sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Jogos violentos alteram a função cerebral em jovens

Jovens que jogam games violentos apresentam mudanças na região cerebral que está associada à função cognitiva e ao controle emocional. É o que sugerem os resultados de um estudo apresentado no encontro anual da Sociedade Radiológica da América do Norte.

Os pesquisadores da faculdade de medicina da Universidade de Indiana, autores da pesquisa, estudaram a violência nos meios de comunicação e o impacto disso na vida dos jovens por mais de uma década. Esta, porém, é a primeira vez que eles realizaram um estudo experimental que mostrou uma relação direta entre jogar games violentos durante um período e a mudança em regiões cerebrais.

Para o estudo, foram acompanhados 28 homens, com idades entre 18 e 29 anos, com um passado de exposição a jogos violentos. Os voluntários foram divididos aleatoriamente em dois grupos de 14 pessoas. Os membros do primeiro grupo foram instruídos a jogar um game de tiro por 10 horas ao dia durante uma semana. Depois, eles eram impedidos de jogar na semana seguinte. O segundo grupo não jogou nenhum game durante as duas semanas de duração do estudo.

Cada um dos voluntários foi submetido a uma ressonância magnética no começo do estudo, outra na primeira semana e mais uma no final da segunda semana. Além disso, os participantes também fizeram testes que mediam a habilidade cognitiva e emocional.

Os resultados mostraram que os voluntários dos primeiro grupo, que jogaram durante uma semana, tiveram menor em duas regiões do cérebro ligadas à parte cognitiva e emocional, ao serem comparados com o grupo controle. "Essas descobertas indicam que o jogo violento de vídeogame pode provocar um efeito a longo prazo no funcionamento do cérebro", afirmou Yang Wang, do departamento de radiologia da Universidade de Indiana. "Esses efeitos podem traduzir-se em mudanças de comportamento durante longos períodos de jogo. As regiões afetadas do cérebro são importantes para controlar a emoção e comportamento agressivo", disse.

Revista Veja 02.12.11


terça-feira, 29 de novembro de 2011

Moleiras: uma proteção natural


Todo recém-nascido apresenta na chamada calota craniana – no alto da cabeça – duas aberturas: a fontanela anterior e a posterior, também conhecidas como moleira. Suas funções principais são facilitar a passagem do bebê, na hora do parto, e permitir, junto com as suturas (pequenas linhas de separação entre os ossos da cabeça), o crescimento adequado do cérebro. Mais tarde, a própria natureza tratará de fechá-la.

A fontanela anterior é maior e a que mais demora a fechar. Mede cerca de dois dedos de largura e seu fechamento ocorre em torno do 9º ao 15º mês de vida. Uma de suas características é a pulsação, originada pela proximidade de vasos arteriais. A outra fontanela, menor, costuma estar fechada até o 2º mês de vida.

Um espaço para crescer

Outra função importante da moleira é permitir a flexibilidade da caixa craniana, dando lugar para o desenvolvimento do cérebro. No primeiro ano de vida, este alcança metade da dimensão que terá no adulto e apresenta um aumento de 135% em relação ao seu tamanho na hora do nascimento da criança. Embora não seja muito demorado, esse processo é muito importante.

Atenção!
Devido à compressão craniana na hora do parto, é muito comum que a cabeça da criança apresente pequenas deformações, tomando, por exemplo, a forma afunilada, conhecida como moldagem. Depois de uma semana a dez dias, no entanto, tudo volta ao normal.


Quando há problemas

Um bebê que nasce com a fontanela fechada, tem o cérebro comprimido pela caixa craniana, problema conhecido como cranioestenose. Esse fechamento precoce pode causar-lhe deformidades na cabeça e até graves lesões neurológicas, devido ao encarceramento do cérebro.

A doença é congênita. Adquirida ainda na fase embrionária, suas prováveis causas são hereditárias, intra-uterinas ou infecciosas, como a sífilis.

Mais comum nos meninos (três para cada menina), deve ser tratada antes do 8º mês, mas é importante que o diagnóstico seja firmado até o 2º, para permitir um acompanhamento neurológico mais aprofundado. Isso pode acontecer por meio de cirurgia, na qual são criados espaços ou suturas no crânio, geralmente com resultados satisfatórios.

Outra dificuldade é a demora no fechamento da fontanela ou moleira, provocada pela hidrocefalia ou acúmulo do líquido da espinha dorsal na cabeça, o que provoca seu crescimento anormal. Também pode ser causada por alterações da tireóide ou hipertensão intracraniana.

O tratamento de cada um desses problemas pode variar, mas no caso da hidrocefalia, também costuma ser cirúrgico, com a colocação de válvulas de drenagem.

Atenção!
As visitas regulares ao pediatra no primeiro ano de vida da criança ajudam a fazer o diagnóstico precoce de anormalidades cranianas e a definir o melhor tipo de tratamento. Para isso, o profissional tira as medidas cefálicas e acompanha o crescimento do neném.


Sim...

A pulsação do coração é percebida na moleira.
O choro faz com que a moleira pulse mais forte.
Em algumas crianças, ela fecha mais cedo.
Em outras, pode demorar até os dois anos.
O crânio deve ter um crescimento homogêneo.

Não...

Para a moleira afundada. Pode ser início de desidratação.
Para a moleira abaulada. Entre as causas, está o excesso de ingestão de vitamina A.
Para outras alterações na forma do crânio, por exemplo, se é achatado.
Para o seu crescimento exagerado para a frente ou para os lados.

Atenção!
Para pesquisar a moleira abaulada, deixe a criança levantada. A posição deitada pode dar uma falsa impressão de abaulamento.


Link aqui

Zilda Ferreira
Consultoria: Dr. Eduardo Figueiredo Salles, pediatra e neonatologista

Estudo mostra que enxaqueca infantil costuma ser subestimada pelos pais



Quando uma criança se queixa de dor de cabeça, pais e professores logo pensam que ela está precisando de óculos, mas problemas visuais raramente são as causas de um distúrbio mais sério e ainda subestimado em crianças e jovens: a enxaqueca. Os verdadeiros culpados incluem dieta inadequada, alterações hormonais, privação de sono e predisposição genética, segundo pesquisa realizada no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto.

O estudo revelou que os principais sintomas da enxaqueca infanto-juvenil são dores concentradas em um lado da cabeça, náusea, vômitos, palidez e mais sensibilidade à luz e ao barulho. A dor é pulsante e piora com o esforço físico, sendo comum a criança parar de brincar nessa situação. A duração da crise parece ser mais breve que nos adultos: meia hora ou até menos. Segundo os autores, o melhor a fazer é colocar a criança para descansar em um lugar bem ventilado, escuro e silencioso.

Segundo as estimativas da Academia Brasileira de Neurologia, a enxaqueca atinge cerca de 18% da população do país. Nas crianças e jovens os dados são escassos, mas o estudo de Ribeirão Preto indica que até 12% dos meninos e meninas com mais de 10 anos têm predisposição genética para o problema.

Leia aqui


Sem tratamento adequado, quase metade dos jovens faz uso abusivo de analgésicos


Quase 2 milhões de crianças e adolescentes brasileiros sofrem com dor de cabeça pelo menos dez dias por mês. Por falta de diagnóstico e tratamento adequado, quase metade deles acaba fazendo uso abusivo de analgésicos, o que pode piorar o quadro e trazer outros prejuízos à saúde.

A estimativa foi feita pelo neurologista Marco Antônio Arruda, da Sociedade Brasileira de Cefaleia, com base em uma pesquisa com 6.383 crianças e adolescentes entre 5 e 18 anos. Mais de 80% disseram já ter sentido dor de cabeça ao menos uma vez, 10% foram diagnosticados como portadores de cefaleia tensional e 8% como portadores de enxaqueca. "Cerca de 2,5% da amostra têm o que chamamos de cefaleia crônica de alta frequência e, desses, 53% disseram tomar analgésico mais de dez dias por mês. É um exagero", diz o médico.

O consumo excessivo de remédios faz com que o corpo pare de produzir substâncias analgésicas naturais, como endorfinas. Com o tempo, as crises se tornam mais frequentes e intensas. Além disso, as drogas podem afetar os rins, fígado, coração e trato digestivo.

Mikael Correa, 11 anos, teve sua primeira crise de enxaqueca aos 7. Mas o problema só foi diagnosticado dois anos mais tarde e, nesse meio tempo, ele chegou a ter quatro episódios de dor por semana. Hoje, graças ao tratamento preventivo, o menino tem, em média, uma crise por mês. Mikael usa remédios e tem um diário, com os dias e o tempo que duram as crises.

As dores de cabeça crônicas estão relacionadas a um desequilíbrio químico no cérebro, explica a neurologista Thaís Villa, do setor de cefaleia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). "Analgésicos resolvem a dor aguda, mas, quando o problema é recorrente, é preciso medicamento para corrigir o desequilíbrio."

Mas a maioria das crianças e adolescentes que sofrem de cefaleia crônica não é diagnosticada e tratada, afirma Arruda. Isso as deixa mais predispostas a sofrer de distúrbios do sono e problemas de comportamento, como agressividade ou retraimento.

Estudo mostra também que o risco de desempenho escolar abaixo da média é 40% maior entre os que têm dor de cabeça crônica. O índice de absenteísmo escolar também foi mais alto. Além disso, outro estudo revelou que crianças com enxaqueca têm o funcionamento cognitivo afetado, e desempenho inferior em testes de atenção, memória e processamento de informação. (AE)

Dicas

Gatilhos
Privação de sono, jejum prolongado, sol forte, estresse e alguns alimentos, como chocolate, são gatilhos comuns para as crises. Tente identificar quais deles afetam a criança e evite-os

Sono
As crises na infância são curtas e melhoram com o sono. Tente colocar a criança para dormir em local escuro e silencioso antes de apelar para analgésicos

Rotina
Procure respeitar os horários para comer e dormir. O ideal é que a criança deite cedo

Sinais
Criança pequena que interrompe subitamente uma atividade de que gosta pode estar com dor

Gagueira infantil

" Problemas de articulação da fala costumam aparecer entre 2 e 4 anos de idade e são mais frequentes em meninos; o tratamento deve ser iniciado ainda na idade pré-escolar."

A mãe de Pablo mostra-se angustiada durante a consulta. Já faz um mês que seu filho de 3 anos repete sílabas e bloqueia sons ao falar. Ao ver seu esforço para se expressar, ela tenta ajudá-lo orientando-o a não ficar nervoso e a falar bem devagar – o que não tem efeito. Há dias em que Pablo gagueja e outros em que fala sem nenhuma dificuldade. Na última semana, no entanto, o problema se agravou em algumas ocasiões, o menino chega a fazer gestos de esforço para parar de tropeçar nas palavras. A mãe receia que a gagueira se torne permanente.


Problemas de articulação da fala costumam aparecer entre os 2 e 4 anos. Nesse período, os pequenos começam a formar frases maiores e mais elaboradas e ocorre a aquisição de habilidades complexas e necessárias para organizar a linguagem e utilizá-la em situações sociais. É normal esquecer-se de algumas palavras, não apresentar total fluência na fala e demonstrar insegurança ao se expressar.


Como descrito pela mãe de Pablo, uma das características da gagueira é a oscilação: ela não se apresenta em todas as ocasiões e sua intensidade varia. Na maioria dos casos, os bloqueios desaparecem, por exemplo, quando a criança canta, pois estão relacionados ao momento da comunicação – como alguma situação na qual o pequeno se sinta intimidado, seja por uma atitude pouco receptiva do interlocutor ou pela emoção que sente em relação ao tema. Fatores como a pressão dos pais ou professores para “falar corretamente”, corrigindo ou mesmo recompensando quando a criança se expressa com fluência, podem piorar o problema.

Diagnóstico e tratamento

A gagueira tende a desaparecer espontaneamente ainda durante a infância. Entretanto, em uma minoria dos casos, ela pode se estabelecer e perdurar pela adolescência e idade adulta. É comum que a falta de fluência na fala acentue a timidez ou faça com que a pessoa deixe de se expressar para evitar a vergonha de tropeçar nas sílabas e passe a manifestar movimentos corporais involuntários relacionados à tensão e ao esforço para falar.
Até há pouco tempo, a abordagem de especialistas para casos como o de Pablo era aconselhar os pais a esperar. O tratamento costumava ser indicado apenas se o problema persistia após a idade pré-escolar. No entanto, segundo estudo conduzido por mais de 20 anos, a intervenção deve vir, de preferência, antes dos 4 anos, para evitar que a gagueira se estabeleça e ocasione transtornos secundários como ansiedade ou sentimentos negativos em relação à comunicação e à convivência social, prejudicando a autoestima.


A pesquisa não identificou uma causa específica da gagueira, porém foram identificados fatores que podem desencadeá-la, como histórico familiar – cerca de 60% das pessoas com o problema têm parentes gagos. Além disso, é três vezes mais frequente em meninos. Observou-se alto índice de recuperação em casos em que o tratamento foi iniciado antes que as repetições e os tropeços na fala completassem um ano. Ao perceber os sinais descritos, é aconselhável que os pais procurem um fonoaudiólogo ou psicólogo. Estes profissionais avaliarão o grau de dificuldade da criança em expressar-se e se há fatores ambientais, sociais e psicológicos associados ao problema.


A mãe de Pablo foi orientada a ajudar o filho com atitudes simples, como falar de forma clara com a criança e dar tempo para que ele organize suas palavras. Foi instruída também a evitar fazer recomendações e a conversar um pouco mais devagar, articulando bem as palavras, para oferecer um modelo lento de fala, com pausas, que possa ser imitado. Essas pequenas mudanças são, em geral, muito eficazes para deixar os pequenos mais tranquilos e conseguir que eles se expressem com mais fluência.

Reportagem da Revista Mente e cérebro,edição 221 - Junho 2011: leia aqui

Autora: Alicia Fernández Zúñiga
Alicia Fernández Zúñiga é psicóloga do Instituto de Linguagem e Desenvolvimento da Universidade Autônoma de Madri

Cabeça nas nuvens ...

Revista mente e cérebro: "O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade não termina na infância. Ao contrário do que se supunha há alguns anos, pode prosseguir pela adolescência e chegar à idade adulta"




O tratamento, porém, do TDA/H reduz as possibilidades de abuso/dependência de drogas à metade, ou seja, para o mesmo nível da população geral. O diagnóstico de TDA/H em adolescentes e adultos requer cuidadosa análise da história clínica, obtida por intermédio do relato do paciente acerca de seus sintomas e do impacto deles em sua vida. Em geral, do ponto de vista psiquiátrico, buscam-se informações sobre o início do transtorno na infância, sobre a persistência ao longo da vida e a ocorrência atual dos sintomas, considerando a adaptação dos critérios da quarta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV), da Associação Psiquiátrica Americana (APA), para a vida adulta.

FATORES DE RISCO
Escalas de avaliação para adultos têm sido adaptadas no Brasil por pesquisadores sob recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), caso de Paulo Mattos, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que tem se dedicado ao estudo e tratamento do TDA/H em adolescentes e adultos. Fatores de risco e de proteção devem ser examinados com cuidado, como os psicossociais, cognitivos, educacionais e familiares. É preciso levar em conta também a possibilidade de outros diagnósticos psiquiátricos concomitantes, visto que é freqüente a presença de diversas patologias psiquiátricas comórbidas ao TDA/H, como transtornos de conduta, do humor e de ansiedade.

No que se refere ao tratamento, nos últimos dez a 20 anos houve aumento no uso de fármacos, sobretudo de estimulantes, com orientação da Academia Americana de Psiquiatria Infantil e do Adolescente para um monitoramento sistemático dos efeitos da medicação no comportamento. Mais recentemente, os estudos têm enfocado a eficácia de terapias medicamentosas e não-medicamentosas.

A terapia cognitivo-comportamental (TCC) tem sido a principal modalidade não-medicamentosa citada na literatura internacional, pois atua nos principais déficits comportamentais do portador de TDA/H, como os de comportamento inibitório, de auto-regulação da motivação, de organização e planejamento, além de direcionar o paciente a um objetivo.

Mas isso deve ocorrer concomitantemente a mudanças ambientais. A orientação à família e seu engajamento no tratamento de TDA/H, em especial no caso de crianças e adolescentes, auxiliam no entendimento de que não se trata de rebeldia ou preguiça. É fundamental explicar para os pais as multifacetadas razões pelas quais o filho tem determinados comportamentos e sintomas, e encorajá-los a participar da intervenção possibilita o aumento da aderência ao tratamento.


Além de desatenção, hiperatividade e impulsividade – consideradas os principais sintomas –, outra manifestação comum é a pouca coordenação motora, a ponto de, muitas vezes, os pais rotularem os filhos de desajeitados ou desastrados.

Em geral, as crianças com o distúrbio apresentam tendência de movimentação constante: agitam as mãos ou os pés, remexem-se na cadeira, abandonam seu lugar para correr ou escalar (muros, móveis etc.), sobretudo em situações em que isso é inapropriado. Falam demais ou têm dificuldade de brincar e permanecer em silêncio durante determinadas atividades de lazer que requerem esse comportamento.

Entre os sinais de desatenção estão os problemas para se fixar em detalhes ou a propensão a erros por descuido em atividades intelectuais. Esses meninos e meninas não conseguem acompanhar instruções longas e/ou terminar os deveres escolares ou domésticos nem organizar as tarefas; relutam em envolver-se em atividades que exijam esforço mental por longo período (como ler textos extensos ou livros sem gravuras) ou as evitam; distraem-se facilmente com estímulos alheios às tarefas ou atividades diárias que estão executando, muitas vezes chegando a esquecer-se delas.

A desatenção leva à distração, ao “sonhar acordado” e à dificuldade de persistir em uma única tarefa por um período mais prolongado. Como a atenção é desviada de um estímulo a outro, com freqüência os pais e os professores dizem que esses jovens agem como se não ouvissem ou como se vivessem com a cabeça nas nuvens. (...)

A reportagem completa está aqui

A paternidade muda o cérebro


Homens ficam mais atentos e acolhedores com a chegada do bebê


Por muitos anos os pais atuaram como coadjuvantes na educação dos filhos, assumindo a tarefa de prover o sustento, só cuidando diretamente deles em casos excepcionais, quando a mãe estava impossibilitada de dar conta dessa tarefa. Para o homem, trocar fraldas ou dar banho em seu bebê era algo atípico e até constrangedor. Mas com as transformações sociais e culturais das últimas décadas, que tornaram a presença feminina no mercado de trabalho cada vez mais forte, a divisão de tarefas dentro de casa precisou ser revista. Hoje parece distante essa época. Os homens ganharam o dever – mas também o direito – de acompanhar de perto cada etapa do desenvolvimento dos pequenos. Muitos que não tiveram um modelo paterno de maior proximidade física e afetiva precisaram descobrir (às vezes a duras penas) um novo jeito de ser pai. Os ganhos, porém, foram inegáveis, tanto para os adultos quanto para as crianças.


Hoje se sabe, por exemplo, que os homens influenciam as crianças de modo único: desempenham o papel de desafiá-las e instigá-las a desenvolver capacidades emocionais e cognitivas para enfrentar o mundo. Em um artigo de 1958, o psiquiatra britânico John Bowlby lançou uma ideia até então controversa, que ficou conhecida como teoria do apego: segundo ele, para se desenvolverem bem, todas as crianças necessitam de um relacionamento saudável e seguro com um adulto. Sua obra se atém à natureza do vínculo da criança com a mãe. No entanto, nos anos 70 surgiram os primeiros estudos realmente voltados para os pais: eles são tão capazes quanto elas de cuidar dos filhos. “Homens estão igualmente aptos a compreender o choro de seus bebês como sinal de fome ou de cansaço e responder a essa demanda da criança”, reconhece Bowlby. Diante de um recém-nascido irrequieto, adultos de ambos os sexos têm as mesmas respostas fisiológicas: alterações na frequência cardíaca, respiração e temperatura da pele. Assim como as mulheres, homens vendados conseguem distinguir seus bebês em meio a uma fileira de outros, numa enfermaria, apenas tocando suas mãozinhas. A psicóloga Anne E. Storey e seus colegas da Universidade Memorial de New-foundland, no Canadá, descobriram recentemente que o nível de testosterona dos pais diminuiu em um terço nas primeiras semanas após seus filhos terem nascido, uma mudança que sugere que o homem fica menos agressivo e mais acolhedor nesse período. Alguns representantes do sexo masculino podem até sofrer de depressão pós-parto: em uma avaliação de 2005 com 26 mil pais e mães, o psiquiatra Paul G. Ramchandani, da Universidade de Oxford, verificou que 4% dos homens apresentavam sintomas da patologia até oito semanas após o nascimento dos filhos.

Leia mais sobre o que acontece no cérebro de pais e mães na edição de dezembro de Mente e Cérebro, n° 227.

Uso excessivo de analgésicos pode levar a ainda mais dores de cabeça, alertam especialistas




19 de dezembro de 2008 (Bibliomed). As dores de cabeça causadas por uso excessivo de medicamentos para dor (analgésicos) são um problema global cada vez mais comum, que merece mais pesquisas e atenção de médicos e pacientes, segundo estudo publicado na edição de novembro da revista especializada Cephalalgia.

Os pesquisadores analisaram diversos estudos que exploram a incidência das dores de cabeça por abuso de analgésicos em oito países diferentes. E destacaram que esse tipo de cefaléia atinge cerca de 1% da população adulta e 0,5% das crianças mundialmente.

“As cefaléias causadas por abuso de medicamentos é associado com incapacidade grave, necessidades de tratamento não satisfeitas e poucos dados clínicos para sustentar as estratégias atuais de controle”, escreveu o neurologista David W. Dodick, especialista da Mayo Clinic e líder do estudo.

O especialista explica que essas cefaléias são induzidas por uso indevido de medicamentos, e ocorrem diariamente ou quase diariamente, desenvolvendo-se ao longo do tempo. É criada a tolerância ao medicamento e, então, “quando o paciente tenta descontinuar a medicação, podem ocorrer difíceis sintomas de abstinência”. E o uso excessivo de alguns medicamentos pode levar dores diárias similares à enxaqueca ou ao aumento da freqüência das enxaquecas.

Há a idéia de que o problema ocorra quando pacientes com dor severa exageram na busca por um alívio, usando remédios em excesso para dar conta das atividades diárias. A condição pode começar com uma dor de cabeça severa ao acordar e ser acompanhada de náusea, ansiedade, esquecimento e irritabilidade. Os autores acreditam que, se não tratadas, essas dores podem representar um problema maior do que a enxaqueca.

De acordo com os especialistas, alguns médicos preferem prescrever o uso de remédios para enxaqueca, enquanto tentam descontinuar o uso diário de analgésicos pelo paciente. E destacam que “os médicos precisam estar vigilantes sobre qual medicação prescreve para enxaqueca e outros tipos de cefaléia, e quais os medicamentos sem prescrição os pacientes estão tomando”. Isso porque, para eles, a principal estratégia de prevenção seria a comunicação médico-paciente, além do cuidado com sintomas de abstinência.

Os mecanismos da doença ainda não estão claros assim como quais pessoas são mais propensas a desenvolver a condição, por isso mais estudos seriam necessários para um melhor entendimento da doença e para o desenvolvimento de estratégias eficazes de prevenção e tratamento.

Fonte: Cephalalgia. Novembro de 2008.

Estudo indica que exercícios aeróbicos podem ajudar contra enxaqueca




30 de março de 2009 (Bibliomed). A prática regular de exercícios aeróbicos pode reduzir a frequência de enxaquecas e melhorar a qualidade de vida das pessoas que sofrem desse mal, segundo estudo publicado na revista científica Headache: The Journal of Head and Face Pain.

Embora alguns estudos indiquem que o exercício físico pode iniciar as dores de cabeça nas pessoas que têm enxaqueca, os pesquisadores destacam que um programa de atividades físicas bem toleradas e desenvolvido para melhorar o “consumo de oxigênio” pode ser benéfico para esses pacientes.

Os pesquisadores avaliaram pessoas com enxaqueca antes, durante e após o programa de exercícios na bicicleta ergométrica (exercício aeróbico contínuo). E eles notaram que, após o período de tratamento, o consumo máximo de oxigênio aumentou significativamente.

Os resultados indicaram que não houve piora da enxaqueca em nenhum momento do estudo e, no último mês de intervenção, ocorreu uma redução considerável no número de ataques de enxaqueca, no número de dias que os participantes sofriam com o problema todo mês, na intensidade das dores e na quantidade de medicamentos utilizados para controle da dor.

Segundo os pesquisadores, as pessoas com dores de cabeça e enxaqueca normalmente são menos fisicamente ativas, o que resulta em menos resistência aeróbica e flexibilidade. E, embora a quantidade ideal de exercícios para esses pacientes ainda permaneça desconhecida, o programa apresentado apresentou bons resultados e deve ser comparado com outras abordagens.

Fonte: EurekAlert. Public release. 26 de março de 2009.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

O pintinho e a educação



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Mais do pintinho aqui

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Disturbios da articulação da fala

Em homenagem ao dia das crianças, reproduzo um texto do jornalista, cronista esportivo, pai e avô Juca Kfouri sobre suas duas netinhas e as dificuldades de fala na infância. Não que seja científico. É apenas adorável.



Macarujá, síbalas… Sai tudo errado mesmo. Mas calma, elas estão aprendendo

Por Juca Kfouri, avô de Luiza e Julia. Fale com ele: juca.kfouri@revistapaisefilhos.com.br

“Vovô, você é midículo e desagadável!“
“Como é, Luiza?”
“Você, vovô, é midículo e desagadável!”
Íamos os dois no carro, ouvindo as musiquinhas dela, então com 2 anos e meio, eu provavelmente cantarolando junto, o que ela jamais aprovou.
“Lulu, quem disse isso pra você?”
“A vovó Susi.”

Imediatamente liguei para ela pelo viva-voz e quando perguntei se de fato tinha sido a autora de tamanha infâmia, só ouvi uma gargalhada do outro lado.
“Imagina, eu nunca disse isso.”

Eu olhava a pequena pelo retrovisor e só a via afirmando o que dissera com a cabecinha, desmentindo a avó do outro lado da linha, mas se recusando a falar com ela.

Quando, enfim, desliguei, falei em alto e bom som, triunfante: “Viu só, a vovó disse que não falou nada”.

E ouvi, baixinho, da cadeirinha colada no banco de trás: “É, mas falou”.

Se uma criança tão pequena consegue ser desconcertante assim pela capacidade de ser taxativa a esse ponto, consegue, também, se revelar consciente de suas dificuldades de maneira comovente.

E esta aconteceu 20 dias atrás. Julia, 3 anos e meio, me recebeu em sua casa contando excitada que “o pato da Luiza caiu”.

“Caiu no lago?”, perguntei. E a vi fazer uma carinha entre o desânimo e a perplexidade.
“Não esse pato, vovô, o pato.”
“Ah, o prato?!”
E ela me olhou com a carinha mais angelical deste mundo, suplicando por compreensão: “Vovô, eu não sei falar como vocês”.
Quase a sufoquei de tanto apertar e beijar.

O linguajar surpreende, o vocabulário é gigantesco por causa dos estímulos que aparecem de todos os lados e os errinhos precisam ser cada vez mais guardados, porque se a pequena adola suco de macarujá, a maior, campeã de trava-línguas, dia desses quis brincar comigo do jogo das síbalas.

Desnecessário dizer que não é aconselhável falar com os pequenos no tatibitate deles, mas também não me parece razoável viver corrigindo seus errinhos.

Corrigir mesmo basta uma vez e fico pasmo como as duas já não dizem “pra mim fazer” e a frequência com que revelam querer falar a palavra certa e não saber como, muitas vezes esperando que alguém as socorra.

Sem nunca esquecer que se há uma língua cheia de armadilhas, essa é a nossa inculta e bela última flor do Lácio.

Juca Kfouri é jornalista esportivo, pai de quatro filhos e avô orgulhoso

Você pode ler mais do Juca aqui.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Dia das crianças


Vem aí o dia das crianças... Aproveitem!!!!

Epilepsia em crianças: pais subestimam a qualidade de vida de criança com doença crônica




Ter um filho com epilepsia exige, sim, alguns cuidados especiais, como o controle diário da medicação, frequentes visitas aos médicos e a responsabilidade de informar às pessoas que convivem com a criança sobre a doença. Mas será que a proteção exagerada e faz bem para seu filho? Um estudo feito por especialistas em neurologia da Universidade da Califórnia (EUA) mostra que os pais têm a sensação de que o filho com epilepsia tem uma qualidade de vida inferior às demais crianças. Mas, quando os pesquisadores perguntaram às crianças com a doença o que elas achavam de suas vidas, afirmaram que estavam muito bem, sim!.

Os pesquisadores descobriram que as avaliações dos pais sobre a qualidade de vida das crianças eram significativamente mais baixas para os seus filhos com epilepsia. Os fatores considerados foram saúde, autoestima e disposição física. Em contraste, as crianças com a doença avaliaram sua própria qualidade de vida igual a de seus irmãos. Foram avaliadas 143 crianças com epilepsia, a maioria com 12 anos, comparando cada uma com um irmão, saudável e não-epiléptico. A avaliação foi feita por meio de entrevistas pessoais oito a nove anos após o diagnóstico inicial, utilizando o Child Health Questionnaire, questionário que considera as versões dos pais e dos filhos sobre um mesmo assunto.

Por que os pais tendem a acreditar que a vida dos filhos não é boa o suficiente? Porque eles vêem a doença crônica como uma barreira que, em tese, impede a criança de ter uma vida melhor. Christine Bower Baca, uma das médicas responsáveis pelo estudo, explica que ter uma doença crônica ou uma deficiência não significa necessariamente que a pessoa está insatisfeita com sua vida, apesar de que outros possam pensar. “Tal distorção poderia levar a uma subestimação da qualidade de vida da criança.” Reconhecer as reais necessidades da criança é importante para a busca de um tratamento eficiente e para a melhor compreensão dos pais de como cuidar dos filhos.

O estudo também aponta que aproximadamente 45 mil crianças menores de 15 anos desenvolvem epilepsia a cada ano. As causas podem ser problemas com o desenvolvimento do cérebro antes do nascimento, a falta de oxigênio durante ou após o parto, traumatismos cranianos, tumores, convulsão com febre prolongada, genética, ou infecções no cérebro.



75% das pessoas não recebem tratamento

Boa parte das pessoas não tem tratamento por falta de conhecimento sobre seus sintomas e perigos. A boa notícia é que ela tem cura, e as chances disso são ainda maiores quando o diagnóstico é feito nos primeiros anos de vida da criança. Um estudo divulgado pela Organização Mundial de Saúde revelou que cerca de 75% das pessoas que sofrem de epilepsia no mundo deixam de receber tratamento, e isso se deve muito mais à falta de conhecimento sobre a doença do que ao valor do seu tratamento.

Esse distúrbio é mais comum entre as crianças do que entre os adultos (cerca de 5% da população jovem tem o problema) e sua causa na maioria dos casos é desconhecida. Algumas vezes, a doença pode ser passageira, desaparecendo ainda na infância naturalmente, o que não dispensa a avaliação e tratamento - no Brasil todos os remédios necessários são fornecidos pelo governo. Alguns sinais ficam mais evidentes nos primeiros anos na escola , quando ela pode apresentar falta de atenção enquanto escreve ou assiste às aulas, e isso pode atrapalhar o rendimento escolar. Uma das formas de perceber o problema pode ser quando, durante um ditado, a criança escreve apenas partes do que o professor fala, sem registrar grandes pedaços do texto dito. Como os professores podem não saber diferenciar se a criança tem déficit de atenção ou epilepsia de fato, cabe a eles observar os alunos e orientar os pais a procurarem um especialista.

Segundo Rogério Tuma, neurologista do Hospital Sírio Libanês (SP), a doença pode ser constatada logo depois que a criança nasce, quando o médico já pode perceber se o bebê apresenta contrações constantes em algum músculo do corpo. Se ele suspeitar que elas indicam epilepsia, é pedido um exame de eletroencefalograma para analisar as descargas elétricas do cérebro e constatar se há de fato disfunção em algumas células. O diagnóstico precoce aumenta muito as chances de cura, e o tratamento normalmente é feito à base de medicamentos. Só em casos em que a causa da epilepsia é conhecida e muito específica (como um tumor ou após um acidente que comprometeu a estrutura do cérebro) é possível fazer uma cirurgia para sanar o problema.

A epilepsia não é uma doença transmissível e acontece quando alguns neurônios não funcionam corretamente. Essa disfunção se manifesta em contrações involuntárias de alguns músculos do corpo ou até do corpo inteiro durante alguns segundos. Outro sintoma é o que os médicos chamam de ausência (quando a pessoa parece olhar para o nada, pisca com frequência ou estala os lábios, como se não estivesse percebendo o que está ao seu redor). Esses períodos em que a pessoa parece inconsciente ou quando tem essas contrações são conhecidos como crises. Numa crise mais grave, a pessoa pode chegar até mesmo a ter convulsões.

Como agir

Se já se sabe que a criança é epilética, é importante que os pais avisem a coordenação da escola para que eles fiquem cientes de que o aluno pode apresentar algumas dificuldades. Cabe à coordenação comunicar aos professores para que eles sejam mais cuidadosos – especialmente em aulas de educação física, que exigem mais esforço do aluno e isso pode acarretar alguma crise – mas sem excluir as crianças de nenhuma brincadeira ou exercício.

Os problemas mais frequentes da epilepsia são causados durante as crises, que podem durar vários segundos. Tuma explica que o cérebro aprende a ter a crise, então quanto mais crises a pessoa tem, maior é o risco de ela ter de novo. Uma maneira de evitá-las é seguindo o tratamento indicado pelo médico. Nesse tempo, como a pessoa perde o controle sobre o próprio corpo (ou parte dele), ela pode cair e se machucar. Em casos mais graves, pode até mesmo ocorrer a falta de oxigenação no cérebro, o que leva a convulsões e até a danos permanentes.

Durante uma crise, alguns cuidados são necessários para garantir a integridade física da criança. Se o ataque provocar contrações involuntárias ou convulsões, abra espaço para que seu filho não bata em nenhum objeto, deite-o de lado para impedir que sua língua feche a passagem de ar pela garganta e não coloque nada em sua boca - dedos podem ser mordidos e objetos podem machucá-lo. Se você estiver sozinho com a criança durante uma crise, mantenha a calma e fique ao lado dela esperando o fim das contrações. Só após o relaxamento dos músculos você deve buscar socorro.

Cuidados ainda na gestação

Inúmeras pesquisas já comprovaram que o álcool prejudica a saúde da mãe e compromete o futuro do bebê. Por isso, fique atenta. De acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade do Novo México, nos EUA, os fetos que são expostos a álcool têm maiores chances de desenvolver epilepsia. Os pesquisadores chegaram a essa conclusão após examinar o histórico familiar de 425 pessoas que sofrem da doença. Eles estabeleceram uma correlação entre fatores de risco - como a exposição ao álcool e às drogas durante a gravidez – e as ocorrências de epilepsia.


Epilepsia em crianças: pais subestimam a qualidade de vida de criança com doença crônica

Atividade física é indicada para crianças com epilepsia




Crianças com baixos indices de atividade física apresentam maiores chances de desenvolver doenças cardiovasculares, obesidade, artrite, diabetes e outras doenças relacionadas ao sedentarismo observadas em adultos."Pais estimulam os filhos sem epilepsia a praticarem exercícios físicos e mostram uma atitude de superproteção em relação aos outros filhos com epilepsia, fazendo com esses evitem a prática esportiva".
A epilepsia é uma das mais comuns doenças neurológicas em crianças, afetando aproximadamente 1 % da população pediátrica. A atividade física tem mostrado grandes benefícios fisiológicos e psicológicos em pessoas com epilepsia.
Entretanto, muitos profissionais da área de saúde contra-indicam a prática de exercícios físicos ou atividades esportivas para as crianças com epilepsia por acharem que o exercício físico possa desencadear crises epilépticas ou lesões durante a prática dos exercícios físicos.
Assim, o estigma e o preconceito da epilepsia diminuem ainda mais o incentivo para as crianças na participação de atividades esportivas. Um estudo realizado por Judy Wong e Elaine Wirrell *, pesquisadores da Universidade de Alberta e Universidade de Calgar, Canadá demonstrou resultados muito interessantes em relação aos hábitos de atividade física entre irmãos com epilepsia.
Neste estudo, foi comparado o nível de atividade física de crianças com epilepsia em relação aos seus irmãos sem epilepsia. Verificou-se que as crianças com epilepsia eram menos ativas fisicamente, com menor participação em atividades esportivas que seus irmãos sem epilepsia. Além disso, as crianças com epilepsia apresentavam índice de massa corporal maior, isto é, eram mais obesas.
A falta da participação em atividades esportivas neste grupo de crianças pode refletir um maior isolamento social, o que é comum nesta população específica.
Neste sentido, parece que os pais estimulam os filhos sem epilepsia a praticarem exercícios físicos e mostram uma atitude de superproteção em relação aos outros filhos com epilepsia, fazendo com esses evitem a prática esportiva.
Apesar da maioria dos esportes ser seguro para pessoas com epilepsia, algumas atividades necessitam de supervisão, como esportes aquáticos e esportes em altitudes. Detalhes das atividades esportivas recomendadas e contra-indicadas para pessoas com epilepsia foram mostradas em matérias anteriores sobre epilepsia e exercício físico - artigos anteriores clique aqui.
Desta forma, é importante encorajar e orientar os pais dos efeitos positivos do exercício físico no desenvolvimento físico e psicológico das crianças com epilepsia.

*Judy Wong and Elaine Wirrell. Physical Activity in Children/Teens with Epilepsy Compared with That in Their Siblings without Epilepsy. Epilepsia, 47(3):631–639, 2006.

Atividade física é indicada para crianças com epilepsia

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

O pintinho, as escolas e o TDAH



Quem quiser ler mais tirinhas do pintinho e seus pais, tem aqui:
http://opintinho.tumblr.com

terça-feira, 6 de setembro de 2011

A palmada como método educativo



Abaixo, segue o link do brilhante texto do jornalista e doutor em ciencia politica Leonardo Sakamoto, postado em 05.09.2011 em seu blog no portal uol. Como forma de estimular a leitura de todos, posto antes alguns trechos:


"
“Eu bati nele, sim, pra corrigir. Mas não queimei, não. Só fiz coisa normal de uma mãe.”

A declaração foi dada nesta segunda à TV Globo pela mãe acusada de trancar os três filhos em casa em Itapecerica da Serra (SP). Segundo o filho mais velho, de 12 anos, que ligou para a polícia a fim de pedir ajuda, ela também teria usado água quente para queimá-lo. Um inquérito policial foi instaurado.

(...)


Educar alguém não é fácil. Eu, por exemplo, era uma peste quando criança (e sigo até hoje…) – portanto agradeço enormemente aos meus pais pela educação que me deram. Mas o ser humano evolui, a sociedade evolui, não precisamos permanecer com velhas práticas simplesmente porque foram adotadas em nossa infância ou na infância de nossos pais.

(...)

Por que os mesmos que apóiam a palmada não bradam pelo direito de bater em idosos, se estes chegarem à senilidade, como forma de “educar”?

Talvez porque sabem que crianças eles já foram. Mas, idosos, ainda serão. "

http://blogdosakamoto.uol.com.br/2011/09/05/eu-bati-nele-pra-corrigir-so-fiz-coisa-normal-de-uma-mae/

sábado, 11 de junho de 2011

O que é TDAH?

Atualmente, muito tem se falado sobre o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), mas o tema, ainda, gera muitas dúvidas e neste momento é que surgem os mitos sobre o transtorno

As dúvidas são reforçadas por informações incorretas obtidas de fontes não confiáveis e propagadas, deixando de lado as evidências científicas e a dedicação de longo prazo de especialistas e estudiosos que dedicam seus esforços para melhorar a vida de pacientes e familiares.

Dados históricos comprovam que o primeiro registro sobre os sintomas do TDAH foi feito por George Still em 1900. A doença, reconhecida pela OMS (Organização Mundial da Saúde), é neurobiológica, com alto grau e hereditariedade, e se manifesta através de persistente desatenção e/ou hiperatividade mais frequente e grave do que tipicamente observado em outros indivíduos.

O diagnóstico é feito exclusivamente por um médico especialista através de entrevista, observação e aplicação de questionário com 18 pontos que segue padrão adotado da DSM-IV-TR. Os prejuízos causados pelos sintomas precisam estar presentes em dois ou mais ambientes (social, afetivo, familiar, escolar e/ou profissional) para que se confirme o diagnóstico.

São incontestáveis as consequências de quem sofre com o transtorno e não recebe o tratamento adequado. E não se trata de boa ou má educação. Um portador do TDAH apresenta sintomas de hiperatividade e/ou desatenção, a criança tem dificuldade em manter a atenção especialmente em atividades que exijam raciocínio ou leitura, em concluir tarefas e atividades, em se organizar. Tem dificuldade em permanecer sentada, é inquieta e tem dificuldade em aguardar a sua vez. Estes sintomas frequentemente interferem no processo de aprendizagem e no relacionamento com amigos e com a família.

No entanto, não são suficientes para um diagnóstico e apenas um médico especialista pode realizá-lo e só ele pode avaliar qual o tratamento mais adequado. O transtorno não tem cura, porém pode ser controlado por meio de tratamento multimodal que envolve medicamento e consultas psicoterápicas, além de orientações aos pais e professores.

Instituições como a ABDA (Associação Brasileira de Déficit de Atenção) reúnem informações oficiais sobre os mais diversos aspectos que possam pairar sobre transtorno. Vale ressaltar que cerca de 3 a 5% das crianças sofrem de TDAH. Nos EUA, cerca de 4,4 milhões de crianças com idades entre 4 a 17 anos foram diagnosticadas em algum momento de suas vidas, de acordo com os Centros dos EUA para Controle de Doenças e Prevenção (CDC). No mundo, estima-se que 5% das crianças possuem o transtorno com prevalência semelhante em diferentes culturas e regiões do planeta.


Leia mais aqui

Perder coisas necessárias para as tarefas e atividades, tais como brinquedos, obrigações escolares, lápis, livros ou ferramentas, é quase uma rotina. A criança chega a perder o mesmo objeto diversas vezes e esquece rapidamente do que lhe é dado.

Desatenção vai além do boletim escolar!

Fonte: http://www.sidneyrezende.com/notici/133870+desatencao+na+escola+pode+ir+alem+do+boletim;+entenda+o+tdah

Que toda criança é um pouco arteira, toda mãe sabe. Mas em alguns casos, sintomas do TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade) passam despercebidos por serem tão semelhantes aos que é considerado "comportamento de criança".

Quando não diagnosticado, o transtorno pode ter grande impacto na vida de uma criança, criando dificuldades emocionais, de relacionamento familiar e social, e o mais comum, que é o baixo rendimento escolar. O TDAH atinge entre 3% a 5% das crianças em idade escolar. Em geral, o transtorno é mais facilmente identificado no ambiente da escola por ser um local onde a criança começa a aprender a lidar com regras e com o convívio de outros indivíduos da mesma idade.

As crianças com TDAH tendem a apresentar mais dificuldades de aprendizado do que as que não possuem o transtorno. É preciso esclarecer que uma criança que apresenta os sintomas do TDAH não significa que ela tenha prejuízo de inteligência. O que pode explicar a grande dificuldade no desenvolvimento desse grupo está no fato de que o sistema educativo priorizado nas escolas não apresenta intervenções que facilitam e auxiliam estas crianças em relação as suas dificuldades, principalmente as atencionais.

Segundo dados da Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA), cerca de 4 milhões de brasileiros, com idade entre 1 e 64 anos, apresentam quadro da doença. Mas quando consideramos apenas o grupo de crianças de até 14 anos, o número cresce rapidamente, chegando a 9 milhões de pequenos que sofrem com o TDAH.

De acordo com a psicopedagoga e professora do Sistema Maxi de Ensino, Kellen Escaraboto Fernandes, a informação sobre o transtorno pode ajudar pais a identificar os sintomas nos filhos. "A principal dica para quem tem filhos nessa condição é se informar sobre o assunto, pois ajuda muito a minimizar o sofrimento da criança. Quando os pais sentem que não estão conseguindo ajudar seus filhos, devem procurar um profissional da área, competente, para que possa auxiliá-los", explicou.

É importante saber que o transtorno é motivado por uma questão neurológica que leva a criança a apresentar desordens comportamentais. O TDAH possui causas genéticas, podendo aparecer na infância e frequentemente acompanhar o indivíduo por toda a sua vida.

Sintomas
Para seja diagnosticada com TDAH, uma criança precisa apresentar três sintomas:

Falta de atenção - facilmente observada em sala de aula, pela concentração da criança enquanto ela participa de atividades que exigem a atenção seletiva (tarefas de focalização), atenção dividida (tarefas de capacidade) e a atenção mantida (tarefas de vigilância). Outro ponto ressaltado é que a criança apresenta facilidade de distração, mas é incorreto acreditar que a criança com TDAH apresenta falta de atenção e concentração. Na verdade ela concentra-se em focos de interesse e acaba dispersando porque pode ter ao mesmo tempo vários focos de interesse. O problema é que na verdade ela concentra-se em várias coisas ao mesmo tempo e sua dificuldade é na verdade em estabelecer um "foco" de concentração.

Impulsividade - pode ser definida como um déficit na inibição de comportamentos em resposta as demandas situacionais, ou seja, a criança que apresenta estes comportamentos geralmente são intolerantes quanto a espera em situações acadêmicas ou de jogos, apresentam tendência a responder mais rapidamente cometendo um maior número de erros em tarefas que impliquem incerteza de resposta. De forma geral, é aquele aluno que faz e depois pensa, apresentando constantes exposições emocionais de arrependimento ("eu não sei porque fiz isso", "fiz sem pensar", "eu não queria e quando percebi já tinha feito")

Hiperatividade - que podem ser percebidas pela apresentação de acentuado Foto: Getty Imagescomportamento motor. A hiperatividade pode ser definida como a presença de níveis excessivos de atividade motora ou verbal para a idade da criança. Em geral ela não controla os seus movimentos por muito tempo, mantendo em movimento alguma parte do seu corpo. Apresenta também muita dificuldade de permanecer sentada, sendo que algumas fazem movimentos com a boca, emitem ruídos estranhos ou falam sem parar.

Tais sintomas podem surgir simultaneamente, ou em casos em que apenas dois sintomas são apresentados pelo paciente. São eles destacados como Combinado, que é quando os três sintomas aparecem em uma intensidade e freqüência muito grande; ou Predominantemente desatento que é quando a desatenção prevalece. Ou ainda Predominantemente Hiperativo/Impulsivo, que é quando a hiperatividade e impulsividade são os principais sintomas.

Kellem ainda adverte que os sintomas devem ser observados com freqüência na primeira infância, devendo ainda ser considerados em pelo menos dois ambientes, por exemplo, na escola e em casa.

Diagnóstico
O diagnóstico deve ser feito por uma equipe multiprofissional, em concordância com a família e, principalmente, com a escola, sendo necessária, pelo menos, a identificação de seis sintomas de desatenção, seis de impulsividade e de hiperatividade. O transtorno é fundamentado no quadro clínico comportamental, já que não existe um marcador biológico definido para todos os casos de TDAH.

"É válido destacar o cuidado que deve ser tomado em relação a avaliação da criança que apresenta estes comportamentos, uma vez que o transtorno tem sido amplamente confundido com distúrbios comportamentais, ou seja, muitas crianças que vivem em ambientes hostis, que não tem relações familiares bem estabelecidas como falta de afeto, cuidados, valores e limites, podem apresentar comportamentos semelhantes", explica a psicóloga e professora do Sistema Maxi de Ensino.

Foto: DivulgaçãoTratamento
Entre as opções de tratamento existe um conceito de intervenções conjuntas, quando mais de uma terapia constrói o ciclo de tratamento. Atualmente, é comprovada a eficácia em terapias comportamentais, tratamentos medicamentosos, terapias multidisciplinares, além de orientações para pais e escola. Para a psicóloga, os pais precisam comprometer-se para que as melhoras sejam eficazes.

Outra dica também está na prática de esportes. A atividade esportiva pode auxiliar no controle da impulsividade e da hiperatividade, mas é preciso entender que essa não é a solução principal.

Adultos
Como é um transtorno neurológico pode estar associado tanto a adultos quanto a crianças. Os problemas de conduta podem aparecer quando os pontos relacionados aos problemas de comportamento não são manejadas adequadamente durante a infância. Tal fato pode afetar diretamente na produtividade e motivação, ou na redução da habilidade em expressar ideias e emoções, prejuízo na memória de execução, problemas no discurso, problemas no raciocínio verbal, problemas acadêmicos, prejuízo da auto-estima, entre outros.

Existem alguns problemas mais graves que podem estar associados a este transtorno que são chamados "comorbidades". Podem aparecer "Transtornos de Conduta" que implicam em desafio com figuras de autoridade (em especial com pais, professores e colegas), humor facilmente irritável, exacerbação dos aspectos no desenvolvimento e educação familiar, podendo ou não chegar a níveis graves de violação.

60% das crianças tem sintomas que avisam a chegada da dor de cabeça

Foto: alterações visuais que podem ocorrer antes ou durante um episódio de enxaqueca

Enxaqueca também é coisa de criança!
Cerca de 4-10% das crianças em idade escolar apresentam o problema e é muito importante reconhecer que os sintomas vão muito além da dor de cabeça, sendo muito comuns nas crianças sintomas como dor abdominal, náuseas e/ou vômitos, e vontade de dormir. Algumas crianças com enxaqueca também apresentam o fenômeno da aura, que são sintomas neurológicos transitórios que costumam ocorrer imediatamente antes da dor de cabeça, como perda da força ou alteração da sensibilidade de um lado do corpo, alterações visuais e dificuldade em falar.

Também são bem reconhecidos sintomas que ocorrem de 2 a 8 horas antes da dor de cabeça. Esses são chamados de sintomas premonitórios e incluem: fadiga, náuseas, fotofobia, fonofobia, irritabilidade, rigidez e dor no pescoço, bocejo, aumento do apetite, tristeza, ansiedade, déficit de concentração, hiperatividade, alteração do sono, alteração de percepção dos odores e alterações faciais. Um estudo recém-publicado pelo periódico científico Cephalalgia demonstra que duas em cada três crianças / adolescentes apresentam pelo menos um sintoma premonitório. Os três sintomas mais descritos foram alterações faciais como palidez e olheiras, fadiga e irritabilidade.

O estudo tem grande importância por ser pioneiro na análise de sintomas premonitórios entre crianças e adolescentes com enxaqueca e um dos resultados que mais chamou a atenção foi a alta prevalência de sintomas faciais, raramente descritos em adultos com enxaqueca. O reconhecimento dos sintomas premonitórios de enxaqueca é uma oportunidade em potencial de se iniciar o tratamento para as crises de dor antes mesmo que elas se instalem. Essa é uma estratégia de tratamento que foi muito pouco investigada, com raras pesquisas, e no caso das crianças, ainda totalmente inexplorada.

Enxaqueca





"Quem sofre de enxaqueca, se não se cuidar, terá graves prejuízos pessoais e profissionais", afirma a neurologista Carla Jevoux, da Sociedade Brasileira de Cefaléia. Segundo ela, há estudos que mostram que a síndrome, que reduz a capacidade de concentração, é causa comum de faltas ao trabalho, de redução da produtividade e de comprometimento de ganhos potenciais. "Pacientes com esse tipo de cefaléia podem se aposentar mais cedo ou ser preteridos em promoções. Além disso, apresentam maior índice de desemprego", acrescenta.

A enxaqueca, que acomete 17% das mulheres e apenas 6% dos homens, acentua-se com a atividade física e a movimentação da cabeça, o que faz com que a pessoa busque o repouso. As crises duram de 4 horas a 3 dias, se não tratadas.

"A enxaqueca é uma desordem herdada geneticamente que torna o cérebro mais sensível a vários estímulos. É por esse motivo que quem sofre de enxaqueca diz ter crises desencadeadas por fatores como emoções, jejum prolongado, alterações dos hábitos de sono (dormir pouco ou demais), determinados alimentos ou bebidas, exposição à luz ou calor intensos", relata a médica. Carla afirma que, além dos episódios repetidos de dor de cabeça - com forte e latejante intensidade, em lados alternados da cabeça -, sintomas como náusea, vômito, intolerância à luz, aos ruídos e aos odores fazem parte das crises de quem sofre dessa síndrome.

A especialista ressalta que os pacientes, quando tratados adequadamente, pelo tempo necessário e com um relato diário da dor, podem evoluir para uma melhoria de todos os sintomas e até a cura da enxaqueca.



Alimentação e enxaqueca



Sabe-se que existe uma certa predisposição familiar para ter enxaqueca - dor de cabeça latejante e freqüente, acompanhada muitas vezes de náusea e vômitos -, mas alguns fatores podem piorar os sintomas. Segundo especialistas em cefaléia, o principal deles é a alimentação.

Os alimentos associados à enxaqueca incluem aqueles que contêm o aminoácido tiramina (vinho tinto, queijo curado, peixe defumado, fígado de galinha, figos e alguns grãos), chocolates, nozes, manteiga de amendoim, frutas (abacate, banana, frutas cítricas), cebolas, produtos lácteos, carnes que contenham nitrato (toucinho defumado, cachorros-quentes, salame, carnes processadas).

Além desses, alimentos que contenham glutamato monossódico (um aditivo encontrado em muitos alimentos), bem como qualquer alimento processado, fermentado, conservado ou amarinhado.

Os ataques desse tipo de cefaléia também podem estar associados a: reações alérgicas, luzes ofuscantes, ruídos fortes, relaxamento após um período de estresse mental ou físico, falta de sono, tabagismo (ativo ou passivo), refeições não realizadas, uso de álcool ou de cafeína, períodos menstruais, uso de contraceptivos orais (pílulas anticoncepcionais), entre outras condições.

Segundo a neurologista Carla Jevoux, da Sociedade Brasileira de Cefaléia, não há uma dieta específica para quem tem enxaqueca. "A pessoa reconhece quais os alimentos e outros fatores que desencadeam a dor e sabe que deve evitá-los. Isso varia de pessoa para pessoa. Não há como criar uma regra", explica.



Tratamento preventivo


Quem sofre de enxaqueca não pode esperar uma crise para tratar o problema. Analgésicos, remédios comumente usados para aliviar as dores de cabeça, não têm o efeito esperado e acabam aumentando a dor, porque acostumam o cérebro a não produzir a endorfina, que é um analgésico natural. Por isso, o primeiro passo para diminuir ou eliminar a dor é o tratamento preventivo.

De acordo com especialistas, há três situações nas quais o tratamento preventivo se faz necessário:

  • Manifestar mais de duas crises intensas por mês; independentemente da freqüência,
  • Crises muito intensas e incapacitantes que justificam o uso de medicação diária;
  • Quando a pessoa não tolera, ou não responde aos medicamentos usados no tratamento das crises.


  • Tratando a crise

    Se você sofre de enxaqueca, sabe que ela chega sem avisar. Por isso, esteja sempre preparado.

    Em caso de crise:

  • Tenha a medicação receitada pelo médico sempre à mão.

  • Em caso de dor intensa, procure um local fresco e escuro para se recostar, mas não se deite.

  • Coloque gelo sobre as áreas dolorosas.

  • Beba muita água e coma moderadamente.

  • Tome o medicamento para crise recomendado pelo seu médico, mas nunca mais de duas vezes por semana.

  • Principalmente, descanse.

    Lembre-se: Toda a dor de cabeça tem uma causa, mas só um médico pode avaliá-la corretamente.


  • Como evitar as crises:

    As causas da enxaqueca são muitas, mas sabe-se que algumas mudanças simples no estilo de vida contribuem para o controle das crises, e, de quebra, são extremamente benéficas para a sua saúde.

    Para prevenir-se das crises de enxaqueca, siga estas dicas:

  • Estabeleça hábitos regulares para as refeições e sono.

  • Faça algumas mudanças na dieta, diminuindo ou até mesmo eliminando certos alimentos que podem detonar a dor (como queijos e chocolates).

  • Evite a ingestão de bebidas fermentadas, como o vinho tinto.

  • Não se exponha demasiadamente ao sol e à claridade.

  • Evite se exercitar em dias quentes.

  • Evite o uso excessivo de perfume.

  • Não permaneça em locais recém-pintados ou onde estejam sendo utilizados solventes químicos.

  • Comece uma dieta rica em magnésio (que se encontra em abundância em alimentos verdes frescos, frutos do mar e nozes) e em um aminoácido chamado triptofano (que pode ser encontrado em verduras frescas, no feijão e em cereais integrais).


  • Como fazer o diagnóstico:

    A consulta médica é fundamental para o diagnóstico e o tratamento da enxaqueca, principalmente porque os sintomas desse mal se confundem com vários outros. Assim, para facilitar o processo, siga algumas dicas preparadas pela Sociedade Brasileira de Cefaléia.

    Prepare a consulta:

  • Mantenha um relatório diário com informações sobre a sua dor.
  • Estabeleça uma conversa honesta e aberta com o médico.
  • Informe detalhadamente qual o tipo de medicação que você usa durante as crises.
  • Fale bastante sobre seus hábitos, pois muitos deles podem interferir nas crises sem que você desconfie.

    Mesmo que você já esteja em tratamento contra a enxaqueca, também existem algumas situações em que deverá procurar o médico imediatamente:

  • Se o comportamento padrão de sua dor sofrer alguma mudança.
  • Se o seu organismo estiver reagindo mal aos medicamentos.
  • Se você engravidar durante o tratamento.


  • Fonte: http://saude.terra.com.br/guia/abcdasaude/dordecabeca/interna/0,,OI403114-EI4208,00.html

    terça-feira, 5 de abril de 2011

    O mapa dos genes


    Boa parte das doenças que surgem ao longo da vida tem forte influência genética. Daí a ideia deste brilhante infográfico do portal Ig, o mapa dos genes humanos:

    Mapa genético

    sexta-feira, 1 de abril de 2011

    Boa alimentação ajuda a controlar a enxaqueca




    Da redação Saúde plena, no portal UAI:

    Link da reportagem no portal

    Boa alimentação pode ajudar a quem tem enxaqueca

    Cefaleia é o termo médico utilizado para definir dor de cabeça. Estudos mostram que 90 a 100% das pessoas têm ou terão crises de dor de cabeça ao longo da vida. Felizmente, em sua maioria as dores de cabeça não são sintomas de um problema grave, mas apenas sinais de tensão, fadiga, ansiedade ou distúrbios emocionais. Algumas vezes é reflexo de um problema em alguma região do corpo, muito raramente ocorre em consequência de uma doença mais grave.

    A enxaqueca é um tipo especial de dor, que afeta apenas uma área limitada da cabeça. A dor quase sempre se localiza num lado da cabeça e vem acompanhada de alteração de humor (irritabilidade e depressão), alteração do apetite, alterações na visão com sensibilidade à luz, sensibilidade ao barulho, náuseas, vômitos, fraqueza, tontura e diarreia. É considerada uma das principais causas de incapacidade e perda produtiva no trabalho, já que uma crise pode durar de três horas a três dias.

    As crises assumem formas diferentes durante a vida do indivíduo. Por exemplo, em algumas mulheres estes episódios parecem estar associados aos ciclos menstruais e à medida que vão entrando para a menopausa tais sintomas são substituídos por tonturas.

    A causa de tal anormalidade é geralmente associada a mudanças na sensibilidade dos vasos sanguíneos, na região do crânio. Isto porque, alguns desses vasos se contraem. provocando uma redução no volume de sangue na região da cabeça e do cérebro. À medida em que a constrição desaparece, os vasos sanguíneos se dilatam e o paciente sente uma dor de cabeça latejante que, em geral, afeta apenas um dos lados da cabeça.

    Fatores nutricionais desencadeantes da enxaqueca

    Os alimentos mais citados pela literatura como desencadeantes da enxaqueca são: doces (açúcar refinado), álcool, adoçantes, glutamato monossódico (temperos prontos), nitritos (alimentos embutidos e enlatados), cafeína (café, chá mate, guaraná, cacau e chocolate) e alimentos que contém tiramina (queijos, chocolates, carnes em conservas, salsicha, dentre outros).

    Estes alimentos possuem em sua composição substâncias capazes de provocar alterações no tamanho dos vasos sanguíneos do centro do sistema nervoso, primeiramente diminuindo-os e em seguida aumentando-os. São estas alterações que provocam mudanças na visão e dores de cabeça.

    Dicas alimentares para evitar episódios de enxaqueca:

    * Adequar o consumo de carboidratos complexos (cereais, massas, pães, farináceos, etc.), já que o cérebro utiliza os nutrientes especialmente os carboidratos provenientes destes alimentos como fonte de energia em todas as suas funções.
    * É importante acrescentar frutas na dieta, pela maior quantidade de vitaminas, minerais e fibras que possuem, sendo esses nutrientes que atuam no bom funcionamento do organismo.
    * O selênio, um mineral envolvido no funcionamento do sistema nervoso central, também pode ser eficiente no controle do problema. O consumo de apenas duas unidade de castanha-do-pará é suficiente para se alcançar às quantidades recomendadas diariamente.
    * O fracionamento da dieta deve acontecer com a ingestão de seis pequenas refeições ao dia, evitando os jejuns prolongados, que são considerados causadores de crises de enxaqueca.
    * Todas as bebidas alcoólicas podem causar enxaqueca, porém os vinhos tintos são mais prováveis de provocar a dor devido ao seu conteúdo de taninos. Evitar o consumo de várias doses, pois pode aumentar a possibilidade de uma crise.
    * Estudos sugerem que baixos níveis de magnésio facilitariam o desenvolvimento de contração dos vasos que acarretaria a enxaqueca. Portanto é importante ingerir alimentos fontes desse mineral, como as folhas verdes escuras, soja, leguminosas, castanhas, cereais como aveia, arroz integral, pães integrais, carnes, peixes (salmão) e ovos.
    * Assim como o magnésio, a vitamina B2 seria eficaz na prevenção e tratamento da enxaqueca. O mecanismo pelo qual estes nutrientes agem na enxaqueca é incerto, mas é possível que ocorra estabilização de membrana celular e melhora da função mitocondrial. As principais fontes de vitamina B2 são leite, queijos (especialmente ricota e requeijão), iogurtes, carnes magras, ovos e vegetais verdes.

    Atenção: Não existe uma regra de quais alimentos desencadeiam a enxaqueca. É importante que reconheça quais os alimentos e outros fatores que desencadeiam a dor e que deve evitá-los. Nunca se automedique. E em caso de dores procure um médico.

    quinta-feira, 31 de março de 2011

    Transtornos Globais do Desenvolvimento



    Em homenagem ao 2 de abril, Dia Mundial da Conscientização pelo Autismo

    Transtornos globais do desenvolvimento ( também chamados T. Invasivos do Desenvolvimento) são uma categoria que engloba cinco transtornos caracterizados por atraso simultâneo no desenvolvimento de funções básicas, incluindo sociabilização e comunicação. Os transtornos invasivos do desenvolvimento são:

    * Autismo;
    * Síndrome de Rett;
    * Transtorno desintegrativo da infância (síndrome de Heller);
    * Síndrome de Asperger,
    * Transtorno global do desenvolvimento sem outra especificação, que inclui (ou também é conhecido como) autismo atípico.

    Os pais podem perceber os sintomas desde a primeira infância, ocorrendo as primeiras manifestações tipicamente antes dos três anos. Os principais sintomas incluem problemas de comunicação, como:

    * Dificuldade no uso e compreensão da linguagem;
    * Dificuldade em se relacionar com pessoas, objetos e eventos;
    * Brincadeiras não-usuais com brinquedos e outros objetos;
    * Dificuldade com mudanças de rotina ou do ambiente familiar;
    * Padrões repetitivos de movimentos corporais ou comportamentos.

    Em homenagem ao dia 2 de abril, presto minha homenagem a esses pequenos e seus familiares, que lutam em pleno seculo XXI por respeito na comunidade, na família e na escola. Coloco abaixo 2 links, com reportagens sobre autismo e sindrome de Asperger.

    "Cada um rema sozinho uma canoa que navega um rio diferente, mesmo parecendo que está pertinho." (João Guimarães Rosa)






    sábado, 12 de março de 2011

    Cefaléia em salvas - para o Renato


    A cefaléia em salvas é uma forma bastante rara de dor de cabeça que ocorre predominantemente em adultos jovens e, raramente, em crianças e adolescentes. É mais comum no sexo masculino, em uma relação de 3:1.

    Ela se caracteriza por uma dor muito forte unilateral, orbitária, supra-orbitária e/ou temporal, durando de 15 a 180 minutos, se não tratada. Além disso, a dor se acompanha de pelo menos um dos seguintes sintomas:
    1. hiperemia conjuntival e/ou lacrimejamento ipsilaterais
    2. congestão nasal e/ou rinorréia ipsilaterais
    3. edema palpebral ipsilateral
    4. sudorese frontal e facial ipsilateral
    5. miose e/ou ptose ipsilateral
    6. sensação de inquietude ou agitação

    As crises têm uma freqüência de uma a cada dois dias a oito por dia.

    A localização retrorbitária (92%) é a mais freqüente, seguida da localização temporal. Em um estudo recente com 230 pacientes, a dor foi estritamente unilateral em todos pacientes estudados, não havendo predileção significativa pelo lado da dor. Nos casos episódicos, 14% tiveram alternância na mesma salva e 18% na salva seguinte. Dois pacientes apresentaram mudança do lado da dor durante a mesma crise. Alguns casos raros de dor bilateral já foram descritos e podem se apresentar de várias formas: alternância de lado em salvas distintas e alternância de lado na mesma salva, como observadas neste estudo citado ou até mesmo bilateral na mesma crise.

    Segundo os autores deste estudo, a duração média máxima de uma crise foi de 159 minutos enquanto a duração média mínima foi de 72 minutos. O número máximo de crises foi de cinco nas 24 horas. A média de tempo de remissão (sem dor) foi de um ano, tendo relatos de remissão de oito semanas a 20 anos.

    A maioria referiu predileção pelas estações de outono e primavera, inclusive os pacientes com CS crônica, que relataram exacerbação das crises nestas estações. As crises noturnas foram observadas em 73% dos pacientes, acordando-os à noite.

    O lacrimejamento é o sinal autonômico mais freqüente, seguido por hiperemia conjuntival e congestão nasal. Há também relatos de náusea, fotofobia, fonofobia e osmofobia durante a crise. A náusea e os vômitos são mais freqüentes nas mulheres com CS (46,9% vs. 17,4%), enquanto a fotofobia, a fonofobia e a osmofobia se manifestam proporcionalmente em homens e mulheres. A agitação e a inquietude durante a crise foi relatada por 93% dos pacientes e não houve exacerbação da dor pelos movimentos, importante fato no diagnóstico diferencial. A dor, descrita como cruciante, impele ao movimento constante, na busca desesperada por alívio.

    Sacquegna e col., em 1987, estudaram o curso de 72 pacientes com cefaléia em salvas episódica, observando que 86% dos casos tinham freqüência regular das salvas por ano e 69% tinham regularidade na freqüência e duração das salvas. A maioria tinha uma salva por ano. O autor sugere que a história natural seja caracterizada pela regularidade, envolvendo mecanismos de controle biológico.

    Alguns fatores são considerados como deflagradores da crise, como o álcool, medicamentos vasodilatadores, histamina, sono, alterações comportamentais, aumento das atividades física, mental ou emocional. As alterações emocionais parecem influenciar principalmente os casos crônicos.

    Com os estudos evidenciando sintomas freqüentemente associados à dor, várias sugestões foram sendo feitas para inclusão de algumas características à classificação. Alguns itens foram considerados e incluídos, como a agitação e a inquietude durante a crise, descritas por vários autores.

    Fenômenos sensoriais, como fotofobia, fonofobia e osmofobia, e a possível presença de náuseas e vômitos, são descritos em vários estudos. Segundo Van Vliet e col. (2003), este é um dos motivos principais para o erro diagnóstico pelo não especialista, muitas vezes confundindo-a com a migrânea. Um relato freqüente é a ausência de exacerbação da dor com esforço físico, ajudando no diagnóstico diferencial.