Deixar a criança sem um diagnóstico piora sua qualidade de vida e seu rendimento escolar, além de atrapalhar a rotina dos pais. Por isso, quanto antes a enxaqueca for diagnosticada e tratada, menor a chance de o problema persistir atrapalhando a criança ao longo de sua vida.
Um espaço para informação e troca de idéias sobre os problemas neurológicos mais comuns na infância. Aqui, serão abordados os problemas mais comuns do dia-a-dia de um neuropediatra, de forma a orientar os pais e cuidadores. Alerta: o blog é voltado para os pacientes da Clínica e seus pais, e não tem o intuito de orientar pais que estão navegando na internet a procura de diagnósticos ou tratamentos para seus filhos. Para isso, procure o seu médico.
segunda-feira, 18 de setembro de 2017
A criança com dor de cabeça: é enxaqueca?
Deixar a criança sem um diagnóstico piora sua qualidade de vida e seu rendimento escolar, além de atrapalhar a rotina dos pais. Por isso, quanto antes a enxaqueca for diagnosticada e tratada, menor a chance de o problema persistir atrapalhando a criança ao longo de sua vida.
segunda-feira, 7 de agosto de 2017
CONHEÇA 10 MITOS SOBRE DOR DE CABEÇA EM CRIANÇAS
RETIRADO DO PORTAL GREEN ME:
É fácil dizer mas difícil entender. Existem muitos mitos e falsas crenças sobre as dores de cabeça, especialmente sobre aquelas que acometem crianças e adolescentes.
As dores de cabeça não são todas iguais e por isso devem ser tratadas de forma diferente. Temos que distinguir entre as cefaleias primárias e secundárias. Nas primeiras, (enxaqueca, dor de cabeça de tensão e cefaleia em salvas) a dor na cabeça é ela a própria doença, enquanto nas segundas, a dor de cabeça é um sintoma de outros problemas ou doenças.
A forma mais comum de cefaleia primária é a enxaqueca, um problema que pode ser genético pois está ligado à presença de membros da família que sofrem disso.
Na Itália, 10 em casa 100 crianças e adolescentes sofrem de algum tipo de dor de cabeça, e o Hospital Pediátrico Bambino Gesù em Roma, elaborou um manual de falsas crenças para esclarecer as dúvidas mais comuns sobre esta questão. Vejamos:
1. A dor de cabeça acomete apenas adultos
Não é verdade. Crianças podem sofrer desde mal desde os seus primeiros meses de vida.
2. A dor de cabeça é apenas um fator psicológico
Embora o fator psicológico possa ser um aspecto importante a se considerar, especialmente em casos graves, a dor de cabeça está relacionada à uma predisposição constitucional especialmente nos casos da cefaleia primária.
3. Problemas de vista causam dor de cabeça
A dor de cabeça não é um sintoma direto de problemas de visão. Faz-se uma consulta oftalmológica para excluir a hipertensão intracraniana.
4. Para dores de cabeça causada pela sinusite, basta fazer inalação
5. Para tratar dor de cabeça em crianças não é necessária consulta especializada
6. Resista à dor. Ela passará sozinha
7. Automedicação
8. Suplementos são suficientes para tratar dores de cabeça
9. Os analgésicos são todos iguais
10. Prevenção nao existe
Enxaqueca infantil pode ser causada pela alimentação?
segunda-feira, 3 de julho de 2017
7 explicações para a dor de cabeça do seu filho (e como solucioná-la)
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A intensidade da dor de seu filho é medida através deobservação comportamental: se ele pára de brincar, e deita, essa dor é forte. |
O especialista explica que a dor de cabeça pode ser motivada por um ganho secundário, em alguns casos. Seu filho percebe que, quando diz que está se sentindo mal, consegue cafuné e carinho dos pais. Logo após receber atenção, já volta a se divertir. Nessa situação, suprir a carência da criança já soluciona o problema.
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Observe fatores desencadeantes, como alimentos, problemas na escola, restrição ou excesso de sono. Isso ajuda no diagnóstico! |
Problemas de visão: No fim do dia, quando volta da escola, seu filho se queixa de dor de cabeça? Ele pode estar com dificuldade para enxergar, apesar de não saber disso ainda. Os músculos que movimentam os olhos estão no osso da cabeça – se são muito exigidos, podem desencadear o desconforto. É preciso consultar um oftalmologista para saber se precisa usar óculos.
O mais indicado é consultar um neurologista. Não há um exame específico para diagnosticar a doença, mas a observação dos sinais listados acima é suficiente para concluir se o seu filho sofre com o problema. Para tentar prevenir as crises, o especialista investigará se há fatores que desencadeiam o incômodo. Alimentos que contêm tiramina e conservantes, como salsicha, queijo e iogurte, podem estar entre os vilões. “Durante as crises, os medicamentos mais seguros são o ibuprofeno e o paracetamol. Mas há também outros remédios eficazes para a prevenção da dor”, explica Arruda. Como tratamento alternativo, coloque seu filho em um ambiente silencioso, ventilado e escuro, para que a dor diminua. Não deixe de tratar o problema – a criança que sofre de enxaqueca, sem ser medicada, tende a faltar mais na escola e a piorar seu desempenho.
terça-feira, 15 de abril de 2014
Páscoa, chocolate e enxaqueca
Chocolate em excesso causa dor de cabeça e enxaqueca
Com a proximidade da Páscoa, tanto a venda quanto o consumo de chocolate aumentam consideravelmente. Entretanto, é preciso moderar a quantidade a ser ingerida. Especialistas afirmam que chocolate em excesso pode causar dores de cabeça e crises de enxaqueca. Logo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), quem possui predisposição para um desses problemas deve evitar alguns alimentos em excesso, inclusive o chocolate.
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quinta-feira, 28 de junho de 2012
terça-feira, 29 de novembro de 2011
Estudo mostra que enxaqueca infantil costuma ser subestimada pelos pais

Quando uma criança se queixa de dor de cabeça, pais e professores logo pensam que ela está precisando de óculos, mas problemas visuais raramente são as causas de um distúrbio mais sério e ainda subestimado em crianças e jovens: a enxaqueca. Os verdadeiros culpados incluem dieta inadequada, alterações hormonais, privação de sono e predisposição genética, segundo pesquisa realizada no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto.
O estudo revelou que os principais sintomas da enxaqueca infanto-juvenil são dores concentradas em um lado da cabeça, náusea, vômitos, palidez e mais sensibilidade à luz e ao barulho. A dor é pulsante e piora com o esforço físico, sendo comum a criança parar de brincar nessa situação. A duração da crise parece ser mais breve que nos adultos: meia hora ou até menos. Segundo os autores, o melhor a fazer é colocar a criança para descansar em um lugar bem ventilado, escuro e silencioso.
Segundo as estimativas da Academia Brasileira de Neurologia, a enxaqueca atinge cerca de 18% da população do país. Nas crianças e jovens os dados são escassos, mas o estudo de Ribeirão Preto indica que até 12% dos meninos e meninas com mais de 10 anos têm predisposição genética para o problema.
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Sem tratamento adequado, quase metade dos jovens faz uso abusivo de analgésicos
Quase 2 milhões de crianças e adolescentes brasileiros sofrem com dor de cabeça pelo menos dez dias por mês. Por falta de diagnóstico e tratamento adequado, quase metade deles acaba fazendo uso abusivo de analgésicos, o que pode piorar o quadro e trazer outros prejuízos à saúde.
A estimativa foi feita pelo neurologista Marco Antônio Arruda, da Sociedade Brasileira de Cefaleia, com base em uma pesquisa com 6.383 crianças e adolescentes entre 5 e 18 anos. Mais de 80% disseram já ter sentido dor de cabeça ao menos uma vez, 10% foram diagnosticados como portadores de cefaleia tensional e 8% como portadores de enxaqueca. "Cerca de 2,5% da amostra têm o que chamamos de cefaleia crônica de alta frequência e, desses, 53% disseram tomar analgésico mais de dez dias por mês. É um exagero", diz o médico.
O consumo excessivo de remédios faz com que o corpo pare de produzir substâncias analgésicas naturais, como endorfinas. Com o tempo, as crises se tornam mais frequentes e intensas. Além disso, as drogas podem afetar os rins, fígado, coração e trato digestivo.
Mikael Correa, 11 anos, teve sua primeira crise de enxaqueca aos 7. Mas o problema só foi diagnosticado dois anos mais tarde e, nesse meio tempo, ele chegou a ter quatro episódios de dor por semana. Hoje, graças ao tratamento preventivo, o menino tem, em média, uma crise por mês. Mikael usa remédios e tem um diário, com os dias e o tempo que duram as crises.
As dores de cabeça crônicas estão relacionadas a um desequilíbrio químico no cérebro, explica a neurologista Thaís Villa, do setor de cefaleia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). "Analgésicos resolvem a dor aguda, mas, quando o problema é recorrente, é preciso medicamento para corrigir o desequilíbrio."
Mas a maioria das crianças e adolescentes que sofrem de cefaleia crônica não é diagnosticada e tratada, afirma Arruda. Isso as deixa mais predispostas a sofrer de distúrbios do sono e problemas de comportamento, como agressividade ou retraimento.
Estudo mostra também que o risco de desempenho escolar abaixo da média é 40% maior entre os que têm dor de cabeça crônica. O índice de absenteísmo escolar também foi mais alto. Além disso, outro estudo revelou que crianças com enxaqueca têm o funcionamento cognitivo afetado, e desempenho inferior em testes de atenção, memória e processamento de informação. (AE)
Dicas
Gatilhos
Privação de sono, jejum prolongado, sol forte, estresse e alguns alimentos, como chocolate, são gatilhos comuns para as crises. Tente identificar quais deles afetam a criança e evite-os
Sono
As crises na infância são curtas e melhoram com o sono. Tente colocar a criança para dormir em local escuro e silencioso antes de apelar para analgésicos
Rotina
Procure respeitar os horários para comer e dormir. O ideal é que a criança deite cedo
Sinais
Criança pequena que interrompe subitamente uma atividade de que gosta pode estar com dor
Uso excessivo de analgésicos pode levar a ainda mais dores de cabeça, alertam especialistas

19 de dezembro de 2008 (Bibliomed). As dores de cabeça causadas por uso excessivo de medicamentos para dor (analgésicos) são um problema global cada vez mais comum, que merece mais pesquisas e atenção de médicos e pacientes, segundo estudo publicado na edição de novembro da revista especializada Cephalalgia.
Os pesquisadores analisaram diversos estudos que exploram a incidência das dores de cabeça por abuso de analgésicos em oito países diferentes. E destacaram que esse tipo de cefaléia atinge cerca de 1% da população adulta e 0,5% das crianças mundialmente.
“As cefaléias causadas por abuso de medicamentos é associado com incapacidade grave, necessidades de tratamento não satisfeitas e poucos dados clínicos para sustentar as estratégias atuais de controle”, escreveu o neurologista David W. Dodick, especialista da Mayo Clinic e líder do estudo.
O especialista explica que essas cefaléias são induzidas por uso indevido de medicamentos, e ocorrem diariamente ou quase diariamente, desenvolvendo-se ao longo do tempo. É criada a tolerância ao medicamento e, então, “quando o paciente tenta descontinuar a medicação, podem ocorrer difíceis sintomas de abstinência”. E o uso excessivo de alguns medicamentos pode levar dores diárias similares à enxaqueca ou ao aumento da freqüência das enxaquecas.
Há a idéia de que o problema ocorra quando pacientes com dor severa exageram na busca por um alívio, usando remédios em excesso para dar conta das atividades diárias. A condição pode começar com uma dor de cabeça severa ao acordar e ser acompanhada de náusea, ansiedade, esquecimento e irritabilidade. Os autores acreditam que, se não tratadas, essas dores podem representar um problema maior do que a enxaqueca.
De acordo com os especialistas, alguns médicos preferem prescrever o uso de remédios para enxaqueca, enquanto tentam descontinuar o uso diário de analgésicos pelo paciente. E destacam que “os médicos precisam estar vigilantes sobre qual medicação prescreve para enxaqueca e outros tipos de cefaléia, e quais os medicamentos sem prescrição os pacientes estão tomando”. Isso porque, para eles, a principal estratégia de prevenção seria a comunicação médico-paciente, além do cuidado com sintomas de abstinência.
Os mecanismos da doença ainda não estão claros assim como quais pessoas são mais propensas a desenvolver a condição, por isso mais estudos seriam necessários para um melhor entendimento da doença e para o desenvolvimento de estratégias eficazes de prevenção e tratamento.
Fonte: Cephalalgia. Novembro de 2008.
Estudo indica que exercícios aeróbicos podem ajudar contra enxaqueca

30 de março de 2009 (Bibliomed). A prática regular de exercícios aeróbicos pode reduzir a frequência de enxaquecas e melhorar a qualidade de vida das pessoas que sofrem desse mal, segundo estudo publicado na revista científica Headache: The Journal of Head and Face Pain.
Embora alguns estudos indiquem que o exercício físico pode iniciar as dores de cabeça nas pessoas que têm enxaqueca, os pesquisadores destacam que um programa de atividades físicas bem toleradas e desenvolvido para melhorar o “consumo de oxigênio” pode ser benéfico para esses pacientes.
Os pesquisadores avaliaram pessoas com enxaqueca antes, durante e após o programa de exercícios na bicicleta ergométrica (exercício aeróbico contínuo). E eles notaram que, após o período de tratamento, o consumo máximo de oxigênio aumentou significativamente.
Os resultados indicaram que não houve piora da enxaqueca em nenhum momento do estudo e, no último mês de intervenção, ocorreu uma redução considerável no número de ataques de enxaqueca, no número de dias que os participantes sofriam com o problema todo mês, na intensidade das dores e na quantidade de medicamentos utilizados para controle da dor.
Segundo os pesquisadores, as pessoas com dores de cabeça e enxaqueca normalmente são menos fisicamente ativas, o que resulta em menos resistência aeróbica e flexibilidade. E, embora a quantidade ideal de exercícios para esses pacientes ainda permaneça desconhecida, o programa apresentado apresentou bons resultados e deve ser comparado com outras abordagens.
Fonte: EurekAlert. Public release. 26 de março de 2009.
sábado, 12 de março de 2011
Cefaléia em salvas - para o Renato

A cefaléia em salvas é uma forma bastante rara de dor de cabeça que ocorre predominantemente em adultos jovens e, raramente, em crianças e adolescentes. É mais comum no sexo masculino, em uma relação de 3:1.
Ela se caracteriza por uma dor muito forte unilateral, orbitária, supra-orbitária e/ou temporal, durando de 15 a 180 minutos, se não tratada. Além disso, a dor se acompanha de pelo menos um dos seguintes sintomas:
1. hiperemia conjuntival e/ou lacrimejamento ipsilaterais
2. congestão nasal e/ou rinorréia ipsilaterais
3. edema palpebral ipsilateral
4. sudorese frontal e facial ipsilateral
5. miose e/ou ptose ipsilateral
6. sensação de inquietude ou agitação
As crises têm uma freqüência de uma a cada dois dias a oito por dia.
A localização retrorbitária (92%) é a mais freqüente, seguida da localização temporal. Em um estudo recente com 230 pacientes, a dor foi estritamente unilateral em todos pacientes estudados, não havendo predileção significativa pelo lado da dor. Nos casos episódicos, 14% tiveram alternância na mesma salva e 18% na salva seguinte. Dois pacientes apresentaram mudança do lado da dor durante a mesma crise. Alguns casos raros de dor bilateral já foram descritos e podem se apresentar de várias formas: alternância de lado em salvas distintas e alternância de lado na mesma salva, como observadas neste estudo citado ou até mesmo bilateral na mesma crise.
Segundo os autores deste estudo, a duração média máxima de uma crise foi de 159 minutos enquanto a duração média mínima foi de 72 minutos. O número máximo de crises foi de cinco nas 24 horas. A média de tempo de remissão (sem dor) foi de um ano, tendo relatos de remissão de oito semanas a 20 anos.
A maioria referiu predileção pelas estações de outono e primavera, inclusive os pacientes com CS crônica, que relataram exacerbação das crises nestas estações. As crises noturnas foram observadas em 73% dos pacientes, acordando-os à noite.
O lacrimejamento é o sinal autonômico mais freqüente, seguido por hiperemia conjuntival e congestão nasal. Há também relatos de náusea, fotofobia, fonofobia e osmofobia durante a crise. A náusea e os vômitos são mais freqüentes nas mulheres com CS (46,9% vs. 17,4%), enquanto a fotofobia, a fonofobia e a osmofobia se manifestam proporcionalmente em homens e mulheres. A agitação e a inquietude durante a crise foi relatada por 93% dos pacientes e não houve exacerbação da dor pelos movimentos, importante fato no diagnóstico diferencial. A dor, descrita como cruciante, impele ao movimento constante, na busca desesperada por alívio.
Sacquegna e col., em 1987, estudaram o curso de 72 pacientes com cefaléia em salvas episódica, observando que 86% dos casos tinham freqüência regular das salvas por ano e 69% tinham regularidade na freqüência e duração das salvas. A maioria tinha uma salva por ano. O autor sugere que a história natural seja caracterizada pela regularidade, envolvendo mecanismos de controle biológico.
Alguns fatores são considerados como deflagradores da crise, como o álcool, medicamentos vasodilatadores, histamina, sono, alterações comportamentais, aumento das atividades física, mental ou emocional. As alterações emocionais parecem influenciar principalmente os casos crônicos.
Com os estudos evidenciando sintomas freqüentemente associados à dor, várias sugestões foram sendo feitas para inclusão de algumas características à classificação. Alguns itens foram considerados e incluídos, como a agitação e a inquietude durante a crise, descritas por vários autores.
Fenômenos sensoriais, como fotofobia, fonofobia e osmofobia, e a possível presença de náuseas e vômitos, são descritos em vários estudos. Segundo Van Vliet e col. (2003), este é um dos motivos principais para o erro diagnóstico pelo não especialista, muitas vezes confundindo-a com a migrânea. Um relato freqüente é a ausência de exacerbação da dor com esforço físico, ajudando no diagnóstico diferencial.