sábado, 6 de maio de 2017

AVALIANDO O PERÍMETRO CEFÁLICO

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Segundo o Ministério da Saúde (2002) consiste na avaliação do crescimento da cabeça e do cérebro,
deve ser utilizado como parâmetro nos dois primeiros anos de vida, já que, após este período, o crescimento é muito lento não podendo ser considerado parâmetro para avaliação nutricional.

Mesmo não sendo considerado por muitos como um parâmetro de avaliação nutricional após os dois ou três anos de idade, alguns estudos investigativos estão sendo feitos e alguns critérios avaliativos do crescimento ainda incluem a medicação do perímetro cefálico como necessária até os seis anos de idade da criança.

Segundo Engel (2002) o perímetro cefálico deve ser verificado por meio da seguinte técnica:
- Preferencialmente utilizar fita métrica de papel ou de metal flexível, já que a fita métrica flexível pode esticar;
- Colocar a fita em torno da cabeça da criança, passando pelos pontos imediatamente acima das sobrancelhas e orelhas, e em torno da saliência occipital;
- Nos casos em que a circunferência da cabeça está sendo verificada diariamente, a cabeça deverá ser marcada nos pontos principais, para que não haja inconsistência nas medidas;
- Se a circunferência da cabeça do bebê está acima do normal ou abaixo do normal, uma avaliação mais detalhada é necessária;
- Crianças com circunferência cefálica pequena podem indicar craniossinostose ou microcefalia, sendo que bebês nascidos de mães usuárias de cocaína ou álcool podem ter circunferências cefálicas menores.

Segundo Junior (2005) a craniossinostose é definida como o fechamento prematuro das suturas do crânio. Filho (2005) descreve como um grupo de condições heterogêneas de diferentes características clínicas, genéticas e moleculares, com uma incidência aproximada de 1 em 1.800 recém-nascidos.

Jelliffe & Jelliffe (1989) recomendam fixar a cabeça da criança, colocar a fita métrica firme em torno do osso frontal sobre o sulco supraorbital, passando-a ao redor da cabeça, no mesmo nível de cada lado, e colocando-a sobre a proeminência occipital máxima.

Segundo Kenner (2001) a circunferência média encontrada em um recém-nascido normal está em torno de 32 a 35 cm. A tabela abaixo demonstra o crescimento normal do perímetro cefálico (cm/mês):

Idade    Perímetro Cefálico (cm/mês)
0 – 3 meses    2 cm ao mês
3 – 6 meses    1 cm ao mês
6 – 9 meses    0,5 cm ao mês 
9 – 12 meses  0,5 cm ao mês 
1 – 3 anos       0,25 cm ao mês 
4 – 6 anos       1 cm ao ano


Para realizar a avaliação e acompanhamento da criança e o crescimento do perímetro cefálico utiliza-se um gráfico. Este gráfico está presente na Caderneta de Saúde da Criança, Ministério da Saúde (2005) e a cada consulta de puericultura, após a aferição das medidas é feita o registro do valor encontrado.

O gráfico utilizado para acompanhamento do perímetro cefálico é composto por uma linha vertical que indica os centímetros encontrados e uma linha horizontal que representa a idade da criança em meses. A linha vertical que indica os centímetros de PC inicia em 30 cm e termina em 52 cm. A linha horizontal que indica a idade em meses inicia em zero e termina em 2 anos, sendo que a cada ano são contados como 12 meses. Na Caderneta de Saúde da Criança existem dois gráficos para acompanhamento do crescimento cefálico, um deles refere-se à menina e o outro ao menino. O acompanhamento sugerido pelo Ministério da Saúde, expresso na Caderneta a Avaliação, inicia-se ao nascer e tem continuidade até os dois anos de idade da criança. O seguinte representa o Gráfico de Perímetro Cefálico de 0 a 2 anos em Meninas:

FONTE: Caderneta de Saúde da Criança – Ministério de Saúde (2005). Desta forma, todas as vezes que for mensurado o perímetro cefálico da criança, anota-se o valor encontrado e a idade da criança naquele momento. Com auxílio de uma régua e uma caneta registra-se por meio de um ponto; conforme a próxima consulta faz-se a união dos pontos e com isso a visualização da evolução do crescimento do perímetro cefálico.

Este gráfico é baseado em resultados de uma amostra de população estudada, constituindo-se em um referencial, ou seja, um conjunto de dados construídos com indivíduos de outra população. Neste caso, está expresso como padrão o elaborado pela National Center of Health Statistics - NCHS (1977 -1978).

Na avaliação deste gráfico é importante ter em mente o uso do percentil que se conceitua como uma medida da posição relativa de uma unidade observacional em relação a todas as outras. Observando o gráfico acima é possível identificar que a faixa amarela que se encontra entre os Percentis 10 e 90, ou seja, P10 e P90 indicam um estado de normalidade de crescimento do perímetro cefálico.

Abaixo o Gráfico de Perímetro Cefálico de 0 a 2 anos dos Meninos:

FONTE: Caderneta de Saúde da Criança – Ministério da Saúde (2005).