domingo, 20 de janeiro de 2013

Vale a leitura: a formação emocional e cognitiva da criança

Texto do economista Teco Medina, sobre a educação dos filhos.

Retirado do antigo blog do fim do expediente

 

  Meu pai

Postado por Luiz Gustavo Medina em 30 de outubro de 2008 às 15:23
1 – Como sabem estou escrevendo uma coluna que mistura finanças e família na revista da Mara Luquet
2 – Como não agüentam mais saber, esse ano foi meu primeiro dia das crianças do outro lado do balcão.
Estava “travado” para escrever a coluna desse mês que conseguisse como me pediram, misturar finanças, meu lado filho e meu lado pai. Além do desproporcional tempo das atividades, estamos falando de outra época, de outras possibilidades e por isso nada se encaixava.
Até que exatamente no dia das crianças a mesa ao lado salvou minha coluna, salvou meu mundo e talvez o futuro da minha filha. Em 30 minutos um casal “moderno” me deu a coluna pra revista que sai semana que vem, me deu um norte pra filha que eu pretendo ter e me fez ser imensamente grato ao que fizeram comigo quando eu era criança.
Lá eu não podia dedicar a ninguém, aqui eu posso. Então esse texto é apenas uma homenagem aos verdadeiros bons pais, que ufa, eu tive.
Domingo, 12 de outubro, no restaurante do Clube Athletico Paulistano, um menino com quatro super-heróis na mão reclama pra mãe porque não havia recebido também o homem aranha.
Eu (economista) e minha mulher (psicóloga) comemorando nosso primeiro dia das crianças aproveitamos para brincar sobre o tipo de educação que gostaríamos de dar a nossa filha. Esse exercício é muito fácil nos outros. Decidir para o seu, nem sempre. Nossa vantagem é que pela minha teoria número um, economia e psicologia, são as profissões mais complementares do mundo, algo como o arroz e o feijão para os brasileiros.
No momento em que o menino começa a gritar, o pai resolve ir ao banheiro e começa o memorável “econômico – psicólogo” diálogo:
Mãe: Filho, você devia estar feliz em ter ganhado QUATRO presentes hoje. Na sua idade eu não ganhava nenhum e tem muita criança que não ganhou nada hoje.
Filho: Mas eu queria justamente o homem aranha e já que me deram quatro, porque não me deram mais um. O que custava ?
Mãe: Se a gente tivesse comprado cinco, você ia querer seis. Nunca fica satisfeito !!!!
Menino se atirando no chão, arremessando o Batman pra longe e acordando minha filha: EU QUERO O HOMEM ARANHA AGORA !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Mãe pegando o filho a força e berrando: Presta atenção. Brinquedo custa caro, a gente comprou quatro e acabou o nosso dinheiro, entendeu ?? NÃO TEMOS MAIS DINHEIRO, OUVIU ???
Filho: A gente não pode vender o papai ???
Quando o pai volta, o filho está de castigo, sem os brinquedos e toda a história é relatada. O pai culpa a mãe porque o filho é mimado; a mãe culpa o pai porque ele é ausente. Depois de muito brigarem, tomam a decisão mais simples: colocam a culpa no menino e pedem a sobremesa.
Quase me meti, mas não tive coragem, em todo caso seguem alguns dados que colhi de algumas pesquisas que estudam o comportamento de crianças, pais e afins:
1 – Uma criança com acompanhamento escolar dos pais em uma escola ruim, aprende mais do que uma criança na melhor escola da cidade, sem acompanhamento dos pais.
2 – Os pais mais ausentes tendem a dar mais presentes, mais mesadas e fazer mais concessões aos seus filhos ?
3 – Quanto mais horas os pais trabalham, mais televisões a casa possui (será que é para cada um ficar no seu canto ?)
Tem muito mais coisa que na cabe nessa coluna como a necessidade desenfreada de ficar tendo sempre a coisa mais moderna e com isso cria nas crianças uma permanente insatisfação porque sempre FALTA algo.
Já que essa é uma revista de finanças darei minha última opinião: tenham certeza que é mais barato e muito melhor vocês SE darem de presente aos seus filhos do que comprarem tudo para eles.
Naquele dia das crianças, na mesa ao lado, o super-herói que faltava para aquele menino, não era o homem aranha, era o seu próprio pai.