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segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Seu filho tem transtorno de aprendizagem ou só dificuldade?

Retirado do portal midia bahia

Quando estão em período escolar, é comum algumas crianças apresentarem certas dificuldades. Mas como saber se essa complicação é ou não um transtorno? Pais e professores também se deparam com esse questionamento. Segundo especialistas, família e escola devem ficar atentos para que os pequenos não sejam vistos como preguiçosos ou desinteressados.
De acordo com o Dr. Clay Brites, neuropediatra do instituto NeuroSaber, os transtornos de aprendizagem são distúrbios de desenvolvimento que levam a uma incapacidade de aprender normalmente. Isso acontece devido a falhas no processamento cerebral da informação por meio da leitura, escrita e matemática.
“Normalmente inteligentes, estas crianças não conseguem processar informações veiculadas por símbolos gráficos ou numéricos e por meios que exigem organização sensorial ou espacial”, ressalta.
Clay explica que existem dois tipos de transtornos de aprendizagem: o não verbal e o verbal. Segundo o profissional, o não verbal está relacionado com problemas de percepção sensorial, ou seja, um bom processamento tátil. Ele comenta que a criança tem também muita dificuldade de perceber situações de orientação espacial ou com o raciocínio matemático. “Mas não nos números em si, mas em como esses números são representados no espaço.”
Sobre os transtornos verbais, o neuropediatra diz que eles são divididos de quatro formas: Dislexia, Disortografia, Discalculia e Disgrafia. Brites esclarece que a discalculia é uma desordem neurológica onde é afetada a habilidade da criança de compreender e lidar com os números e operações matemáticas. Já a disortografia é a incapacidade de seguir gramaticalmente a linguagem. “Ela se manifesta com erros de concordância e pontuação”.
Em relação à disgrafia, o neuropediatra explica que se trata da dificuldade crônica e persistente na habilidade motora e espacial da escrita. Ela é caracterizada por uma grafia sempre ruim e alterada e que gera um constante incômodo em quem escreve. “E a dislexia é caracterizada por dificuldade no reconhecimento preciso e/ou fluente da palavra, na habilidade de decodificação e em soletração”.
No entanto, há outros problemas que também podem atrapalhar as crianças sem que os pais se apercebam, é o que alerta a psicopedagoga Luciana Brites, uma das fundadoras do instituto NeuroSaber.
“Antes de pensar no diagnóstico como transtorno, é importante que os filhos tenham acompanhamento médico, pois as dificuldades de aprendizagem podem estar relacionadas aos problemas de visão, audição, má alfabetização e até mesmo a questões afetivas dentro da família”, destaca.
Para ela, é essencial que pais observem com cautela as crianças e que os profissionais da educação possam estar capacitados. “Caso contrário, os sintomas podem ser pormenorizados ou podem banalizar tudo, achando que qualquer problema se trata de um transtorno de aprendizagem”.

sábado, 6 de maio de 2017

Atividades físicas ajudam no tratamento de TDAH

A renomada revista Pediatrics publicou um estudo da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, mostrando que atividade física pode auxiliar pessoas que possuam Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), melhorando de forma significativa variados aspectos cognitivos dos indivíduos com esse transtorno.
Os alunos foram acompanhados por 9 meses, com diferenças importantes no desempenho escolar dos individuos que praticavam esportes, em relação aos não praticantes. Habilidades como focar, alternar focos em tarefas distintas e memória de trabalho (curtissimo prazo) foram mais bem avaliadas nos praticantes de esportes.

Há também outros estudos, como o da Universidade Estadual de Michigan, que demonstrou que um programa de exercícios de 12 semanas poderia melhorar o desempenho de todas as crianças em relação a matemática e leitura - resultado ainda maior entre as portadoras de TDAH.
Um trabalho similar da Universidade de Purdue, e publicado no Journal of Attention Disorders, também mostrou que apenas 26 minutos de atividades físicas diárias durante 8 semanas poderia diminuir significativamente os sintomas do TDAH em crianças da escola primária.
Obviamente, nada disso substitui o tratamento medicamentoso, o apoio multidisciplinar, o auxilio familiar e a adoção de medidas adaptativas no ambiente escolar. Mas, por obvio, o esporte além de ser uma atividade formadora das crianças se mostra agora uma alternativa divertida para ajudar no tratamento de TDAH. E aí? Mãos a obra? 💪

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

10 dicas para que as crianças com TDAH façam os deveres de casa


Estudar e fazer tarefas de casa com crianças desatentas e hiperativas são alguns dos maiores desafios dos pais de crianças com TDAH. Após tratamento medicamentoso e apoio psicopedagógico ( eventualmente fonoaudiológico e de terapia ocupacional também), essa tarefa se torna bem mais fácil. Ainda assim, algumas dicas podem auxiliar na organização e execução das tarefas:


1- Dividir as tarefas em tempos menores: não adianta colocar uma criança hiperativa para estudar 4,5 ou 6 horas seguidas. O ideal é que essas crianças façam as tarefas em tempos curtos de 1 ou 2 horas, separadas por intervalos de descanso ou execução de outras tarefas, brincadeiras ou atividades esportivas. Isso facilita a manutenção de concentração, e torna o dia mais produtivo.

2- Melhorar a forma de pedir as coisas e dar ordens: dê ordens curtas, simples e claras. Divida as tarefas em etapas e dê as ordens de forma progressiva, passo a passo.

3- Estimule a autonomia e independência: ensine a criança a se planejar e cobre sempre empenho e compromisso com suas próprias atividades. Os resultados são menos importantes que a execução. Cobre empenho e esforço, não cobre notas.

Quadro de horários: faça o do seu filho!!


4- Motive-o: Valorize cada tarefa executada, cada demonstração de empenho, organização e compromisso. Evite valorizar resultados, louve a execução adequada.

5- Nunca chame uma criança de INTELIGENTE. Nem de PREGUIÇOSA: Crianças hiperativas costumam ser elogiadas com  termos como " você é inteligente" ou "não seja preguiçoso para estudar". Chamar alguém de inteligente, é uma forma de menosprezar a importância do esforço pessoal para se conquistar as coisas. Gente "inteligente" faz tudo facilmente. E desiste rápido quando não consegue. Gente "preguiçosa" nem tenta fazer. Lembre-se que a identidade da criança é construída a partir de rotinas e referências das pessoas ao redor. Estimule-o a ser esforçado, organizado e produtivo.

6- Ensine a criança a fazer sempre o seu melhor. Fazer o possível é a melhor forma de não fazer nada.

7- Não vigie excessivamente o seu filho durante o Para Casa: uma vez dada a ordem, dê tempo para que a criança execute as ordens, não o fiscalize excessivamente para não inibir sua execução.

8 - O local de estudo deve ter boa iluminação; estar bem arrumado e organizado; ser bem ventilado;  ter uma temperatura agradável e não ter barulho excessivo. Não o deixe
 estudar deitado no sofá ou na cama.

Local de estudo: não precisa de luxo, mas organização, silêncio e limpeza é fundamental

9 - Ao final do Para Casa, converse com ele: pergunte "o que aprendeu hoje”, dê uma olhada no caderno, pergunte de suas dificuldades e ofereça ajuda. Dê apoio e confiança a ele.

10- Organização, organização, organização. Monte quadros de horários, planeje as rotinas diárias e os horários de estudo. Organização é o primeiro passo para ser produtivo!


6 pasos para lograr que los niños con TDAH hagan los deberes

Uno de los principales problemas a los que se enfrentan los padres con hijos con trastorno por déficit de atención con o sin hiperactividad (TDAH) es el hecho de conseguir que realicen sus deberes sin necesidad de estar persiguiéndoles para que los hagan

Leer mas: http://www.infosalus.com/asistencia/noticia-pasos-lograr-ninos-tdah-hagan-deberes-20170205080932.html

(c) 2015 Europa Press. Está expresamente prohibida la redistribución y la redifusión de este contenido sin su previo y expreso consentimiento.

domingo, 4 de setembro de 2016

Celulares, tablets, videogames, computadores: pode deixar?


Alerta: excesso de uso dos eletrônicos por crianças causa dependência

Especialistas comparam cérebro de criança exposta ao uso excessivo de aparelhos eletrônicos ao de usuário de drogas.

Por: Shyrlene Souza

Retirado de: http://br.blastingnews.com/ciencia-saude/2016/09/alerta-excesso-de-uso-dos-eletronicos-por-criancas-causa-dependencia-001095827.html 

  

                           

 

Se deparar com crianças fascinadas com uso de aparelhos eletrônicos é uma cena muito comum nos ambientes, atualmente. Essas novas tecnologias com tão pouco tempo de existência se tornaram um vício para grande parte das pessoas. Principalmente entre os adolescentes e as crianças. Esse comportamento de uso excessivo deveria ser algo impactante para a sociedade, mas acabou virando algo corriqueiro.

A maioria dos pais esquece que expor a criança a esses excessos, pode ser bastante prejudicial. O responsável pela clínica médica The Dunes, nos Estados Unidos, escreveu, recentemente, um artigo que foi publicado pelo New York Post, falando justamente pelo abuso dos aparelhos eletrônicos por crianças.
O médico comparou a exposição excessiva às tecnologias ao uso de drogas. Segundo o Dr. Nicholas Kardaras, o cérebro das crianças que brincam com o Minecraft parecem com o das pessoas que usam drogas. Ele acredita que isso seja algo mais prejudicial do que o vício em entorpecentes. Existem muitos casos graves de criança viciada em aparelhos eletrônicos.

Esse comportamento tem como característica sintomas como impaciência, crises depressivas e agressividade, no momento em que se retira os aparelhos eletrônicos como celulares, tablets e vídeo games. Existem alguns casos extremamente graves onde a criança perde contato com o ambiente real, chegando a se confundir o virtual com o real. A situação pode evoluir ao extremo, onde chega a praticar crimes e acreditam que não estão fazendo nenhum mal. Os especialistas adotaram o uso de expressões como heroína digital e cocaína eletrônica como referência ao vício nos eletrônicos.

O Doutor Kardaras ressalta que esse tempo gasto com o uso dos dispositivos eletrônicos, poderia ser melhor aproveitado no desenvolvimento de áreas do cérebro de grande importância, como o caráter e habilidades sociais e também elas poderiam estar interagindo com outras crianças.

Influências na vida adulta

O especialista também afirma que esses abusos provocam marcas que acompanham durante toda vida. A dependência causada pelo uso dos dispositivos provocam uma predisposição a se tornar um adulto solitário, cheio de complexos, baixa estima e alienado. Para combater esse mal é necessário estimular atividades que promovam a interação com a família e a imaginação.

É necessário limitar os períodos de uso aos aparelhos eletrônicos, principalmente as crianças muito pequenas.

                                                                     Família?
 
Leia também a matéria sobre formação emocional e uso de tablets, do jornal O Globo: http://oglobo.globo.com/sociedade/tecnologia/uso-excessivo-de-tablets-pode-prejudicar-desenvolvimento-emocional-de-criancas-diz-estudo-15219944http://oglobo.globo.com/sociedade/tecnologia/uso-excessivo-de-tablets-pode-prejudicar-desenvolvimento-emocional-de-criancas-diz-estudo-15219944

Sobre as crianças e a televisão

Publicidades de comida afetam cérebro das crianças, diz estudo
Retirado de: https://www.noticiasaominuto.com.br/lifestyle/267918/publicidades-de-comida-afetamcerebro-das-criancas-diz-estudo  

                                                                          Vai deixar?

O objetivo das campanhas publicitárias de alimentos é bastante claro: levar ao consumo. As imagens usadas, as cores escolhidas, os protagonistas e o timing em que aparecem não são obras do acaso e se o efeito já é bem forte nos adultos, nos pequenos ele pode ser ainda maior.

Um recente estudo do Centro Médico da Universidade de Kansas, nos Estados Unidos, indica que os anúncios publicitários têm impacto direto no cérebro das crianças, que ficam querendo alimentos saborosos (como aqueles que veem) depois de assistirem aos anúncios. Além disso, a capacidade de resposta perante comida é mais rápida também.


Publicado no passado dia 12 no The Journal of Pediatrics, o estudo teve por base a análise de 23 crianças com idades entre os oito e os 14 anos, que foram convidadas a avaliar o sabor e o ‘fator saudável’ de 60 alimentos, antes e depois de assistirem a anúncios televisivos, alguns sobre comida. Os participantes puderam, ainda, escolher comer ou não cada um dos alimentos avaliados.

Todo este processo foi realizado ao mesmo tempo que os cérebros dos mais novos eram avaliados através de imagens de ressonância magnética, lê-se na Fox News.


Antes de assistirem aos anúncios, as crianças não escolheram os alimentos tendo em conta o fato de serem ou não saudáveis, mas sim tendo por base o quão saborosos eram. A escolha teve por base o sabor e o aspecto apetitoso foi ainda maior depois de terem assistido aos anúncios publicitários, algo que ficou provado com as imagens obtidas na ressonância magnética e que mostraram uma ativação da área cerebral relacionada com a recompensa.

Amanda Bruce, uma das mentoras da pesquisa, diz que os anúncios publicitários de comida têm um efeito bastante direto na capacidade de decisão, mas salienta que as crianças estão em desvantagem, uma vez que são mais facilmente influenciáveis para escolhas menos saudáveis.
 

quinta-feira, 3 de março de 2016

O que a música faz com o seu cérebro?

Retirado de Hypescience

Quer você esteja dançando ao som de sertanejo universitário em um churrasco ou ouvindo Bach enquanto lê um bom livro, a música tem o poder de levantar o seu humor ou te deixar para baixo. Os cientistas ainda estão tentando descobrir o que acontece em nosso cérebro quando nós ouvimos música e como ela produz estes efeitos potentes sobre a psique.
“Nós estamos usando a música para entender melhor o funcionamento do cérebro em geral”, disse Daniel Levitin, um proeminente psicólogo que estuda a neurociência da música na Universidade McGill, em Montreal, em entrevista ao site da rede CNN.

Três estudos publicados recentemente exploram a forma como o cérebro responde à música. A missão para chegar exatamente a que processos químicos ocorrem quando colocamos nossos fones de ouvido está longe de terminar, mas os cientistas já encontraram algumas pistas.

Benefícios para a saúde

Ouvir música é bom, mas será que pode se traduzir em benefício fisiológico? Levitin e sua equipe publicaram uma meta-análise de 400 estudos na revista “Trends in Cognitive Sciences” que sugere que a resposta para esta pergunta é “sim”.

Segundo a CNN, em um dos estudos revisados, os pesquisadores estudaram pacientes que estavam prestes a passar por cirurgias. Os participantes foram selecionados aleatoriamente para ouvir música ou tomar medicamentos anti-ansiedade. Os cientistas registraram as avaliações dos pacientes sobre sua própria ansiedade, bem como seus níveis de cortisol, o hormônio do estresse.
Os resultados: os pacientes que ouviram música tinham menos ansiedade e menores níveis de cortisol do que as pessoas que tomaram a medicação. Ainda que tenha advertido que este é apenas um estudo e mais pesquisas precisam ser feitas para confirmar os resultados, Levitin aponta para um uso medicinal poderoso para a música.
“A promessa aqui é que a música é, sem dúvida, menos cara do que as drogas, é melhor para o corpo e não tem efeitos colaterais”, explica. A equipe que fez a revisão bibliográfica também realça a evidência que ela é associada com a imunoglobulina A, um anticorpo ligado a imunidade, assim como maiores contagens de células que combatem as bactérias e germes.

O tipo de música que gostamos

Ok, a música é boa para nós, mas como podemos julgar se ela é prazerosa? Um estudo publicado na revista “Science” sugere que os padrões de atividade cerebral podem indicar se uma pessoa gosta do que está ouvindo.
Valorie Salimpoor, pesquisadora do Instituto de Pesquisa Rotman de Toronto e ex-aluna de Levitin, conduziu um estudo no qual os participantes acompanharam 60 trechos de música que nunca tinham ouvido antes, enquanto tinham seus cérebros escaneados por uma máquina de ressonância magnética funcional (RMf).
Os 19 participantes foram convidados a indicar quanto pagariam por uma determinada canção quando ouviam os trechos, ao mesmo tempo, permitindo que os investigadores analisassem seus padrões de atividade cerebral. Um número pequeno de participantes como esse é comum em um estudo de RMf em função de complexidade e custos, embora isso sugira que mais pesquisas devem ser feitas.
Os autores do estudo destacam em seus resultados uma área do cérebro chamada núcleo accumbens, que está envolvida na formação de expectativas. “Há uma rede de atividade que prevê se você vai ou não comprar a música que você está ouvindo”, afirma a pesquisadora.

Atividade cerebral

Quanto maior a atividade no núcleo accumbens, mais dinheiro as pessoas disseram que estavam dispostas a gastar em qualquer música no “leilão” que os pesquisadores projetaram. “Isto foi um indicador de que algum tipo de expectativa relacionada com a recompensa foi cumprida ou superada”, explica.
Outra área do cérebro chamada giro temporal superior está intimamente envolvida na experiência da música e sua conexão com o núcleo accumbens é importante. Os gêneros de música que a pessoa escuta durante a vida têm um impacto em como o giro temporal superior é formado.
O giro temporal superior sozinho não prevê se uma pessoa gosta de uma determinada música, mas está envolvido em armazenar modelos a partir do que você já ouviu antes. Por exemplo, uma pessoa que tenha ouvido muito jazz é mais propensa a apreciar um determinado trecho de jazz do que alguém com muito menos experiência. “O cérebro funciona meio que como um sistema de recomendação de música”, exemplifica Salimpoor. Isso mesmo, nosso cérebro tem um Spotify particular.
Levitin acredita que, embora os resultados sejam interessantes, eles são um refinamento do que outros laboratórios já encontraram no passado. Ele e Vinod Menon, na Universidade de Stanford, foram os primeiros a mostrar o papel do núcleo accumbens na música, em 2005.

Todos ouvimos a mesma coisa?

Parece intuitivo que pessoas diferentes, com base em suas personalidades, preferências e histórico pessoal, terão experiências diferentes quando expostos a uma determinada canção. Sua atenção a vários detalhes pode variar e elas podem gostar de coisas diferentes na música.
Mas Levitin e seus colaboradores mostraram em um estudo publicado no “European Journal of Neuroscience” que, da perspectiva do cérebro, pode haver mais semelhanças entre os ouvintes de música do que se acredita.
“Apesar das nossas idiossincrasias em ouvir, o cérebro experimenta a música de uma forma muito consistente entre os indivíduos”, disse Daniel Abrams, o principal autor e pesquisador de pós-doutorado na Faculdade de Medicina da Universidade de Stanford, em entrevista à CNN.
Dezessete participantes que tinham pouca ou nenhuma formação em música participaram deste estudo que, como o de Salimpoor, é pequeno, mas típico para uma pesquisa de RMf. Os participantes ouviram quatro sinfonias do final do período barroco do compositor William Boyce – que os pesquisadores escolheram porque refletem a música ocidental, mas que provavelmente seriam desconhecidas para os participantes.

Música é mais que gosto

Entre os participantes, os pesquisadores encontraram sincronização em várias áreas importantes do cérebro e padrões de atividade cerebral semelhantes em diferentes pessoas que ouvem a mesma música. Isto sugere que os participantes não só perceberam a música da mesma forma, mas, apesar de todas as diferenças pessoais que possuíam previamente, há um nível em que compartilham uma experiência comum.
Regiões cerebrais envolvidas no movimento, atenção, planejamento e memória mostraram ativação quando os participantes ouviam as músicas – estas são estruturas que não têm a ver com o processamento auditivo em si. Isto significa que quando nós experimentamos a música, um monte de outras coisas estão acontecendo para além do mero processamento de som.
Uma teoria resultante é que essas áreas do cérebro estão envolvidas em “segurar” na mente determinadas partes de uma canção, como a melodia, enquanto o resto da música continua tocando, explica Abrams.
Para Levitin, os resultados também refletem o poder da música para unir as pessoas. “Não é nossa tendência natural nos enfiarmos em uma multidão de 20 mil pessoas, mas para um show do Muse ou do Radiohead, nós fazemos isso”, aponta Levitin. “Há uma força unificadora que vem da música e não achamos isso em outras coisas”.
Uma pesquisa adicional pode comparar a forma como os indivíduos com cérebros saudáveis ​​diferem na sua audição musical em comparação com as pessoas com autismo ou outros transtornos cerebrais, acreditam os cientistas. “Os métodos que usamos podem ser aplicados para entender como o cérebro controla a informação auditiva ao longo do tempo”, disse Abrams.

Qual é o próximo passo

A próxima fronteira na neurociência da música é olhar mais atentamente para quais substâncias químicas no cérebro estão envolvidas na audição da música e descobrir em que partes do cérebro elas estão ativas.
De acordo com Levitin, qualquer neuroquímico pode ter uma função diferente dependendo de sua área do cérebro. Por exemplo, a dopamina ajuda a aumentar a atenção nos lobos frontais, mas no sistema límbico está associada com o prazer.
Usando a música como uma janela para a função de um cérebro saudável, os pesquisadores podem ter insights sobre uma série de problemas neurológicos e psiquiátricos. “Conhecendo melhor como o cérebro é organizado, como funciona, quais mensageiros químicos estão trabalhando e como eles estão trabalhando é o que nos permitirá formular tratamentos para pessoas com lesão cerebral ou combater doenças, distúrbios ou mesmo problemas psiquiátricos”, completou Levitin. [CNN]

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Brincadeiras ajudam no desenvolvimento e aprendizado das crianças

Brincar de esconde-esconde, jogar dominó ou jogo da velha ajuda a criança a aprender a se socializar, interagir com outras crianças e desenvolver suas coordenações motoras

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Pesquisa reforça valor da leitura

Estudo da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, concluiu que a leitura dá acesso a 70% mais palavras para as crianças do que as conversas que pais e mães costumam ter com elas. 



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sexta-feira, 14 de novembro de 2014

O ponto fraco do ensino forte

Por Marta Medeiros
Revista Época - 28.07.11

 Foram os piores anos da minha vida.” A frase ainda é dita com sofrimento pela estudante carioca Chanel de Andrade Rodrigues, de 18 anos. Ela está no 1o ano da faculdade de artes, mas não esquece o período em que estudou no Santo Agostinho, do Rio de Janeiro, um dos colégios mais tradicionais e bem-conceituados do país. Do 7o ano do ensino fundamental ao 1o ano do ensino médio, passou seus dias perdida entre aulas que não acompanhava, um enorme volume de conteúdos para memorizar, provas difíceis, notas baixas e um séquito de professores particulares a cada final de ano letivo. Na escola, não gostava de sair para o recreio e não comia nada. Em casa, compensava a ansiedade comendo demais. Na escola anterior, menos rígida, onde tirava boas notas, costumava nadar e fazer aulas de dança. No Santo Agostinho, evitava as aulas de educação física. Chanel entrou em depressão e engordou 20 quilos.
A mãe tentou convencê-la a fazer terapia, mas ela se recusava. “Eu só queria ser invisível”, afirma. “Odiava a competitividade que estava sempre no ar.” Só depois que Chanel foi reprovada, no 1o ano, sua mãe decidiu trocá-la de escola. (Procurado por ÉPOCA, o Santo Agostinho não respondeu aos pedidos de entrevista.) O caso de Chanel é apenas um entre centenas que revelam uma realidade incômoda: o custo emocional alto – muitas vezes altíssimo – do modelo de eficiência adotado naquelas escolas que exigem alto desempenho dos alunos e garantem todo ano boas colocações nos melhores vestibulares.
Consideradas as melhores do país, quase sempre campeãs nas provas nacionais de avaliação, as escolas de ensino tradicional representam, na mente de muitos pais, uma esperança de sucesso para a vida dos filhos num mercado de trabalho competitivo. Apesar de seus resultados inquestionáveis e da procura crescente por escolas desse tipo, esse modelo agora começa a ser mais e mais questionado por seus efeitos colaterais.
O ensino tradicional surgiu na Europa do século XVIII como um modelo em que os alunos são ensinados e avaliados de forma padronizada. Ele se inspira na ideia de que a mente das crianças é uma tabula rasa, um espaço em branco sobre o qual os diversos conteúdos – gramática, matemática, ciências, história etc. – devem ser inscritos seguindo um método rigoroso de exposição e avaliação. Mais do que qualquer outra aptidão, valoriza o acúmulo de conhecimento: quanto mais fatos e fórmulas o aluno aprende, mais bem avaliado ele é.
Há, ainda, uma forte pressão por desempenho nas provas e um grande volume de conteúdo a estudar. As escolas tradicionais também costumam ser mais rígidas em regras de comportamento, como respeito ao horário, frequência às aulas, uso de uniforme e atitude no recreio. Apesar de ter incorporado conceitos pedagógicos mais modernos, a essência do modelo tradicional de ensino permanece a mesma – e a educação tradicional está em alta no mundo, com filas de espera para matrículas e salas abarrotadas de alunos.
A grande procura por uma vaga numa dessas escolas se explica pelo desempenho acima da média de seus alunos. No Brasil, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que classifica as escolas públicas e particulares a partir das notas tiradas numa prova feita pelos alunos, é decisivo para a família na hora de escolher onde matricular seus filhos. Há anos, os colégios mais tradicionais e rígidos ocupam o topo da lista. “É comum hoje em dia pais e mães compararem as posições das instituições em que seus filhos estudam. Se os resultados das escolas não são bons, bate o sentimento de que se está fazendo algo errado”, afirma Quézia Bombonato, presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia.

Em Vinhedo, no interior de São Paulo, uma escola aberta em 2001 mostra essa tendência. O Colégio de Vinhedo, que busca alunos de classe média alta, reproduz uma escola tradicional europeia. Os alunos usam uniformes formais, os professores vestem ternos e tailleurs. A própria decoração da escola parece de outro tempo – embora, dentro da sala de aula, haja lousas interativas, câmeras e laptops para cada aluno. Há ênfase no conteúdo e na disciplina. “Nossa ideia é resgatar valores que são esquecidos”, diz o diretor, Eduardo Cumone. “Também temos uma carga horária maior, para que haja melhores resultados.” A proposta da escola encontra eco nos pais. A procura triplicou nos últimos cinco anos. Em 2001, havia uma única turma por série; em 2012, haverá duas ou três.
Os rankings de avaliação também puxam a educação para o lado mais rígido em outros países. “Nos Estados Unidos, está havendo um retorno à tradição, amparado na crença de que pontos na competição internacional são importantes”, diz o psicólogo americano Howard Gardner, criador da Teoria das Inteligências Múltiplas, que propõe vários tipos de inteligência além daquela medida por testes de Q.I. Na Europa, acontece o mesmo. O Reino Unido é um bom exemplo. No fim de 2010, a Secretaria de Educação anunciou uma reforma no ensino que inclui o “retorno aos valores tradicionais”: mais conteúdo, mais disciplina – e até a obrigatoriedade de roupas s mais formais na rede pública, com aventais para as meninas e terno e gravata para os meninos. No anúncio, o secretário Michael Gove mostrou sua preocupação com a queda do país nos rankings mundiais de educação. “Vamos voltar ao topo”, disse.
O ensino tradicional ganhou ainda mais adeptos recentemente com o lançamento do livro Grito de guerra da mãe tigre. Nele, a advogada sino-americana Amy Chua relata sua experiência na criação de duas filhas com rigidez e exigências que beiravam o absurdo. Ambas eram proibidas de ficar abaixo do 1o lugar na classe e tinham de realizar atividades extracurriculares dificílimas escolhidas pela mãe – uma se tornou exímia violinista e a outra pianista. Pela defesa desses padrões quase marciais de ensino, Amy chegou a ser ameaçada de morte na internet. Mas seu livro entrou rapidamente na lista dos mais vendidos nos Estados Unidos. Isso expõe o medo de toda a nação de se ver rebaixada nas listas internacionais de melhores alunos.
Para quem consegue seguir em frente e encarar tantas exigências, o ensino tradicional pode dar certo. Giulianna Freitas, de 12 anos, cursa o 7o ano do colégio Dante Alighieri, um dos mais antigos e tradicionais de São Paulo. Está lá desde os 3 anos. Ela diz que adora. Afirma tirar de letra as regras rígidas da escola, entre elas uniforme impecável e as restrições ao contato afetivo entre meninas e meninos. “Não me vejo em outro colégio”, diz. Sua mãe, a dentista Ana Claudia Garcia de Freitas, afirma ter escolhido o Dante pelos ótimos laboratórios e pelas bibliotecas. E também por ter sido sua escola – e a de sua mãe. “É uma tradição na família.”
Mas os educadores têm visto com ceticismo cada vez maior o sucesso desse modelo. Eles alertam sobre vários problemas que decorrem da estratégia convencional, baseada na combinação de competitividade e pressão por notas. A primeira limitação é a seleção natural que põe em prática. Esses colégios selecionam os alunos na hora da matrícula – com os famosos “vestibulinhos” – e, depois disso, acabam selecionando, pelo grau de dificuldade em acompanhar o ritmo, aqueles que ficam. “Valorizamos o conteúdo e somos inflexíveis em nossa filosofia de foco no professor, cultura clássica e disciplina”, diz Maria Elisa Penna Forte, supervisora do colégio carioca São Bento, que só aceita meninos e foi quatro vezes campeão nacional do Enem. “Os pais querem que os filhos se saiam bem aqui, mas, em muitos casos, isso não acontece. Aí o melhor é mudar de escola.”

Leia o restante aqui

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Por que as crianças estão cada vez mais infelizes?

Do site da revista VEJA, artigo de autoria da jornalista Natalia Cuminale


Uma em cada onze crianças com mais de oito anos de idade está infeliz, segundo um estudo divulgado em janeiro deste ano pela Children’s Society, organização centenária de proteção infantil. Apesar de a pesquisa trazer à tona uma realidade das crianças entre 8 e 16 anos do Reino Unido, especialistas brasileiros em saúde infantil afirmam que esse não é um problema exclusivo das crianças britânicas. No Brasil, a realidade é parecida. Ana Maria Escobar, pediatra do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas, em São Paulo, conduziu uma pesquisa com os pais de cerca de 900 crianças de 5 a 9 anos que estudavam em escolas particulares e estaduais.
De acordo com os resultados do estudo, os pais disseram que 22,7% das crianças apresentavam ansiedade; 25,9% tinham problemas de atenção e 21,7% problemas de comportamento. "No início do estudo, esperava encontrar queixas como asma, mas não ansiedade", diz Ana. Apenas 8% tinham problemas respiratórios e 6,9% eram portadoras de asma. O estudo foi concluído em 2005, mas Ana Maria acredita que se a pesquisa fosse feita hoje, "os níveis de ansiedade e de problemas de comportamento certamente seriam ainda mais altos."
Mais do que infelizes, as crianças brasileiras também estão ansiosas, estressadas, deprimidas e sobrecarregadas. "Elas estão desconfortáveis com a infância. Esse desconforto aparece de várias formas: como irritabilidade, desatenção, tristeza e falta de ânimo. Muitas vezes, é um comportamento incomum em relação à idade delas", diz Ivete Gattás, coordenadora da Unidade de Psiquiatria da Infância e Adolescência da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Saul Cypel, membro do departamento de Pediatria do Comportamento e Desenvolvimento da Sociedade Brasileira de Pediatria, traz dados preocupantes: "A impressão que eu tenho é a de que o número de crianças com queixas comportamentais cresceu muito nesses últimos dez anos." Neste período, segundo Cypel, houve uma transformação do perfil da clínica: se antes as queixas sobre o comportamento infantil correspondiam a 20% dos pacientes, agora são responsáveis por 85% do total de seu consultório de neurologia.
Com uma agenda recheada de atividades extracurriculares, que vão desde aulas de idiomas como inglês e mandarim até as aulas clássicas como balé e futebol, as crianças estão sem tempo para se divertir e descansar, acreditam os médicos. Segundo Cypel, a antecipação de atividades para as quais o indivíduo não está preparado pode desencadear o stress tóxico, que ocorre quando há uma estimulação constante do sistema de resposta ao stress, trazendo prejuízos futuros para as crianças.
"A família introduz uma série de treinamentos, atividades e línguas novas. Na medida em que a criança não consegue dar conta disso, a sensação de fracasso se torna frequente", explica Cypel. "Com o stress tóxico, ao invés de favorecer o desenvolvimento da criança, os pais acabam limitando-a e desmotivando-a." Entre as consequências diretas estão a diminuição da autoestima, alterações alimentares (excesso ou falta de apetite), problemas de sono e apatia.
No início deste ano, a Academia Americana de Pediatria lançou um documento que chama a atenção para as evidências de impactos negativos do stress tóxico, com prejuízos posteriores para a aprendizagem, comportamento, desenvolvimento físico e mental. O relatório também sugere que parte dos problemas mentais que ocorrem nos adultos devem ser vistas como transtornos de desenvolvimento que tiveram início na infância.
Ana Maria Escobar acrescenta que a exposição à realidade violenta do Brasil também pode contribuir para uma sensação de ansiedade nas crianças. "Antes, raramente uma criança ouvia falar de um ato de violência. Hoje, elas ficam mais confinadas e têm medo de assaltos e sequestros. Isso com certeza provoca maior stress e ansiedade, além de maior possibilidade de se sentir infeliz, principalmente entre aquelas que vivem nas grandes cidades brasileiras", diz.
 
Sinais — O problema é agravado pelo fato de que muitos pais demoram a perceber o que se passa com seus filhos. "Eles acham que o comportamento das crianças é normal", diz Ana Maria Escobar. Além disso, a dificuldade em administrar o tempo que dedicam à vida profissional e aos filhos muitas vezes impede que os pais percebam os sinais de que algo está errado.
"Muitos pais priorizam a profissão e terceirizam a criação dos filhos. Mas é preciso se questionar: quanto tempo eu passo com meus filhos? Quem são as pessoas que estão criando eles?", afirma o psiquiatra Francisco Assumpção, da Sociedade Brasileira de Psiquiatria.
Essa é uma preocupação constante na vida da publicitária Flora*, que tem dois filhos, Cecília* e Celso*, de 7 e 9 anos, respectivamente. As crianças, que estudam em período integral na escola, têm uma rotina bastante atribulada. Celso faz aula de inglês, futebol, tênis e deve começar a aprender uma luta neste ano. Cecília também faz inglês, natação e deve começar a praticar ginástica olímpica. "Primeiro, experimentamos uma aula de inglês uma vez por semana, depois colocamos os dois em um esporte", afirma. "Tem que sentir muito como a criança está lidando com isso. Observar o comportamento para ver se ela está cansada e se o rendimento na escola começa a diminuir", diz. Flora se preocupou em contratar uma professora de inglês para que as crianças tivessem aulas em casa. Para ela, é melhor opção para evitar o stress desnecessário no trânsito.
Apesar da preocupação, Flora fez alterações na rotina de Cecília. A pequena começou a apresentar sinais de stress. Para descobrir o problema, Flora foi investigar com a filha e percebeu que a natação estava causando o problema. "Ela chorava muito e quando acordava dizia que não queria ir para a escola. Estava diferente do que ela é normalmente", disse. Flora tirou a filha da natação no ano passado, mas ela já pediu para voltar esse ano, segundo a mãe, que vai observar o desempenho da criança.


Leia na íntegra a reportagem no site de VEJA, aqui

domingo, 20 de janeiro de 2013

Vale a leitura: a formação emocional e cognitiva da criança

Texto do economista Teco Medina, sobre a educação dos filhos.

Retirado do antigo blog do fim do expediente

 

  Meu pai

Postado por Luiz Gustavo Medina em 30 de outubro de 2008 às 15:23
1 – Como sabem estou escrevendo uma coluna que mistura finanças e família na revista da Mara Luquet
2 – Como não agüentam mais saber, esse ano foi meu primeiro dia das crianças do outro lado do balcão.
Estava “travado” para escrever a coluna desse mês que conseguisse como me pediram, misturar finanças, meu lado filho e meu lado pai. Além do desproporcional tempo das atividades, estamos falando de outra época, de outras possibilidades e por isso nada se encaixava.
Até que exatamente no dia das crianças a mesa ao lado salvou minha coluna, salvou meu mundo e talvez o futuro da minha filha. Em 30 minutos um casal “moderno” me deu a coluna pra revista que sai semana que vem, me deu um norte pra filha que eu pretendo ter e me fez ser imensamente grato ao que fizeram comigo quando eu era criança.
Lá eu não podia dedicar a ninguém, aqui eu posso. Então esse texto é apenas uma homenagem aos verdadeiros bons pais, que ufa, eu tive.
Domingo, 12 de outubro, no restaurante do Clube Athletico Paulistano, um menino com quatro super-heróis na mão reclama pra mãe porque não havia recebido também o homem aranha.
Eu (economista) e minha mulher (psicóloga) comemorando nosso primeiro dia das crianças aproveitamos para brincar sobre o tipo de educação que gostaríamos de dar a nossa filha. Esse exercício é muito fácil nos outros. Decidir para o seu, nem sempre. Nossa vantagem é que pela minha teoria número um, economia e psicologia, são as profissões mais complementares do mundo, algo como o arroz e o feijão para os brasileiros.
No momento em que o menino começa a gritar, o pai resolve ir ao banheiro e começa o memorável “econômico – psicólogo” diálogo:
Mãe: Filho, você devia estar feliz em ter ganhado QUATRO presentes hoje. Na sua idade eu não ganhava nenhum e tem muita criança que não ganhou nada hoje.
Filho: Mas eu queria justamente o homem aranha e já que me deram quatro, porque não me deram mais um. O que custava ?
Mãe: Se a gente tivesse comprado cinco, você ia querer seis. Nunca fica satisfeito !!!!
Menino se atirando no chão, arremessando o Batman pra longe e acordando minha filha: EU QUERO O HOMEM ARANHA AGORA !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Mãe pegando o filho a força e berrando: Presta atenção. Brinquedo custa caro, a gente comprou quatro e acabou o nosso dinheiro, entendeu ?? NÃO TEMOS MAIS DINHEIRO, OUVIU ???
Filho: A gente não pode vender o papai ???
Quando o pai volta, o filho está de castigo, sem os brinquedos e toda a história é relatada. O pai culpa a mãe porque o filho é mimado; a mãe culpa o pai porque ele é ausente. Depois de muito brigarem, tomam a decisão mais simples: colocam a culpa no menino e pedem a sobremesa.
Quase me meti, mas não tive coragem, em todo caso seguem alguns dados que colhi de algumas pesquisas que estudam o comportamento de crianças, pais e afins:
1 – Uma criança com acompanhamento escolar dos pais em uma escola ruim, aprende mais do que uma criança na melhor escola da cidade, sem acompanhamento dos pais.
2 – Os pais mais ausentes tendem a dar mais presentes, mais mesadas e fazer mais concessões aos seus filhos ?
3 – Quanto mais horas os pais trabalham, mais televisões a casa possui (será que é para cada um ficar no seu canto ?)
Tem muito mais coisa que na cabe nessa coluna como a necessidade desenfreada de ficar tendo sempre a coisa mais moderna e com isso cria nas crianças uma permanente insatisfação porque sempre FALTA algo.
Já que essa é uma revista de finanças darei minha última opinião: tenham certeza que é mais barato e muito melhor vocês SE darem de presente aos seus filhos do que comprarem tudo para eles.
Naquele dia das crianças, na mesa ao lado, o super-herói que faltava para aquele menino, não era o homem aranha, era o seu próprio pai.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

ROTINA!

Comece o ano dando uma rotina para o seu filho

É muito comum as pessoas aproveitarem a virada de ano para fazer um balanço do que têm feito e planejar o futuro. A organização da vida dos filhos precisa estar presente como prioridade nessas reflexões, para que a família possa garantir o bem-estar das crianças. Por mais que estejam sujeitas às necessidades e às possibilidades dos adultos, elas precisam ser olhadas com especial atenção pela maior vulnerabilidade que apresentam.

É preciso garantir a paz necessária para um bom desenvolvimento. Criança precisa de tranquilidade e de hora para dormir, comer, brincar, fazer a lição de casa, descansar. E nós precisamos abrir mão dos próprios anseios para identificar o que é realmente importante para a criança, além de tentar não projetar nos filhos o que serve para nós mesmos.
Tenho visto pais muito ansiosos com o futuro dos filhos, pensando nos profissionais de sucesso que eles precisam ser. A sociedade está em uma escalada que atropela a infância em nome de uma competitividade subjetiva que talvez nem seja tão aguda como se imagina. Exagerar nos estímulos e afazeres das crianças, transformando-as em miniadultos e querendo que elas mostrem resultados o tempo todo, pode ter efeitos nefastos.

Se o seu filho teve uma agenda de executivo em 2011, é bom repensar essa rotina e oferecer a ele uma vida de criança: viver a infância é o melhor que um ser humano pode fazer para crescer saudável e desenvolver as suas potencialidades. Se é difícil para um adulto dar conta de tantas exigências da vida moderna, pior ainda para uma criança, que nem sequer tem desenvolvidas as suas capacidades físicas e mentais.

Para o psicanalista Rubens de Aguiar Maciel, professor universitário e pós-doutorando em técnicas meditativas na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), “uma vida mais parada é mais adequada para desenvolver o equilíbrio interno”.
O professor disse que o equilíbrio é fundamental na vida, mas, em geral, as pessoas não são treinadas para isso. É preciso aprender aquietar a mente. Uma maneira de favorecer a organização da mente infantil é instituir uma rotina saudável. O excesso de estímulos e de informações impede que a criança perceba os movimentos internos desgovernados e aprenda a controlá-los.

“As pessoas tendem à depressão ou à excitação, que são contrárias ao equilíbrio. Quando se deseja algo, é preciso desenvolver disciplina e atenção para não ceder à preguiça e à autoexcitação”, explicou.

A disciplina ajuda a desenvolver uma atitude mais centrada e mais focada. “A mente da criança em constante agitação é como um macaco pulando de galho em galho”, exemplificou. Esse movimento é associado ao estresse. O pensamento agitado cria um círculo vicioso. Estabelecendo uma rotina saudável, os pais podem contribuir para proporcionar às crianças um estado de calma e serenidade que auxilia muito nos focos afetivos, na atenção e na capacidade cognitiva.
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