Dispersão;
2) Fraco desenvolvimento da atenção;
3) Atraso no desenvolvimento da fala e da linguagem;
4) Dificuldade em aprender rimas e canções;
5) Fraco desenvolvimento da coordenação motora;
6) Dificuldade com quebra-cabeças;
7) Falta de interesse por livros impressos;
Na idade escolar
8) Dificuldade na leitura e escrita;
9) Pobre conhecimento de rima (sons iguais no final das palavras) e aliteração (sons iguais no início das palavras);
10) Desatenção e dispersão;
11) Dificuldade em copiar de livros e da lousa;
12) Dificuldade na coordenação motora fina (desenhos, pintura) e/ou grossa (ginástica, dança);
13) Desorganização geral, com constantes atrasos na entrega de trabalhos escolares e perda de materiais;
14) Confusão entre esquerda e direita;
15) Dificuldade em manusear mapas, dicionários, listas telefônicas;
16) Vocabulário pobre, com sentenças curtas e imaturas ou longas e vagas;
17) Dificuldade na memória de curto prazo (instruções, recados);
18) Dificuldades em decorar sequências (meses do ano, alfabeto, tabuada);
19) Dificuldade em matemática e desenho geométrico;
20) Dificuldade em nomear objetos e pessoas (disnomias);
21) Troca de letras na escrita;
22) Dificuldade para aprender uma segunda língua;
23) Problemas de conduta como depressão, timidez excessiva ou o palhaço da turma;
24) Bom desempenho em provas orais;
Adultos (se não tiveram acompanhamento adequado)
25) Continuada dificuldade na leitura e escrita;
26) Memória imediata prejudicada;
27) Dificuldade na aprendizagem de uma segunda língua; 
28) Dificuldade em nomear objetos e pessoas (disnomia);
29) Dificuldade com direita e esquerda;
30) Dificuldade em organização;
31) Aspectos afetivos emocionais prejudicados, trazendo como consequência: depressão, ansiedade, baixa autoestima e, algumas vezes, o ingresso para as drogas e o álcool.http://saude.terra.com.br/confundir-direita-e-esquerda-conheca-31-sinais-da-dislexia,d05d77555ac4a310VgnVCM20000099cceb0aRCRD.html

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Os pais e filhos da atualidade

Meu filho, você não merece nada
"Ao conviver com os bem mais jovens, com aqueles que se tornaram adultos há pouco e com aqueles que estão tateando para virar gente grande, percebo que estamos diante da geração mais preparada – e, ao mesmo tempo, da mais despreparada. Preparada do ponto de vista das habilidades, despreparada porque não sabe lidar com frustrações. Preparada porque é capaz de usar as ferramentas da tecnologia, despreparada porque despreza o esforço. Preparada porque conhece o mundo em viagens protegidas, despreparada porque desconhece a fragilidade da matéria da vida. E por tudo isso sofre, sofre muito, porque foi ensinada a acreditar que nasceu com o patrimônio da felicidade. E não foi ensinada a criar a partir da dor. 
 Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios, é fluente em outras línguas, viajou para o exterior e teve acesso à cultura e à tecnologia. Uma geração que teve muito mais do que seus pais. Ao mesmo tempo, cresceu com a ilusão de que a vida é fácil. Ou que já nascem prontos – bastaria apenas que o mundo reconhecesse a sua genialidade"

texto completo: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI247981-15230,00.html

do site: http://cultodaostraazul.blogspot.com.br/

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Familia, comportamento e aprendizagem em pleno século XXI: o que os pais de hoje em dia andam fazendo?

     Em tempos de grande cobrança escolar e inúmeros estudos sobre alterações de comportamento ( como o TDAH) e transtornos de aprendizagem ( como a dislexia e a discalculia), o diagnóstico que mais vemos na prática clínica é o de dificuldade de aprendizagem. As famílias e escolas querem sempre o caminho mais fácil: um exame, um remédio - "fraco" ou "natural", de preferência e, pronto, resolvido o problema.
     Contudo, muito mais importante que isso, é uma reflexão que as famílias se recusam a fazer: qual o seu papel na formação cognitiva, comportamento e aprendizagem das crianças? Por que seu filho é agressivo? Ou agitado? Desobediente? Não pára? Não aprende? Por que diabos a escola te chama tanto para reclamar dele? Já adianto que as crianças seguem exemplos, e as motivações são reflexo do meio social - e familiar em que vivem.
      Os valores do ambiente familiar refletem-se nas motivações, na personalidade e nas atitudes das crianças. Em resumo: algumas crianças são capazes de inibir a agressividade, visto que aprenderam em casa que a agressão conduz ao castigo. Outras, no entanto, são encorajadas a expressar sentimentos agressivos e, conseqüentemente são mais inclinadas às brigas, birras e desafios quando contrariadas. Além disso: crianças que apanham, aprendem a resolver suas frustrações batendo. Criança que não é corrigida com firmeza e sem agressividade quando agride, aprende que isto é aceitável em seus momentos de contrariedade ( por que seu filho bate nas outras pessoas, então?)
         As diferenças de estimulos e motivação de realização dadas dentro de casa também influenciam o comportamento das crianças. Pais que, em geral, valorizam a capacidade de realização de seus filhos, recompensando-os com freqüência, formam crianças interessadas em estudar. Os que não valorizam o esforço e capacidade de realização dos filhos, porém, formam crianças mais propensas às dificuldades no estudo, que consideram a escola chata, e com grande probabilidade de se converterem em "problemas escolares".
          Contudo, um alerta: recompensar a criança e presenteá-la são coisas bastante diferentes. Comumente vemos crianças com dificuldades escolares, comportamento inadequado ou agressivas recebendo inúmeros presentes dos pais - que, as vezes, o fazem com grandes dificuldades. Saber o momento de presentear uma criança é papel de quem quer formar um cidadão. Independentemente da idade de seu filho!
          A diferença na fala e no vocabulário, já nos pré-escolares também exerce forte impacto na aprendizagem escolar da criança. Meninos que possuem melhor vocabulário, articulam com maior perfeição, falam corretamente e constroem frases mais elaboradas tem rendimento escolar superior aos outros, no futuro. Neste contexto, o aumento de estímulo ambiente de uma criança antes dos 5 anos de idade pode levá-la a intensificar seu interesse pela linguagem e a melhorar sua expressão verbal. Isso é muito importante uma vez que a aprendizagem complexa e a formação de conceitos depende muito da linguagem. Cabe, porém, um alerta: ambientes familiares superprotetores também podem privar a criança de um desenvolvimento autônomo, reforçando, por exemplo, uma fala infantilizada.      

         Dentre os inúmeros fatores que interferem no processo de ensino-aprendizagem e que prejudicam as crianças, muitas vezes severamente, o principal costuma ser a ineficiente educação familiar. Os pais, de forma deliberada ou inconscientemente, serão os responsáveis por permitir ou obstruir o processo de construção da individualidade de seus filhos. E precisam criar um ambiente familiar que satisfaça as necessidades básicas de afeto, apego, desapego, segurança, disciplina, aprendizagem e comunicação, pois é nele que se estrutura a mais importante forma de aprendizagem: a capacidade de aprender a se relacionar com o outro.
           Por trás de grande parte dos distúrbios de aprendizagem ou de inadaptação da criança à escola, esconde-se algum tipo de tensão emocional cuja origem encontra-se no universo familiar. Não é possível compreender a criança separada de seu lar; ela só pode obter maturidade emocional e aprender quando os adultos com os quais ela convive são emocionalmente maduros.
          Ressalta-se, finalmente, a influência do fator emocional
sobre a aprendizagem das crianças. De nada adianta ter um alto desenvolvimento cognitivo se não se tem controle sobre suas emoções. O autoconceito, moldado durante o convívio familiar, também é fundamental: quem se julga capaz de aprender, aprende bem mais e melhor do que quem se julga incapaz para tal.
          Em suma, se os pais soubessem o poder e a força de seus atos em casa e do contato com seus filhos, a importância de estimular precocemente as crianças e de se ter relações saudáveis em família, as dificuldades de aprendizagem seriam bem menos frequentes....


terça-feira, 3 de julho de 2012

Idade em que criança com TDAH começa a ser tratada é determinante para melhora do desempenho escolar

Pesquisadores da Faculdade de Medicina Mount Sinai, nos Estados Unidos, e da Universidade da Islândia identificaram uma relação entre a idade em que uma criança com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) começa a receber o tratamento para o problema e o seu desempenho escolar ao longo dos anos. Segundo o estudo, jovens que iniciaram o tratamento aos dez anos apresentaram melhores resultados em testes de matemática após três anos do que aqueles que passaram a tomar os medicamentos a partir dos 12 anos de idade. A pesquisa foi publicada nesta segunda-feira na revista Pediatrics.



Ao todo, o trabalhou acompanhou 11.872 crianças islandesas que começaram a tomar medicamentos para TDAH em diferentes idades. Os pesquisadores aplicaram testes que avaliaram o desempenho acadêmico desses jovens quando eles estavam na quarta série do ensino fundamental (e tinham entre nove e dez anos de idade) e quando eles estavam na sétima série (entre 12 e 13 anos). Depois, eles compararam os resultados das duas avaliações.


No geral, as crianças que começaram a tomar medicamentos para TDAH logo após realizarem os testes aplicados na quarta série do ensino fundamental tiveram uma piora de 0,3% nos resultados do segundo teste de matemática em comparação com o primeiro. Por outro lado, os jovens que passaram a receber o tratamento apenas entre a sexta e a sétima série apresentaram um declínio de 9,4% entre uma prova e outra. Os autores também concluíram que, enquanto entre as meninas o tratamento melhorou somente o desempenho em matemática, entre os meninos o benefício também ocorreu em relação aos testes relacionados à linguagem e à literatura.
Mais medicamentos — Um estudo publicado recentemente também no Pediatrics mostrou que as crianças americanas estão tomando menos antibióticos, mas maiores quantidades de remédios para TDAH. Essa pesquisa indicou que o número de prescrição dessas drogas aos jovens de até 17 anos aumentou em 46% entre 2002 e 2010 no país.

Do site da Veja:  http://veja.abril.com.br/noticia/saude/idade-em-que-crianca-com-tdah-comeca-a-ser-tratada-e-determinante-para-melhora-do-desempenho-academico

sábado, 23 de junho de 2012

Filhos de pais que ‘não se dão’ têm tendência a comportamentos de risco

Do site Hyperscience.com


Crianças que vivem em casas onde o ambiente é hostil têm maiores chances de se envolverem com drogas e se tornarem sexualmente ativos ainda muito jovens, de acordo com uma pesquisa. Também se constatou que elas têm um terço a mais de chances de se tornarem alcoólatras, em comparação a crianças criadas por pais solteiros.
O estudo realizado por Kelly Musick, da Universidade Cornell, em Nova York, mostrou que crianças criadas em lares violentos têm maiores riscos de terem problemas mentais, comportamentais e de relacionamento.
O estudo chegou à conclusão que crianças criadas em lares mais tranqüilos, apenas com o pai ou a mãe, têm melhores chances de ir bem na escola, em comparação com aquelas criadas em lares conflituosos.
Uma em cada cinco crianças de famílias infelizes afirmaram ter feito sexo antes dos 16 aos, e a mesma porcentagem registrou morar com um companheiro aos 21 anos. Quase uma em cada dez pessoas tiveram filhos fora do casamento.
“Nossos resultados mostram claramente que, embora as crianças tendam a ter vidas melhores com os pais casados, as vantagens de viver com eles não são adequadas a todas as crianças”, afirma Musick. O estudo utilizou dados de entrevistas feitas com quase duas mil famílias, e estudou crianças desde os quatro até 34 anos de idade

Reportagem do jornal Telegraph

Nos EUA, crianças e adolescentes estão tomando menos antibióticos e mais medicamentos para TDAH

Do site da revista Veja:
Link para a reportagem

Segundo um levantamento feito pelo Food and Drug Administration (FDA), órgão americano que regula alimentos e medicamentos, o número de prescrições de antibióticos destinadas a crianças e adolescentes é menor do que há oito anos, nos Estados Unidos. Por outro lado, são cada vez mais prescritas drogas para transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e asma. O trabalho foi publicado nesta segunda-feira no Pediatrics, periódico oficial da Associação Americana de Pediatria.

Esses dados foram baseados nas prescrições médicas preenchidas no país entre os anos de 2002 e 2010 para jovens com até 17 anos de idade. De acordo com o estudo, em 2010 foram registradas 263,6 milhões de prescrições de medicamentos em geral a pessoas dessa faixa etária — 7% a menos do que em 2002. As prescrições para pacientes adultos, porém, aumentaram em 22% nesse mesmo período.
O levantamento indicou que, nesses oito anos, as prescrições de antibióticos a bebês, crianças e adolescentes caiu 14%, embora esse tipo de remédio ainda seja o mais frequentemente fornecido para pacientes pediátricos no país. Além dos antibióticos, também foram menos prescritos medicamentos para alergia (-61%), tosse e resfriados (-42%), dor (-14%) e depressão (-5%). Por outro lado, aumentou o número de prescrições para anticoncepcionais (+93%) e remédios para tratar TDAH (+46%) e asma (+14%).

TDAH — Para Alessandra Cavalcante, pediatra do Hospital São Luiz, em São Paulo, a razão do aumento da prescrição de medicamentos para TDAH não está relacionada a um excesso de diagnósticos, mas sim a um maior nível de informação de pais e médicos. "Isto é uma coisa boa, já que o transtorno, quanto mais cedo for tratado, menos problemas causará no futuro", diz a médica.
De fato, ao menos nos Estados Unidos, onde o levantamento foi feito, mais jovens estão sendo diagnosticados com TDAH e cada vez mais cedo. Um trabalho feito na Universidade de Northwestern e publicado em março deste ano também na revista Pediatrics mostrou que, em dez anos, o número de pessoas menores do que 18 anos diagnosticadas com o transtorno aumentou 66% no país. Além disso, em outubro de 2011, a Academia Americana de Pediatria reduziu a idade mínima para diagnóstico e tratamento de TDAH de seis para quatro anos.
Brasil — Embora um levantamento como esse não tenha sido feito no Brasil, Alessandra Cavalcante também percebeu na prática clínica o aumento dos tratamentos destinados a crianças com TDAH. Da mesma forma, ela acredita que os jovens brasileiros estão tomando mais remédios para asma e mais anticoncepcionais. "O aumento da incidência de asma é visível, especialmente em São Paulo, onde a poluição é forte. Além disso, como os jovens entram na vida sexual cada vez mais cedo, os contraceptivos estão se tornando mais comuns."
No entanto, a médica acredita que não tenha acontecido uma redução significativa nas prescrições de antibióticos a pacientes infantis. "Ainda temos um grande número de prescrições de antibióticos sem necessidade. Precisamos acabar com o culto ao pronto-socorro. As famílias devem, sempre que possível, procurar o pediatra que acompanha a criança e conheça o seu histórico", afirmou.

terça-feira, 5 de junho de 2012

sábado, 7 de abril de 2012

TDAH x drogas/criminalidade: o que se sabe?




Embora se saiba dos problemas sociais, familiares e escolares relacionados a presença de TDAH, um dado mais alarmante vem chamando a atenção da comunidade científica: a propensão destas crianças a desenvolverem no futuro comportamento criminoso, transtornos psiquiatricos e dependencia de drogas.

Em um estudo desenvolvido em Nova York em 2006, com adultos que persistiram com TDAH e nunca foram tratados, a incidencia de transtornos de humor (depressão, distimia, transtorno bipolar), transtornos de ansiedade ( transtorno de ansiedade generalizada, T. pânico, fobia, agorafobia) e abuso de substancias ( alcool, cigarro e drogas ilícitas) mostrou-se incrivelmente maior no grupo dos adultos não tratados com TDAH, em relação a populaçcao em geral. A incidencia de depressão maior mostrou-se 2,7 vezes maior e a de t. de ansiedade generalizada 3,2 vezes maior no grupo dos pacientes com TDAH em relação a população.
( Referência Kessler et al.: The prevalence and correlates of adult ADHD in the United States: results from the National Comorbidity Survey Replication. Am J Psychiatry. 2006 Apr;163(4):716-23)

Em um outro estudo realizado em Nova York em 2008, o acompanhamento das crianças com TDAH com e sem tratamento mostrou dados ainda mais alarmantes ( coorte histórico). O número de prisões, condenações e encarceramento em pacientes com TDAH não tratados foi expressivamente maior do que nos individuos sem TDAH ou que tiveram tratamento/acompanhamento adequado ao longo da infância. Além disso, o comportamento antisocial e a incidencia de uso/abuso de drogas também foi maior no grupo dos pacientes com TDAH que nunca foram tratados.
(Referencia: Mannuzza, S., Klein, R.G., & Moulton, J.L., III Lifetime criminality among boys with ADHD: a prospective follow-up study into adulthood using official arrest records. Psychiatry Research, 160, 237-246)

Por fim, um estudo antigo publicado na prestigiada revista Pediatrics, em 1999, mostra que tais informações são velhas conhecidas da comunidade científica.Segundo o estudo, o tratamento medicamentoso do TDAH reduziria o risco de transtorno de conduta e abuso de drogas na adolescencia e idade adulta.
( Ref:. Biederman, J., et al. Pharmacotherapy of attention-deficit/hyperactivity disorder reduces risk for substance use disorder. Pediatrics 104(2):e20, 1999)

É claro que a opção por não tratamento não significa que a criança desenvolverá qualquer dos distúrbios psiquiátricos ou de conduta citados, mas fica a dúvida: existindo a opção de tratamento, vale a pena desprezá-la? Não existe espaço no século 21 para as velhas desculpas do tipo: "o médico na televisão falou que TDAH não existe", "tem uma professora de medicina em Campinas que fala que para tratar esse tipo de coisa não se usa remédio forte", "o moço do jornal falou que o remédio é forte e vicia" ou mesmo a velha conversa de que " eu era assim quando criança", " ela fica procurando coisas para o menino" ou " a mãe dele não dá limites"...

O TDAH é mais do que comprovado e estudado na literatura, tem repercussões importantes na vida social, escolar, familiar e afetiva da criança e pode causar sérias repercussões na adolescência e idade adulta. E a pergunta que fica é: vale a pena negar sua existência ou a presença em seu filho? Vale a pena arriscar seu futuro? Escolher não tratá-lo não é a pior forma de virar as costas para as dificuldades e para o sofrimento de seu filho por vaidade, arrogância ou conveniência pessoal? Com a palavra, os principais responsáveis pela formação de adultos sérios, responsáveis e produtivos para a sociedade: os pais.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Erros inatos do metabolismo: nem tudo é paralisia cerebral!



Os erros inatos do metabolismo( EIM) são distúrbios bioquímicos, geneticamente determinados, nos quais um defeito enzimático especifico produz um bloqueio metabólico que pode originar uma doença. Suas principais manifestações neurológicas são atraso no desenvolvimento motor ou intelectual das crianças, embora boa parte das vezes os sintomas sejam de regressão do desenvolvimento motor ou intelectual.
Comumnete, faz-se nestas crianças o diagnostico de paralisia cerebral. Este diagnóstico, além de errado, impede o tratamento e aconselhamento genético adequado dos familiares. Além disso, não permitem que os pais entendam a real causa da regressão do desenvolvimento dos filhos, a evolução/piora progressiva dos sintomas e, sobretudo, não esclarece a familia das possibilidades de outra criança ou adulto da familia ser portador de um gene ou doença progressiva - que pode ainda não ter se manifestado.
Os EIM embora tidos como raros, são na verdade, pouco conhecidos e pouco diagnosticados, e compreendem mais de 700 distúrbios, a maioria deles relacionados à síntese, degradação, transporte e armazenamento de moléculas no organismo. Eles são relativamente frequentes em seu conjunto, apresentando uma incidência cumulativa estimada em 1:1000 recém-nascidos vivos. A incidência e a frequência de doenças individuais variam baseadas na composição racial e étnica da população e nos níveis de investigação dos programas de triagem neonatal disponíveis.
As alterações ocorrem ao nível molecular, causando ausência de síntese de uma enzima, síntese de enzima com atividade deficiente, que pode ser de diversos graus, ou ainda a destruição exagerada de uma enzima normalmente sintetizada levando ao bloqueio de diversas vias metabólicas. Esse bloqueio, além de induzir o acúmulo de substâncias tóxicas e/ou falta de substâncias essenciais, pode gerar problemas no desenvolvimento físico e mental dos pacientes.

Formas leves, moderadas ou graves de uma mesma doença caracterizam a grande variabilidade clínica dos EIM e a deficiência de diferentes enzimas determinantes de um mesmo quadro clínico caracteriza a sua heterogeneidade genética.

O diagnóstico definitivo de um EIM depende principalmente da suspeita clínica.A adequada solicitação e realização de exames complementares é importante para que se possa estabelecer um tratamento específico e permitir o aconselhamento genético dos casais em risco.
SINAIS E SINTOMAS
Os EIM podem se apresentar em qualquer faixa etária, desde a vida fetal até a idade adulta, com predomínio entre o período neonatal e os 10 anos de idade.

Antes do nascimento, o feto está relativamente protegido dos malefícios de uma doença metabólica em virtude da função da placenta materna tanto para o fornecimento de nutrientes quanto para a filtragem de metabólitos tóxicos. Por isso, muitas doenças metabólicas se apresentam nos primeiros dias de vida após o nascimento, pois o bebê não pode mais se beneficiar da ajuda fisiológica da mãe para compensar suas deficiências.

No início, os sinais e sintomas das doenças podem ser sutis e dependendo do grau de deficiência metabólica vão se tornando cada vez mais aparentes e difíceis de tratar.Deve-se suspeitar de EIM sempre que o paciente apresentar história de irmãos falecidos no período neonatal sem diagnóstico etiológico, membros da família com sintomas clínicos não esclarecidos e a existência de consanguinidade.

Na história patológica pregressa do paciente pode haver relato de vômitos crônicos ou anorexia persistente acompanhados de um baixo desenvolvimento pondero-estatural, hipotonia, atraso no desenvolvimento neuropsicomotor e recusa por determinados alimentos, principalmente proteínas. Também é preciso estar atento aos sintomas desencadeados por infecções, jejum prolongado, vômitos, ingestão de alimentos tóxicos ou exercício intenso.

No período neonatal, os EIM podem se apresentar como sintomas neurológicos, alimentares e respiratórios, tais como: hipotonia, letargia, coma, convulsões, diarréia, vômitos, icterícia, hepatomegalia, falência hepática, hipoglicemia, cardiomiopatia, arritmia, hiperamonemia, acidose metabólica e outros. Cerca de 1/3 dos casos neste período podem apresentar intervalos assintomáticos ou uma apresentação tardia (após o período neonatal até a fase adulta).

Episódios recorrentes de coma, ataxia e vômitos com letargia são as formas mais frequentes de apresentação tardia. Outras formas menos comuns são as manifestações cardíacas com arritmia ou falência cardíaca, dores abdominais recorrentes, intolerância ao exercício além de sintomas psiquiátricos de início agudo e recorrente.

O quadro clínico nas emergências é em geral inespecífico e lembra uma septicemia ou intoxicação exógena. Por sua vez, o diagnóstico de infecção não exclui necessariamente o de um EIM, pois em alguns casos há redução das defesas celulares levando a concomitância de quadros infecciosos. Os erros inatos do metabolismo não podem ser vistos apenas como diagnóstico diferencial, mas também como coadjuvante de um episódio agudo de relativa intensidade.

A maioria dos sinais e sintomas que acompanham os EIM é comum a outras doenças mais frequentes, dificultando o correto diagnóstico.
Por não haver sintomas clínicos característicos de determinados EIM é imprescindível a associação destes com a história familiar, a história patológica pregressa, os fatores desencadeantes e as análises laboratoriais, para que se estabeleça um diagnóstico.
Contudo, é importante ressaltar que todas as crianças que apresentem regressão motora, intelectual ou comportamental sem uma causa estabelecida devem ser investigadas para uma possível causa metabólica.
Leia aqui, aqui e aqui

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

ROTINA!

Comece o ano dando uma rotina para o seu filho

É muito comum as pessoas aproveitarem a virada de ano para fazer um balanço do que têm feito e planejar o futuro. A organização da vida dos filhos precisa estar presente como prioridade nessas reflexões, para que a família possa garantir o bem-estar das crianças. Por mais que estejam sujeitas às necessidades e às possibilidades dos adultos, elas precisam ser olhadas com especial atenção pela maior vulnerabilidade que apresentam.

É preciso garantir a paz necessária para um bom desenvolvimento. Criança precisa de tranquilidade e de hora para dormir, comer, brincar, fazer a lição de casa, descansar. E nós precisamos abrir mão dos próprios anseios para identificar o que é realmente importante para a criança, além de tentar não projetar nos filhos o que serve para nós mesmos.
Tenho visto pais muito ansiosos com o futuro dos filhos, pensando nos profissionais de sucesso que eles precisam ser. A sociedade está em uma escalada que atropela a infância em nome de uma competitividade subjetiva que talvez nem seja tão aguda como se imagina. Exagerar nos estímulos e afazeres das crianças, transformando-as em miniadultos e querendo que elas mostrem resultados o tempo todo, pode ter efeitos nefastos.

Se o seu filho teve uma agenda de executivo em 2011, é bom repensar essa rotina e oferecer a ele uma vida de criança: viver a infância é o melhor que um ser humano pode fazer para crescer saudável e desenvolver as suas potencialidades. Se é difícil para um adulto dar conta de tantas exigências da vida moderna, pior ainda para uma criança, que nem sequer tem desenvolvidas as suas capacidades físicas e mentais.

Para o psicanalista Rubens de Aguiar Maciel, professor universitário e pós-doutorando em técnicas meditativas na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), “uma vida mais parada é mais adequada para desenvolver o equilíbrio interno”.
O professor disse que o equilíbrio é fundamental na vida, mas, em geral, as pessoas não são treinadas para isso. É preciso aprender aquietar a mente. Uma maneira de favorecer a organização da mente infantil é instituir uma rotina saudável. O excesso de estímulos e de informações impede que a criança perceba os movimentos internos desgovernados e aprenda a controlá-los.

“As pessoas tendem à depressão ou à excitação, que são contrárias ao equilíbrio. Quando se deseja algo, é preciso desenvolver disciplina e atenção para não ceder à preguiça e à autoexcitação”, explicou.

A disciplina ajuda a desenvolver uma atitude mais centrada e mais focada. “A mente da criança em constante agitação é como um macaco pulando de galho em galho”, exemplificou. Esse movimento é associado ao estresse. O pensamento agitado cria um círculo vicioso. Estabelecendo uma rotina saudável, os pais podem contribuir para proporcionar às crianças um estado de calma e serenidade que auxilia muito nos focos afetivos, na atenção e na capacidade cognitiva.
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