Retirado do portal midia bahia
Quando estão em período escolar, é comum algumas crianças apresentarem certas dificuldades. Mas como saber se essa complicação é ou não um transtorno? Pais e professores também se deparam com esse questionamento. Segundo especialistas, família e escola devem ficar atentos para que os pequenos não sejam vistos como preguiçosos ou desinteressados.
De acordo com o Dr. Clay Brites, neuropediatra do instituto NeuroSaber, os transtornos de aprendizagem são distúrbios de desenvolvimento que levam a uma incapacidade de aprender normalmente. Isso acontece devido a falhas no processamento cerebral da informação por meio da leitura, escrita e matemática.
“Normalmente inteligentes, estas crianças não conseguem processar informações veiculadas por símbolos gráficos ou numéricos e por meios que exigem organização sensorial ou espacial”, ressalta.
Clay explica que existem dois tipos de transtornos de aprendizagem: o não verbal e o verbal. Segundo o profissional, o não verbal está relacionado com problemas de percepção sensorial, ou seja, um bom processamento tátil. Ele comenta que a criança tem também muita dificuldade de perceber situações de orientação espacial ou com o raciocínio matemático. “Mas não nos números em si, mas em como esses números são representados no espaço.”
Sobre os transtornos verbais, o neuropediatra diz que eles são divididos de quatro formas: Dislexia, Disortografia, Discalculia e Disgrafia. Brites esclarece que a discalculia é uma desordem neurológica onde é afetada a habilidade da criança de compreender e lidar com os números e operações matemáticas. Já a disortografia é a incapacidade de seguir gramaticalmente a linguagem. “Ela se manifesta com erros de concordância e pontuação”.
Em relação à disgrafia, o neuropediatra explica que se trata da dificuldade crônica e persistente na habilidade motora e espacial da escrita. Ela é caracterizada por uma grafia sempre ruim e alterada e que gera um constante incômodo em quem escreve. “E a dislexia é caracterizada por dificuldade no reconhecimento preciso e/ou fluente da palavra, na habilidade de decodificação e em soletração”.
No entanto, há outros problemas que também podem atrapalhar as crianças sem que os pais se apercebam, é o que alerta a psicopedagoga Luciana Brites, uma das fundadoras do instituto NeuroSaber.
“Antes de pensar no diagnóstico como transtorno, é importante que os filhos tenham acompanhamento médico, pois as dificuldades de aprendizagem podem estar relacionadas aos problemas de visão, audição, má alfabetização e até mesmo a questões afetivas dentro da família”, destaca.
Para ela, é essencial que pais observem com cautela as crianças e que os profissionais da educação possam estar capacitados. “Caso contrário, os sintomas podem ser pormenorizados ou podem banalizar tudo, achando que qualquer problema se trata de um transtorno de aprendizagem”.