sábado, 6 de maio de 2017

O perímetro cefálico do bebê: macrocefalia e microcefalia

Em tempos de zika e outras doenças infecto-parasitárias no Brasil as variações nas medidas do crânio dos bebês são um problema cada dia mais detectado, trazendo dúvidas e angústias par todas as mamães e papais. Mas, afinal, o que é perímetro cefálico? Qual o problema em se ter uma medida menor ou maior que a media, no livrinho da criança? Quando devemos procurar um especialista?
perímetro cefálico ou perímetro craniano é a medida do contorno do crânio em sua parte maior. A medida é feita usando-se uma fita métrica e repetida mensalmente pelo médico - preferencialmente o mesmo médico, com a mesma fita métrica. A fita deve ser posicionada sobre as orelhas, na testa acima das sobrancelhas e na parte mais posterior da cabeça. Nas revisões pediátricas de rotina, a medida do perímetro cefálico do bebê será sempre realizada, como um dado a mais no estudo da saúde do bebê. 

Valores padrão do perímetro craniano do bebê


Um recém-nascido termo (entre 37 e 42 semanas de gestação) tem um perímetro cefálico médio de 34 cm, sendo levemente menor nas meninas. Tal contorno, o perímetro, tem crescimento acelerado nos primeiros 6 meses de vida - em particular nos primeiros 3 meses- e adota um crescimento bastante lento daí por diante.
Contudo, a realidade é que, no crânio dos bebês, os ossos ainda não estão fundidos. Seu cranio é formado por placas ósseas móveis, não soldadas, que podem se montar entre si. Existem ainda alguns ocos ou espaços não fechados entre 3 ou mais ossos, denominadas fontanelas (popularmente conhecida como moleira). 
O não fechamento dos ossos auxilia na passagem do bebê pelo canal vaginal, mas é mais importante por permitir o crescimento e amadurecimento do cérebro nos primeiros meses de vida, permitindo assim que as crianças se desenvolvam e amadureçam


Tabelas e medidas do perímetro craniano dos bebês


A medida do perímetro cefálico faz parte da rotina do pediatra em cada visita do bebê para verificar o desenvolvimento sadio da criança, tanto ao nascer como depois, normalmente até os 3 anos de idade. Às vezes, depois do nascimento, a forma da cabeça pode evidenciar que os ossos se montaram uns sobre os outros ou é possível que exista algum hematoma. Isto é normal, e não há motivos para desespero.


Para se identificar corretamente estas anomalias existem umas tabelas que indicam os valores médios e os desvios padrões no crescimento do cranio. Tomando nota em cada visita ao pediatra do valor em cada momento do crescimento se obtém uma sucessão de medidas que formarão uma curva, que se situa dentro dos parâmetros padrão, que dependem do sexo e da idade do bebê. As medidas contínuas sobre as tabelas, que expressam valores médios servem como guia ao pediatra para detectar possíveis problemas relacionados com o tamanho da cabeça do bebê. 


Microcefalia e macrocefalia em bebês 

Ainda que as alterações extremas do tamanho da cabeça dos bebês possam ser detectadas precocemente durante a gravidez graças as ultrasonografias obstetricas, quando o bebê já tenha nascido podemos falar de microcefalia ou macrocefalia. 
A microcefalia: manifesta-se quando a cabeça do bebê é excessivamente pequena. Pode ser causada por uma taxa de deficiência no crescimento do cérebro, devido a uma doença genética ou desnutrição; a uma fusão precoce dos ossos do crânio ou a um mau desenvolvimento do cérebro. 
- A macrocefalia: é uma anomalia que, com o desenvolvimento do bebê, geralmente acaba desaparecendo. É habitual que, ao nascer, o bebê apresente umas proporções da cabeça mais elevadas. Mas, se a proporção da cabeça for excessivamente grande, a causa pode ser uma macrocefalia simples (herança familiar) ou uma hidrocefalia, que se produz pelo acúmulo de líquido cefalorraquidiano. Outras causas podem ser uma meningite (inflamação do cérebro, membranas e envoltórios, assim como da medula espinhal), um tumor cerebral ou a doença de Canavan (doença hereditária que provoca a degeneração ou ruptura das células nervosas do cérebro).  
CONTUDO, É FUNDAMENTAL NÃO SE ESQUECER QUE HÁ VARIAÇÕES BENIGNAS, FAMILIARES, DE CRESCIMENTO DE PERÍMETRO CEFÁLICO. PORTANTO, EM CASO DE DÚVIDAS, DEVE-SE CONVERSAR SOBRE O ASSUNTO COM UM PEDIATRA, QUE ORIENTARÁ SE É NECESSÁRIO OU NÃO A AVALIAÇÃO DE UM NEUROPEDIATRA, ESPECIALISTA. SEM DESESPERO, PESSOAL!