quarta-feira, 24 de abril de 2013

Estudar música aumenta capacidade de aprendizagem das crianças

     

      Há uma série de evidências de que crianças que aprendem a tocar um instrumento musical na infância têm ganhos significativos em habilidades motoras, auditivas e no desenvolvimento da linguagem ( fala, leitura e escrita - anota aí ) e que também são utilizadas em diversas outras situações do dia-a-dia. Além disso, as pesquisas já demonstraram que o aprendizado musical na infância aumenta o desempenho em múltiplas dimensões cognitivas como habilidades espaciais, matemáticas, de linguagem verbal, e até mesmo uma associação com maior QI e desempenho acadêmico na idade adulta já foi descrita.
Rock´n roll baby!
     Um estudo longitudinal realizado em Harvard e publicado em 2008 no periódico PloS ONE, confirmou parte desses achados ao mostrar que crianças que tiveram aprendizado musical por pelo menos três anos apresentam melhor desempenho motor, auditivo e também uma melhor habilidade verbal e de raciocínio não verbal. Os resultados poderiamm ser explicados pelo efeito do estudo da música sobre o cérebro, mas também pelo fato de que as crianças que recebem educação musical costumam ter pais mais dedicados ao processo educacional dos filhos como um todo. Além disso, crianças que passam anos no processo de educação musical podem ser genuinamente mais persistentes e motivadas do que aquelas que começam e desistem logo em seguida. E se são mais persistentes para a música, têm chance de serem mais persistentes também nas tarefas da escola.
     No corrente ano de 2013, uma pesquisa realizada na Concordia University (EUA) e publicada no Journal of Neuroscience acaba de reafirmar que estudar música e aprender a tocar um instrumento musical antes dos 7 anos de idade pode sim aumentar a capacidade intelectual das crianças e também suas capacidades motoras, a partir de alterações duradouras na estrutura e funcionamento cerebral.
     O estudo foi realizado com a participação de 36 músicos, que foram submetidos a um período de atividade musical e, em seguida, a uma ressonância magnética para perceber quais os efeitos despertados no cérebro. Os voluntários tinham os mesmos anos de experiência, mas metade deles tinha iniciado a sua formação musical antes dos sete anos, sendo que os restantes começaram em idades mais avançadas.

Ritmo: útil na música, na fala e na leitura
     Análises com ressonância magnética funcional feitos no grupo estimulado demonstraram que os indivíduos que iniciaram seus estudos de música precocemente apresentavam um aumento de atividade nas áreas cerebrais de comunicação entre ambos os hemisférios e, em particular, nas fibras nervosas que ligam as duas áreas motoras do cérebro.
     Os pesquisadores responsáveis pelo estudo revelaram que basta apenas 15 meses de aprendizagem durante a fase inicial da infância para que o cérebro alcance um desenvolvimento mais complexo. De fato, o cérebro humano tem uma grande capacidade de se modificar em resposta às exigências do ambiente. E o que parece dom ou capacidade inata, pode muitas vezes ser o resultado de uma diferença estrutural em áreas cerebrais mais estimuladas e, por plasticidade cerebral, modificadas como resposta ao ambiente.
     E você achando que a gente nascia esperto, burro, inteligente, bobo, capaz ou não e tinha que aceitar, porque não dava para fazer nada, hein? Então pense de novo, amigão. E rápido!

Para terminar, uma música sobre sonhos e frustrações  (Mr Jones, Counting Crows)


 "So you wanna be a rock´n roll star, well listen now to what I say: just get an electric guitar and take some time learning how to play"